A famosa operação Furacão é assaz complicada e tem teias (tentáculos?) de envergadura nunca sonhada. Logo à partida houve violações de segredo de justiça que complicaram ainda mais a situação. É óbvio que o efeito surpresa é muito importante e, quando foi dado o alerta já toda a «caça» tinha sido espantada...
Agora, a braços com os off-shores e demais adamastores que se vislumbram no horizonte, a Dra Cândida Almeida lamenta-se publicamente das dificuldades do mega-processo. Será que estará na calha mais uma prescrição por impossibilidade de cumprimento de prazos?
Por vezes, até parece que há poderes ocultos a lançarem um ferrete sobre pessoas idóneas e corajosas mas completamente manietadas por burocracias e formalismos que poderão ser, também eles, tentáculos do polvo que se quer investigar...
Recordo aqui um «desabafo»do Sr Alto Comissário Contra a Corrupção, que, quando confrontado por mim devido a uma fuga de documento sob a sua jurisdição se lamentou desta forma: «Não fui eu, foi uma entidade que solicitou o documento sob reserva de sigilo e não cumpriu!»
Quando quis saber quem era o culpado para o processar (era meu direito legítimo) recusou-se a fazê-lo...
Quanto à alegada corrupção, que eu pedi para investigar, a AACC entregou o assunto nas mãos da IGAT. Contudo, os srs inspectores, quando abordaram a questão da corrupção, passaram ao lado justificando que o assunto estava a ser investigado pelo Tribunal da comarca. Ora, isso não era verdade. O tribunal não investigava nada. O que julgava era os termos usados por mim na carta que dirigi ao ACCC. Não investigava a câmara, mas analisava se os termos usados por mim eram injuriosos ou não!!!
Enfim, a AACC foi mero verbo de encher, passou totalmente ao lado da eventual corrupção. Os inspectores idem aspas. Eu fui condenado (pois não consegui obter dados que estavam fechados a sete chaves na câmara... e esta se recusou a divulgar ao tribunal alegando que eu não justificava interesse neles...); o juiz nada fez para os obter. Os termos considerados ofensivos foram: «onde pára o dinheiro?», «há repressão sindical fascizante», «há crimes de lesa-economia», enfim, tapou-se o sol com a peneira de estranhas cumplicidades...
Será que o sol da verdade irá ser tapado pela peneira da prescrição, na operação Furacão?
Perguntar não ofende. Isso pensava eu, mas aquele juiz provou-me o contrário. «Onde pára o dinheiro?» foi considerado insulto...
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