terça-feira, setembro 16, 2008

Comunicação social servil e apologética!



Certa comunicação social tem dois pesos e duas medidas. No distrito do Porto há autarcas que estão constantemente ao colo dos media enquanto outros são ostracizados e marginalizados. Não, não é por causa da governamentalização da informação, há outros factores.
Veja-se o Marco de Canaveses. Quando lá estava Ferreira Torres a comunicação social punha-o nos píncaros, apesar de se saber o que a casa gastava. Agora há uma marginalização total do autarca modelo que lá se encontra.
Recordo um caso, nas vésperas das eleições autárquicas para a câmara de Amarante em que o dito Ferreira Torres conseguiu no JN quase meia página do jornal (lª página de domingo!) e quase uma página inteira no interior só porque levou uns milhares de apoiantes a um jantar!
Fiz uma exposição ao coordenador autárquico do PS e ao secretário geral do PSD. Remédio santo: passados três dias o mesmo JN (talvez fruto de alguma chicotada psicológica!) trazia uma página inteira de ataques à gestão de Ferreira Torres no Marco (efeito de compensação! tal como os árbitros depois de marcarem um penalty forçado compensam a vítima com livres perigosos...).
Vejam-se as reportagens nos dias dos santos populares nalgumas localidades: o presidente da câmara fala, fala, incensa-se e vangloria-se aproveitando para chamar maledicentes e invejosos aos adversários e estes nem sequer têm oportunidade de se defenderem! É isto jornalismo?
Quantos, ao chamarem maledicentes, não sabem que estão eles próprios a serem maledicentes?
É incrível a falta de respeito para com as oposições: Gaia tem sido um caso paradigmático, enquanto o edil-mor fala, narcísica e pomposamente sobre o seu projecto, as suas megalomanias, às oposições nunca é dado espaço compatível com o número de eleitores que nelas confiaram. Que haja diferença de tratamento admite-se, mas que se respeite a proporcionalidade eleitoral, pelo menos.
Não é dar aos presidentes tudo e aos oponentes nada!
Falo acima dos partidos e de paixões sectárias. Falo para o país em geral.
Veja-se o caso flagrante da Madeira: praticamente as oposições são silenciadas pelos media nacionais. Alguém conhece o representante do PCP? E do PS? E do CDS?
Sabemos o que ele Jardim, diz deles: um é o senhor da rua do Surdo, outro é um tal Rodrigues desconhecido, outro é o padreco...

Isto é vergonhoso! A comunicação social é a responsável mor pelo situacionismo reinante e pela falta de alternâncias!

Veja-se o acinte e a petulância de Jardim ao chamar desconhecido ao seu adversário! Não o critica pela sua craveira intelectual ou pela sua postura política, vai ao cerne da questão: o ser desconhecido!!! Ele, Jardim, à custa de uma imprensa subserviente e apologética é mais conhecido que o Papa, os outros, votados a um feroz ostracismo por parte dessa mesma imprensa que o coloca nos altares, que lhe leva o ouro, o incenso e a mirra, medíocre e sabujamente, é criticado por causa do seu pouco mediatismo!!!

É ridículo este status quo!!! ainda não chegou Abril à comunicação social!

Para remate vou contar um segredo: Um dia fui convidado por uma rádio local. Ao chegar, fui abordado pelo responsável que disse ter sido altamente pressionado por alguém ligado à câmara para ter muito cuidado comigo! Até um familiar meu estaria envolvido nessa pressão. Estive para desistir de falar mas disse o que tinha a dizer e ... sempre em tom cordato e atento aos fenómenos adjacentes ao plano político e desportivo, pus o dedo nalgumas feridas. O homem parecia ter suores frios!
Até numa festa religiosa, alguém (a pretexto de poder incomodar o presidente da câmara a minha presença...) veio «exigir» que o meu nome não constasse da lista, depois de me terem pressionado para eu aceitar e tendo eu aceite!!! Nunca mais entrei em festa nenhuma!

É isto a democracia que sonhámos para o regime de Abril?!

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