quinta-feira, janeiro 31, 2008

Corrupção & Bom Senso...


A corrupção não é exclusivo da esquerda nem da direita. Nem o centro está imune!
Que não sirva de arma de arremesso partidário.
O que está na génese da corrupção?
Sejamos lúcidos e sensatos: ela sempre existiu e continuará a existir, por mais caça que se lhe dê, por mais legislação que se elabore, por mais repressão que sobre ela incida.
Neste momento fala-se muito. Eu, já há mais de trinta anos que venho verberando a permissividade de leis que fomentam o prosperar deste cancro que ameaça os alicerces do próprio regime. Ela não é exclusivo da esquerda, nem da direita. Ela percorre todo o leque político-partidário com desenvoltura e atrevimento.
Há que a encarar com seriedade, com prudência, sem justicialismos populistas. Há que ir à génese das coisas: o parlamento. É lá que mora o pecado original!
Muitas vezes os próprios juízes vêem-se manietados por legislação ambivalente que é mais propensa a castigar o denunciante do que o prevaricador. Há estatuição mas não cominação suficientemente coercitiva, tornando certas leis inexequíveis. Há mil e uma maneiras de dar a volta ao texto, como se diz na gíria. O que é facto é que há quem se aproveite dessa ambiguidade, dessa falta de transparência.
Na Madeira, a possibilidade de os deputados serem detentores de firmas de construção civil com negócios de milhões com o Estado, é algo de aberrante e eticamente inconcebível. Os sinais exteriores de riqueza (de alguns) são evidentes e ostentatórios. Há que acabar com esta promiscuidade.
A situação de alguns governantes darem benefícios avultados a certas firmas e, pouco tempo depois, aparecerem como líderes delas é algo que merece ser investigado. Lá que não cheira muito bem não cheira. A mulher de César além de séria tem que ao menos parecê-lo...
A situação aberrante de nalgumas câmaras (não se pode generalizar) alguns terrenos (adquiridos por «testas de ferro» de algum decisor político) serem valorizados de forma escandalosa, por alterações cirúrgicas ao PDM, deve ser algo susceptível de merecer aprofundada investigação.
A utilização de «off-shores» para fins de evasão fiscal, manipulação de mercados, financiamentos partidários ou branqueamentos de toda a ordem, é algo que deve ser investigado a sério, doa a quem doer.
Certo laxismo ou falta de vontade política no aprofundamento dessas investigações será o corolário de certos financiamentos partidários? Será fruto de investimentos maciços em campanhas eleitorais? Será que a alegada «falta de meios» é sinónimo, isso sim, de falta de vontade política?
Estas interrogações são o cerne da democracia, são o que vai no íntimo de todos os portugueses de boa fé e de recta intenção.
Pede-se apenas:
Vá-se ao fundo das questões.Aprofunde-se a origem do mal e punam-se os responsáveis. De paliativos estamos fartos, de piedosas intenções está o inferno cheio!

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Preparação carnavalesca!... o Rei discursa!


