terça-feira, outubro 24, 2006

PASSAGEM DE TESTEMUNHO













Por motivo de grave doença cardíaca, sou obrigado a suspender a minha intervenção neste blogue.

O meu substituto, mais jovem e mais dinâmico (regressado há pouco tempo de terras de Vera Cruz), irá substituír-me.

Espero que dê continuidade ao desafio a que me propus.

Que a "Volta a Portugal em Poesia"continue, ao mesmo ritmo, tendo agora no selim o impagável MATUSALÉM, são os meus sinceros votos.

"Adeus até ao meu regresso!"

Rouxinol de Bernardim

segunda-feira, outubro 23, 2006

MANUEL ALEGRE: o elixir da resistência!






Em tempos de servidão
não vergou, não se rendeu,
ao poder disse que não
o risco nunca temeu
na trincheira-resistência
foi a voz da liberdade
foi a voz da consciência
contra o medo e a falsidade
votado ao vil ostracismo
não se deixou abater
Alegre foi heroísmo
contra um já senil poder
manteve erecta moral
ostentou viril postura
não confundiu Portugal
com a abjecta ditadura
que a todos entristecia
foi despertador poético
farol de cidadania
de fulgor quase profético
galvanizador sem par
a chama libertadora
sempre ajudou a atear
e foi fonte inspiradora
dos Zecas e dos Fanhais
dos Adrianos, sei lá...
seus poemas, quais punhais
a gente não esquecerá
e quem a História escrever
seja hoje ou amanhã
Alegre não vai esquecer
pra sempre ... resistirá!...
Rouxinol de Bernardim

Vitorino Nemésio: Puro Açor!







Terceirense, da Praia da Vitória
Centelha açoriana foi espalhando
Lá no cosmos das Letras foi brilhando
Estrela rutilante, vera glória!

"Mau tempo no canal", retrato cru
Sem eufemismos, saga bem urdida,
De gente fustigada pela vida
Gente que trata o mar sempre por tu!

Foi multifacetado romancista
Um vero "açor", irónico e trocista...
Poeta com talento original...


Deixou rasto, marcou rumo optimista
Neste nosso universo nacional
Nas Letras é gigante intemporal!

Rouxinol de Bernardim

quinta-feira, outubro 19, 2006

BRASIL E PORTUGAL: Amplexo fraternal!




















Pátrias irmãs, solidárias
No jardim-lusofonia
Tão amigas, tão gregárias
Respiram sã alegria
Procuram afinidades
Pontes, laços fraternais...
Suas duas identidades
Distintas, não são iguais...
A língua elo agregador
Nem sempre ajuda a ligar
Mas é fio condutor
É capaz de multiplicar
As valências positivas
Os anseios mais frequentes
Destas culturas tão vivas
Que projectam estas gentes!
O mar não vai separar
Este amplexo fraternal
Haverá que navegar
Com timão bilateral
E que os grandes timoneiros
Saibam esbater perspectivas
E que sejam os primeiros
A dar boas directivas
Na solução dos problemas
Afastando a crispação
Natural, em certos temas...
Gerando mediação,
Abrindo caminhos novos
Derrubando velhos muros
Unindo os nossos dois povos
Nos desafios futuros!

Rouxinol de Bernardim

quarta-feira, outubro 18, 2006

Antero de quental: o pecado de andar à frente do tempo...









Teus Sonetos reflectem a paixão
Por uma sociedade socialista;
São, por si, a subtil revolução
Na concepção mais pura e idealista!

À frente do teu tempo tu andaste
Pecado capital neste País...
Liberdade, Igualdade, tu pregaste
Utopia? Ninguém ouvir te quis!...

Isolado, mas crente na verdade
Ergueste o facho livre das ideias
Iluminaste a noite-vacuidade!

Liberto das amarras e das peias
Foste de uma exemplar fidelidade
Por isso, muitas almas tu norteias!

Rouxinol de Bernardim

terça-feira, outubro 17, 2006

Angra do Heroísmo, Património da Humanidade!









Álvaro Martins Homem te moldou
E te deu traça fina e majestosa;
Flor do tempo, que o tempo refinou
Embora terceirense... és graciosa!...

Do alto desse Monte Brasil vejo
Esta Angra protectora, hospitaleira
A cidade, magnífico azulejo
Que Deus criou, tão linda e soalheira!...

Solares, fortalezas, um passado
Que enriquece e enobrece a humanidade...
Angra do Heroísmo é chão sagrado
Um templo que respira eternidade!

