Ó rouxinol estamos num país tão atrasado, tão atrasado, esquecem que o humor é uma mais-valia e não uma arma de destruição macissa, como eles pensam!
__Ó Sr Dr Juíz então eu roubei o carro? Acusam-me disso esses energúmenos?
Eu explico: o carro estava ali, tristinho, abandonado, com cara de solitário sem eira nem beira; então eu, com aquele coração generoso que me é tão peculiar, dirigi-me a ele e perguntei-lhe se queria dar uma voltinha comigo? Ele não disse que não!...
Cai o pano e entra em cena nova personagem...
__Ó senhor jornalista, então não vê que estou a ser perseguido por aquele procurador, o tal que me tem feito a vida negra, que só procura desacreditar-me aos olhos das pessoas de bem? Eu contribuo para as paróquias, eu sou generoso, dou electrodomésticos às pessoas, eu sou tão bom e querem destruír essa imagem benemérita, fazendo de mim como se fora um saqueador ou algo parecido!
Então o campo estava ali, tristinho da Silva, abandonado, a senhora não lhe dava os carinhos que ele merecia, e até veio ter comigo para se desfazer dele. Eu tive pena do campo, lá apareceram não sei de onde, alguns compradores, deram-lhe os carinhos que ele precisava (Assembleia Municipal, CCRN, governo, enfim, os carinhos normais...) e o campo sorriu, ganhou outro dimensão anímica, dilatou o seu ego, passou a valer mais, muito mais como é óbvio!
Se foram criadas mais-valias muito rapidamente? E qual é o mal? O trabalho tem que ser recompensado ou não, alguém trabalha para aquecer? O Estado foi quem mais lucrou! Eu é que sou o vilão! Ora bolas, senhor jornalista!...
O público grita, eufórico: Encore! Encore! Encore!
O mundo inteiro ri de espanto. Portugal sempre à frente, sempre na linha do sucesso!
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