Julgando-se o umbigo do mundo ele aí está, com todo o esplendor, com a verborreia mais destrambelhada, com o cinismo elevado ao máximo expoente, o bom senso entre parêntesis, o paternalismo bacoco como denominador comum...
«Há sempre um Portugal desconhecido que espera por si!»
Portugal tem a paisagem física, a paisagem monumental, a paisagem humana. Esta, de elevado teor histriónico, por vezes, revela-se digna de antologia. Patética, mesmo.
Num jantar em Castro Marim, no Algarve, o conhecido político que passa a vida a dizer que quer «mais autonomia!» vem cercear e coarctar a autonomia dos seus próprios correligionários...
Diz ele na sua, que «até ao fim do ano» os militantes do PSD não devem lançar «baboseiras» nos jornais, fazer jantares «conspirativos», enfim, devem deixá-lo só a ele, no ar, fazendo a figura de rei-sol a que já nos habituou. Os outros, os planetas que gravitam na órbitra do seu partido, devem manter um prudente silêncio de Conrado, pelo menos até ao fim do ano. Enfim «baboseiras» ficam só a cargo dele e de alguns que afinem pelo mesmo diapasão.
Querer controlar os outros sempre foi sua obsessão. Controlar os próprios militantes do seu partido, ou melhor, querer subordiná-los ao seu « diktat» de momento, é algo de pouco democrático e que revela o que vai naquele sub-consciente.
A regionalização, que já foi bandeira hasteada pelo PSD (quando Helena Roseta era a directora do Povo Livre e Cavaco fazia profissão de fé nesta condição inserta na Constituição da República), volta agora a ser desfraldada aos novos ventos. Esteve «enterrada» («entre-parêntesis»?) durante largos anos, mas agora, por questão de oportunidade, volta a emergir na cena política.
Ele, paladino da regionalização, da descentralização, da desburocratização, entoa o hino regionalizador como se fosse uma epopeia. Alguns habitantes da Madeira sabem bem que ele veste a farda da autonomia para tirar dividendos dela. Na Madeira quer a autonomia só para ele e seus acólitos. Ali, a concentração de poderes é a fórmula secreta que permite a perpetuação no poder, é o «abre-te sésamo» da oligarquia reinante. Não dá autonomia a ninguém. Está quase tudo condicionado ao poder do seu ego omnipresente!
O Carnaval aproxima-se. A ânsia de protagonismo que lhe é peculiar emoldura-lhe o discurso, dá vazão à sua inigualável veia histriónica, faz com o o próprio Rei Momo se sinta condicionado pelo seu génio, pela sua verbe, pelo seu carisma, pela sua hiperbólica postura social.

domingo, janeiro 27, 2008

Holocausto - 63 anos passaram!


«Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança»!!!
Quem diria?!
Foi no dia 27 de Janeiro de 1945 que o campo de concentração de Auschwitz foi libertado. O mundo ficou estupefacto com o rol de atrocidades cometidas sobre judeus e algumas minorias que cairam sob a alçada despótica de Hitler, Goering, Himler e tantos outros «iluminados» que pretendiam criar uma raça mais «pura», um mundo mais «perfeito». Para tal engendraram os «laboratórios» como Dachau, Treblinka, Bergen-Belsen, Buchanwald e tantos outros, onde a imaginação não tinha limites no tocante ao extermínio e massacre de homens por outros homens.
Durante o desenrolar da guerra os comentários sobre estes campos surgiam, amiúde, encapotados por medo e quiçá por uma certa sede de «vingança» por parte de alguns católicos, pois os judeus eram considerados os carrascos de Cristo. Daí, supõe-se, um silêncio tácito da parte da hierarquia da Igreja católica. Mais tarde, João Paulo II, em nome da dita IC haveria de se penitenciar... Era tarde demais. A IC anda sempre a reboque. Nos momentos difíceis, quando a corrupção e o arbítrio imperam, ela abriga-se debaixo da asa protectora dos carrascos... É vê-la, hoje em dia, ao lado de «Jardins» e quejandos, que ferem a sensibilidade de qualquer democrata lúcido e consciente. O termo «fascista», por vezes, é demasiado redutor...
Era vê-la, ao lado de Pinochet, esse carrasco beato que gostava muito de Te Deums, mas que era um torcionário da pior espécie. Era vê-la ao lado de Videla, esse monstro que perseguia até à morte os adversários políticos. Era vê-la ao lado de Salazar e Franco, sempre atenta, veneradora e obrigada. Sempre politicamente grata, sempre usando o púlpito (e a homilia dominical, para tecer hossanas e cantar panegíricos aos ditadores do momento).
Havia um candidato a presidente de câmara que não era casado pela Igreja e mereceu severas críticas dos padres, por esse facto irrelevante. Depois, passou a exercer o poder, passou a dar chorudas mordomias aos ditos cujos e passou a ter «fumos de santidade», passou a ser candidato aos altares. Esse grande «taumaturgo» que se passeia pelo mar de Beiriz como Cristo passeava sobre o mar Morto... impunemente, miraculosamente, tem tiques antidemocráticos notórios.
Os holocaustos, ainda que em pequenas proporções, aindam existem. As perseguições, ainda que por vezes apenas feitas pela «cachorrada» menor, ainda são o pão nosso de cada dia... há quem persiga usando a família, os amigos, o poder do dinheiro...
Hitlers há-os em potência em muitos locais. Precisam que a impunidade seja total (e não parcial) para que levem avante a sua «Solução Final». Neste momento, é apenas o tribunal, mas criando-se as condições para tal, poderão ser muito piores...
O Holocausto existiu e é preciso avivar sempre a memória das novas gerações. Para quê?
Para que se veja a génese do processo. Para que se saiba que começou na degenerescência da justiça e acabou na impunidade total.
Esquecer é permitir o afloramento de um caldo de cultura onde a impunidade seja o denominador comum. Esquecer é destruír as defesas do organismo social contra as pandemias totalitárias que espreitam em qualquer localidade. Se calhar, nalgum local perto de si.