Gungunhana, herói negro, aqui viveu
Neste terra tão bela e hospitaleira
Angra, com dignidade o acolheu
E lhe deu homenagem derradeira!

Angra já foi governo do País
Muito sangue jorrou cá neste mar
Esta cidade agora é mais feliz
Mundial património a respeitar!


Rouxinol de Bernardim

SALAZAR, O ALGOZ-MOR!









Pôr as contas em dia foi recado
Que cumpriu, na medida do possível;
Pena foi ter ousado no pecado
De se considerar imprescindível!

A princípio era o verbo, em rigor...
Depois... foi a "vã glória de mandar"!
Tornou-se da moral um ditador
Factotum, pau-mandado, sem ter par!

Argamassa e cimento interesseiro
Fez na Igreja e no Estado um casamento
Foi não só o autor, mas o herdeiro...
Gerando corrupção, dor, sofrimento!

Agarrado ao poder, pérfida lapa,
Na rocha da fé-cega era o melhor!
Quis ser padre, ser bispo, até papa...
Foi apenas algoz, o algoz-mor!...

Rouxinol de Bernardim

A Justiça, a Ventoinha e...?!!!









Ventoinha -justiça lança lama
Nas ventas de 'impolutos' dirigentes...
Grita o feroz Hermínio e proclama
Guerra Santa aos juízes "imprudentes"...

Guerra terrível!!! Guerra mediática!!!
Juízes, vós sereis martirizados!
Guerra não só estratégica... mas táctica
Sem tréguas!, sereis todos lapidados!...


Basta de lama!, já chega de empáfia!
Operação "Mãos Limpas" é preciso
Todos nós ficaremos mais felizes!

Vamos erradicar de vez a máfia!
Vampirismo da bola faz-nos riso...
A "bola" está do lado dos juízes!...


Rouxinol de Bernardim

DAMIÃO DE GÓIS: Humanista sempre actual!

De horizontes abertos, humanistas,
Amante do rigor e da verdade
Sanhas persecutórias integristas
Ao Santo Ofício foram, por maldade!

Multiculturalismo era pecado
Ser tolerante, um vício sem perdão!
Hoje, com sectarismo dementado
Temos que exorcizar a Inquisição!

O Fundamentalismo, pandemia
Sem quartel, alastrando galopante!
Religião: bandeira ou só cegueira?!

Damião de Góis foi a voz sadia
Exemplo tão plural e tolerante
Alma pura, humanista e sobranceira!

Rouxinol de Bernardim

segunda-feira, outubro 16, 2006

Pax Julia





Na planície alentejana
És oásis protector
Namoras o Guadiana
E um sol abrasador...
Mariana Alcoforado
Aqui se perdeu de amor
Fogo preso assolapado
A volúpia da soror
Que Beja nunca olvidou
E o povo vê na paixão
Sonho que se eternizou
Por vencer o coração!
Beja, morena mulher
Saudade há no teu regaço
No verão, quando puder
Irei dar-te aquele abraço!...

Rouxinol de Bernardim

domingo, outubro 15, 2006

VEM AÍ O LOOOOO...BO!!!










Lobo assim eu já não via
Nesta selva literária...
Pedagógica alimária
Uiva com rara mestria!
Suprassumo da alcateia
Quando a dentuça arreganha?...
Não se põe nessa peanha
De si não faz essa ideia...
Mas Ómega também não!
Tem autoestima que baste
E não há ninguém que o afaste
De uma feroz convicção...
Uiva forte, quase insano;
Dos princípios não abdica,
E, mais que danado fica
Se alguém o leva ao engano...
Ninguém lhe dobra a cerviz
Na alcateia respeitado
Ele é guia, não guiado!
É lobo de Alfa-matriz!

Rouxinol de Bernardim

José Saramago, o mineiro na mina da História!







"Levantado do Chão" vem
Saramago, bom mineiro;
Pá e pica já não tem
Lanterna?, enjeitou também,
Sua mina é o mundo inteiro!

Mergulha com emoção
Nas galerias da História
À procura de um filão
Quiçá, de filme um guião,
Relíquias de fama e glória!

Vai consultando os anais...
Entretece convincente
Ficção e casos reais
Procura extraír morais
Do passado e do presente!

Sua mina é inesgotável
Pode achar filão-convento
Jangada petrificável
Um Cristo evangelizável
Uma cegueira... com tento!

Jazidas, é o que há mais...
Na mina da nossa História;
Há que procurar sinais
Registos testemunhais
No minério da memória!

Ver o passado é lição
Preventiva do futuro...
Saramago lança mão
Da iníqua repressão
Derrubando ignóbil muro!...

Rouxinol de Bernardim

sábado, outubro 14, 2006

O POLVO-GIGANTE!








Pletórico de energia
Cheio de truques verbais
Ele odeia a poesia
O cifrão? ... Idolatria
Que faz pecados mortais!

Lança tintas despistantes
Perito na camuflagem
São rugidos, são purgantes...
Desculpas mirabolantes
P'ra enganar a marinhagem...

Nos leixões da burguesia
Anda um polvo endiabrado
Come Lazer... quem diria?!
E até corruptocracia
É regabofe pegado!...

Nos concursos, lá no mar
O polvo sai triunfante
Não é veloz no andar
Mas tem artes de fintar
O árbitro num instante!

E o polvo lá vai medrando
Ninguém o apanha, não!
Legislação vai driblando
As redes vai perfurando
Tem a gazua-cifrão!...

Rouxinol de Bernardim

Guerra Junqueiro, a lucidez crítica!







Quando o clericalismo doentio
Comandava o poder que apodrecia
Tu foste um lutador viril, sadio,
Vergastaste com força a hipocrisia!

À corrupção velhaca tu lançaste
Chalaça corrosiva, sem temor...
Ao clero videirinho atacaste
Como alguém que lanceta vil tumor!

Vendilhões desse templo, sem pudor
Denunciaste, rude, com bravura...
Tu, servo dessa vinha do Senhor!...

Ando - Guerra Junqueiro -, à procura,
De alguém com teu perfil demolidor
P'ra destruír o Templo da Censura!!!


Rouxinol de Bernardim

sexta-feira, outubro 13, 2006

Ponta Delgada: Santuário da Diáspora Açoriana!














Gonçalo Velho Cabral
Tu honras com devoção;
Testemunho filial
Excelso memorial
Um preito de gratidão!

Tuas hortênsias tão lindas
Encantam os visitantes...
São cartaz de boas vindas
Carícias de Deus, infindas,
Perfumes inebriantes!...

Maio: o Senhor Santo Cristo
Dos Milagres, tantas curas!...
Movimento nunca visto!
Profano e sagrado um misto
De alegria e fé tão puras!...

Diáspora açoriana
P'lo mundo repartida
Junta-se aqui, a semana,
A mole provinciana
Ao Senhor agradecida!...

Ponta Delgada contém
Íman aglutinador:
Saudade!, sabe tão bem...
Quando se emigra, ninguém
Jamais esquece o sabor!...

Rouxinol de Bernardim

ANTÓNIO VIEIRA: nobilíssima cultura!







Só as árvores frondosas
Dão a sombra protectora;
Mas há sombras bem danosas
Nas mentes vis, invejosas,
De gente caluniadora!

Vieira foi torturado
P'la ignóbil Inquisição,
O Santo Ofício danado
O corrupto braço armado
De Igreja em putrefação!...

Hostil ao poder reinante
Foi-lhe movido a preceito
Grave processo infamante
De perfil bem humilhante
Caricatura ao direito!...

Missionário fervoroso
Aos índios deu liberdade...
Dos colonos, odioso,
Em tempo bem ominoso,
Campeão de heroicidade!

Esta sã cidadania
Que patenteou então
Contra a vil hipocrisia
Da corrupta burguesia
Merece a nossa afeição!

Integérrimo cristão
Contra a corrente lutou...
Seu combate não foi vão
De civismo foi lição
Que Portugal acatou!

Nas Letras foi portentoso!
Sua verbe era um maná!...
Orador prestigioso
Homem íntegro, bondoso,
A História o consagrará!

Rouxinol de Bernardim

quinta-feira, outubro 12, 2006

FUNCHAL: mosaico luxuriante!















Anfiteatro imponente
Maravilha natural
A vinha magnificente
É o orgulho desta gente
É o ex-libris do Funchal!

Cana-de-açúcar também
Viceja luxuriante...
Jardins... vê-los sabe bem,
Tanta beleza contém
A cidade triunfante!

No Carnaval há que ver
Um cortejo majestoso
Moças lindas de morrer
E até o próprio Poder
Dá de si ar bem jocoso!...

O luxo das procissões
Mostra a faceta opulenta...
Da Igreja com seus sermões
De gente com privações
Mas... sempre a Deus tão sedenta!