Regenerar Abril!




Há corrupção em altas figuras do Estado?
Saia mais um «rigoroso inquérito!»
Regenerar Abril ! Urgente!
Seara de Abril, tão bela,
Perdeu o viço e o fulgor;
Vejoa-as da minha janela:
Ervas daninhas! Que horror!
Há que te regenerar
Doa lá a quem doer,
Corrupção erradicar
Transparência oferecer!
Abril, doente e sem alma
Pasto de clientelismos...
Ó povo pensa com calma
Não caias nesses abismos!
O passado está de volta
Com seus mitos e fantasmas;
O Estado Novo à solta
Revestido de miasmas!
Caciques já viciados
Em esquemas tão putrefactos
Vorazes vermes alados
Bem pior que carrapatos.
Sanguessugas anafadas,
Corruptos, bem colunáveis,
No povo, sempre montadas:
Vampiros insaciáveis!
Abre os olhos zé povinho!
O regime abastardado,
No abismo vai caindo
E tu , vais sendo arrastado...
Purificar Abril, já!
Regenerar, se assim for,
Construír o amanhã
Ao pão tirar o bolor!
Eles fizeram de Abril
A coutada dos madraços
De arruaceiros covil
Camarilha de palhaços!
Zé povinho, abre a pestana!
O regime apodreceu
Já perdeu a tramontana
Abril... já «anoiteceu»!
Na justiça é o cifrão
A cantar, todo gaiteiro..
Na Saúde? um «apagão»!
Só vê luz... quem tem dinheiro!
E, perante este cenário,
Não há mais tempo a perder:
Regime é suicidário
É reformar ou morrer!!!
Autor: Joteme
Publicado em 14.04.2006 in JN
(Rubrica Desabafe Connosco)




sábado, janeiro 26, 2008

Diálogo de Civilizações




Matiano Rajoy não vê com bons olhos certas personagens...
O fundamentalismo existe e continuará nas mentes dos fanáticos...
Fanáticos não são só muçulmanos.
No dealbar do sec xxi assistimos ao ressurgimento de teocracias belicistas que fazem lembrar a Idade Média. A santificação do martírio, a guerra santa, a cruzada, a globalização como meta a atingir por todas as religiões, são fenómenos da era hodierna sobre os quais importa meditar.
O diálogo de civilizações impõe-se. Há que fazer cedências e actos de contrição da parte de todos nós. Há que mergulhar no passado, nas bestializações da Inquisição, nos horrores do Santo Ofício, nas prepotências cometidas em nome de Deus, e, com prudência e sem dogmatismos, tentar aplanar caminhos, desmistificar sacralizações, aprofundar o diálogo entre as civilizações.
As religiões são factores de litígio, alvo de críticas acerbas, mote glosado por vários doutrinadores sociais. A eclosão das teocracias com pendor belicista (sobretudo de origem muçulmana, mas não só...) obriga-nos a repensar a sociedade e os códigos de conduta. Há que estar atento pois todos poderemos ser esmagados por doutrinas totalitárias que, sob a capa protectora do sacro, mais não visam que subjugar o homem por outro homem.
Actualmente em Madrid, Mariano Rajoy (do PP) insurge-se sobre a qualidade de alguns intervenientes na causa. Será que um laico não pode inserir-se nesse movimento de pacificação?
Pessoalmente julgo que sim. Um laico tem até mais credibilidade para ser árbitro isento de uma causa onde a paixão exacerbada costuma ser o pano de fundo, o fanatismo o cemitério de todas as tentativas de aproximação.
O traumatizante litígio entre palestinianos e judeus, que se prolonga indefinidamente no tempo, poderá ser a parte visível de uma luta de «multinacionais do turismo religioso» que se digladim por conquista de espaço para ganharem poder e dinheiro à custa da religião. É aberrante o prolongar desta guerra estúpida e sem sentido.
Admiro os laicos que sentem a necessidade de intervir para cortar o mal pela raiz. Eles poderão sentir o que leva o médico a tentar curar determinadas doenças. Eles poderão ter a paixão dos cientistas que pretendem descobrir vacina contra a sida, o cancro, as pandemias mais diabólicas.
Sejamos lúcidos: estas exteriorizações de alguns fanáticos religiosos são sintoma de doença, de patologia social grave, e é nesse domínio que se deverá actuar. O mundo precisa de saúde (sinónimo de Paz) e não de doença (sinónimo de belicismo).
Cada vez assistimos a aproveitamentos da fé dos crentes para a exploração, para a venda de armamentos, para o culto patológico de um mercantilismo obsceno. Há que olhar em profundidade. Há que ir à génese das coisas. Os ingénuos úteis vão no engodo, são carne para canhão, são marionetas simplórias nas mãos dos timoneiros da barca fundamentalista.
Guerrear, lançar bombas, matar em nome de Deus também foi prática da Igreja Católica ao longo dos tempos. Temos que ser tolerantes para esta aberração que agora eclode com mais exuberância, mas que irá passar com o tempo, com leituras mais benignas dos livros sagrados, com abordagens mais lúcidas das realidades. Há que dar tempo ao tempo.
Estes diálogos inter-civilizacionais são úteis se desdogmatizados, se descarnados de fanatismo puro e duro. O laicismo poderá ser um árbitro lúcido e inteligente, uma barreira ao cego culto do belicismo como caminho de salvação.
Fazendo uma retrospectiva das religiões nós concluímos que os excessos que hoje nos parecem um pesadelo eram naturais à luz daqueles tempos. A escravatura foi uma instituição perfeitamente tolerada, a raça negra foi durante séculos considerada inferior, a mulher ainda hoje é considerada (mesmo pela religião católica) como tendo um estatuto inferior ao do homem.
Às vezes nem nos apercebemos destas injustiças flagrantes. Por que é que uma mulher não pode ser sacerdotiza? Será que Deus deu maior «condão» ao homem? Será o «falo» esse requisito de superioridade? Deus, Ele próprio, será o Pai ou a Mãe da humanidade?!
Estas aberrações hão-de acabar, o tempo será o melhor remédio. Até lá saibamos abrir o caminho do futuro com clarividência e sem dogmatismos estultos.
Admito que possa estar errado, mas julgo mais pertinente entregar a tarefa dialogante a pessoas como Mário Soares ou Jorge Sampaio do que a um cónego Melo ou alguém de perfil similar.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Democracia e postura republicana.