No futebol, o bairrismo
Ateia fogos sem fim...
Apelos ao heroísmo,
Gente atinge o paroxismo
Da loucura um frenesim!

Rouxinol de Bernardim

terça-feira, outubro 10, 2006

PORTUGAL NO CORAÇÃO!













Um frémito de emoção
Uma fogueira no peito
Portugal é uma nação
Que o mundo vê com respeito!
Portugueses! Ganharemos!
O desafio da História
Todos juntos venceremos
Nosso horizonte, a vitória!
Povo livre e sem mordaças
Povo livre e bem plural
Orgulhamo-nos das raças
Que dão alma a Portugal!
Ancorados no passado
Ao futuro rumaremos
Cada qual é um bom soldado
A batalha venceremos!
Nossa arma, a tolerância!
Nosso escudo é a amizade...
O cravo nos dá fragância
O cheirinho a liberdade!
Unidos sob a bandeira
Verde-rubra, tão plural!
Combatentes na trincheira
Que se chama Portugal!
De mãos dadas, olhar franco,
Só bravura em seu redor
Seja negro ou seja branco
Português é o melhor!
O sortilégio da fama
É chama que nos devora
Portugal a gente ama
Portugal a gente adora!
Venceremos! Venceremos!
Ninguém ouse duvidar
Heróis todos nós seremos
Quando a Pátria triunfar!
Venceremos! Venceremos!
Que ninguém nos leve a mal
E no final cantaremos:
PORTUGAL É PORTUGAL!!!

Rouxinol de Bernardim

domingo, outubro 08, 2006

Caldas da Rainha: Arte & Génio!





















Dona Leonor, a rainha,
Acrisolada afeição
Pelas Caldas ela tinha
E, sempre que aqui vinha
Era uma festa... um festão!

As ruas engalanadas
Gente feliz e contente,
Janelas embandeiradas
P'las vielas e calçadas
Era sempre um mar de gente!

Columbano aqui deixou
O seu génio de pintor;
A terra o perpetuou
E um museu cá implantou
Em sua honra e louvor!

Caldas da Rainha tem
Esse inspirado Malhoa,
Que o mundo conhece bem,
Retratou como ninguém
Esta gente sã e boa!

Zé Povinho aqui nasceu
Bordalo Pinheiro o fez,
Com empatia cresceu
Todo o País o fez seu
Com orgulho e altivez!

O Rafael nem sonhava
Que este barro refulgente
Que o povo representava
Também o imortalizava
A si, na alma da gente!

Rouxinol de Bernardim

sábado, outubro 07, 2006

INÊS DE CASTRO, as lágrimas perduram...












No seu ninho de amor Inês cantava
Com seus filhos, tão puros relicários...
Mal sabia que o fim bem perto estava
Às mãos de três carrascos sanguinários!

O Estado tem razões, bem vis, cruéis,
Há monarcas tiranos, dementados,
Julgam-se Deus, mas são apenas reis
Mas no reino do amor... uns deserdados!...

Lágrimas de Inês brotam dessa fonte
Que jorrará sem fim, eternamente,
Mostrando ao mundo a força do Amor!

Inês foi mar, foi rio, foi ponte,
Foi vulcão, foi magma incandescente,
Lírio campestre, pura e excelsa flor!

Rouxinol de Bernardim

quinta-feira, outubro 05, 2006

DELGADO, um halo de imortalidade!









Libérrima e altiva Liberdade!
Precisas de uma simbólica bandeira,
De estandarte que dê perenidade,
Da heroicidade lusa, digna herdeira?


Não procures lá fora, no estrangeiro,
Figura desgastada, de outra era,
Temos um português, de corpo inteiro,
No inverno quis dar-nos primavera!!!


Morte física nunca faz morrer
A mística, o halo imaculado,
De um mito que está sempre a renascer!


Liberdade!, teu rosto foi achado!!!
Num Homem que por ti soube morrer...
Esse Homem foi Humberto, foi Delgado!!!

Rouxinol de Bernardim

quarta-feira, outubro 04, 2006

SETÚBAL, terra de Bocage e... de Mourinho!






















No céu, Bocage faz uma petição a Deus



PETIÇÃO

O céu não pode ser uma prisão,
Esta claustrofobia me soterra...
Vou fazer-Te esta humilde petição:
__Me deixa dar um salto à minha terra!

O Sado quero ver, bem de pertinho,
Um robalo pescar, nas suas águas,
E o Vitória apoiar, mai-lo Mourinho,
Que aos ingleses tem feito carpir mágoas!...

Te prometo as donzelas não tocar,
Esse tempo já passou e me causou
Mil tormentos; não vou prevaricar!

Meu ser se evaporou e no céu estou
Há já duzentos anos a penar!
Foi um inferno o tempo que passou!!!

DEUS, ENTÃO, DISSE:

Tu criticas o céu?! Que ingratidão!!!
Aqui, eternamente vais ficar,
Indefiro já reles petição!!!
Precedentes, jamais irei criar!...


Na Terra, nesse reino do pecado,
Só torpe vilania e corrupção...
O diabo 'inda impera, esse safado,
Continua a mandar, sem remissão!

Bocage cá no céu irá ficar
  E,-palavra de Deus!- eu te direi:
Bilhete de ida e volta jamais dei!

Ir à Terra? Jamais consentirei!!!
O Mourinho tu ias apoiar?!!!
O que ele quer, eu sei: o meu lugar!!!

terça-feira, outubro 03, 2006

Évora, cidade museu!



















Imponente e majestosa
na planície alentejana
ex-capital gloriosa
do seu passado se ufana!
Templo a Diana é relíquia
de passado esplendoroso
que o progresso, força iníqua,
olha com ar desdenhoso!
Agropecuária é fonte
de riqueza colectiva,
o dinamismo é a ponte
e alma cooperativa!
Preservando o seu passado
sem saudosismos letais
esta gente, lado a lado,
p'rá terra quer mais e mais!
Aqui, Abril começou,
também a Restauração,
jardim onde germinou
a flor da libertação!
Matusalém

segunda-feira, outubro 02, 2006

ALEXANDRE HERCULANO






Pai do municipalismo
tinha visão social,
verberou clericalismo
com lucidez magistral.
Em Vale de Lobos vincou
a paixão de agricultor,
aos olivais dedicou
seu saber e seu amor!
Da História de Portugal
foi cultor-protagonista;
feroz anticlerical
foi cartista-reformista.
Paladino da instrução
de reformas sociais
marcou sua geração
tomando opções bem frontais!
Na Europa peregrino,
da enfiteuse apologista,
bandeirante do ensino
visionário futurista...
Pena e espada, lado a lado,
viveu sempre em plenitude
a todos deixou legado
de integridade e virtude.
Crente em Deus, profundamente,
aos padres tinha aversão,
publicou "Harpa do Crente",
crítico... mas bom cristão!
Farpas ao poder reinante
a sua obra contém;
do civismo militante
um homem de honra e de bem!
Agricultor premiado
e grande olivicultor;
foi a pena, foi o arado,
do progresso um precursor!
Herculano historiador,
Culto, probo e rigoroso,
da verdade um provedor,
na escrita, meticuloso!
Matusalém

SANTARÉM















Scalabi Castro romana,
do Tejo, Portas do Sol,
és jóia bem lusitana
a cimeira no teu rol...
Na Feira Agrícola dás
imagem bem progressista
que a todo o Portugal traz
fé desenvolvimentista...
Salgueiro Maia aqui jaz
de Abril expoente-mor
homem vertical, que faz
Santarém 'inda melhor!
Do Ribatejo a princesa,
de Cabral último lar,
és lezíria portuguesa
que o Tejo teima em regar...
O teu passado se espelha
na alma dos monumentos
brilha ainda, qual centelha,
alma dos Descobrimentos!
Matusalém

domingo, outubro 01, 2006

Manoel de Oliveira, decano orgulho da grei!







Do cinema é um decano
Tem pose senhorial
Jovem e se não me engano
Sem idade... intemporal!
Quantos jovens, por aí,
Já trôpegos, nas ideias,
Deviam olhar p'ra si
Sem tabus, sem velhas peias!...
Há jovens envilecidos
Velhacos!, vê-se nas frontes!...
Vegetam entorpecidos
Uns verdadeiros gerontes...
Manoel é raça pura!
Luso da sétima arte,
Mostra a face da cultura
Nacional em toda a parte!
Manoel é embaixador
Vinho do Porto de lei,
Um gigante adamastor
Orgulho da nossa grei!
No cinema nacional
Imperador honorário...
De porte intelectual,
Do bom gosto bastonário!...
Que ultrapasse o centenário,
No Porto, ou em qualquer parte,
Desejo ao "missionário"
"Monstro" da sétima arte!
Uns tantos... na flor da idade,
Fora do prazo já estão,
Perderam a validade
Aguardam a "extrema-unção"!!!

Matusalém