«Há nalgumas comarcas, autênticos condes e marqueses»...
É sabido que a democracia tem virtualidades mas também defeitos. Nenhum regime é perfeito.
Este, digamos que é o menos mau. Contudo, há que estar alerta e corrigir os vícios e as situações menos transparentes que poderão conduzir ao défice democrático.
No estertor da monarquia houve dois factores que, paralelamente aos adiantamentos para a Casa Real e face à crise económica então vigente estiveram na génese da impantação da regime republicano.
Havia uma enorme promiscuidade entre a monarquia e a justiça, a ponto de uma dualidade de tratamentos flagrante. Os burgueses abastados e os nobres tinham tratamento privilegiado na instãncia judicial.
Hoje assistimos (só não vê quem não quer) a uma dualidade de tratamento configurando até uma
certa dicotomia pouco benigna e nada compatível com um regime democrático e mais parecendo estarmos em monarquia. Os detentores de poder (local, central, económico-financeiro) são olhados com deferência na esfera judicial, dando azo até ao comentário supra-referenciado provindo de quem merece a maior credibilidade.
Isto não pode continuar assim. Há que corrigir tais excessos que não dignificam a Casa da Justiça. O actual bastonário da Ordem dos Advogados, mau grado certo populismo na linguagem, tem dado azo a comentários acerados sobre a postura de certos agentes da Justiça. Toda a gente lhe parece dar razão, pois todos já sentimos, uns mais outros menos, esta situação de injustiça flagrante.
Outro vector que importa referenciar, por ser de elementar justiça fazê-lo, e contribuíu para a queda da monarquia (e quiçá para uma certa animosidade, também excessiva... a seguir ao derrube da dita ) foi o comportamento da Igreja face ao regime. Era evidente que as classes nobres e as classes possidentes estavam umbilicalmente ligadas; havia um conúbio de interesses que extravasava e se reflectia em diversos patamares da sociedade) gerando natural desconforto para quem era marginalizado.
Agora, é fácil constatar este tipo de comportamentos destas duas entidades: justiça e clero. Aos olhos do povo, estão no pelourinho, sem dúvidas. É vê-las de braço dado com o poder vigente (sobretudo a nível local e na RAM, onde pontifica um homem que se transferiu de armas e bagagens do antigo regime para este... adaptando-se mimeticamente como o camaleão a ambos os ambientes!), assumindo publica e orgulhosamente, posturas pouco éticas (quiçá condenáveis), práticas mais apropriadas de um régulo ou de um soba do que de pastores da Igreja.
Não vale a pena apontar nomes. Todos conhecem essas eminências pardas que vêm perorar nos jornais e nas TV's, quais Rasputines da nova era.
Enfim, um certo czarismo de perfil cinzentão mas bem berrante no estilo espalhafatoso.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Os «jardins» da vida airada...


Tantos «jardins» por aí... e não são flores que se cheire!
Portugal rumo ao abismo
Vai indo sem remissão;
Cada vez mais pauperismo
A miséria em expansão!
Fraude e corrupção a rodos
Na banca que nos esfola...
Qualquer dia vamos todos
Viver só a pedir esmola.
Andam p'raí uns «jardins»
A bater co'a mão no peito,
Maozinhas de querubins
Roubam a torto e a direito!
E... quem deles disser mal
Denunciar seus pecados
De certeza, ao tribunal
Vai malhar co's costados!
Só «vícios processuais»,
As corrupções evidentes,
Parecem puras vestais
As «megeras» indecentes!
Lá vamos cantando e rindo
Nunca se viu coisa assim:
Pelos «jardins» vamos indo...
Roubados!, roubados sim!
Nota: desta vez as «flores» não são aquelas que usam um perfume «idiota»... só quem quiser, leviana e abusivamente, fazer uma interpretação assaz extensiva do texto... Abusos desses não permitirei! Haja um resquício de decência!

quarta-feira, janeiro 23, 2008

A Mafia assumida com orgulho!



Quem pensasse que A J Jardim iria ficar indignado com o outdoor do PND ficou redondamente enganado. Ele assume a sua inclinação mafiosa com orgulho. Ele não renega o seu modus operandi nem a sua idiossincrasia.

Mas o que é bem mais grave é a propagação deste comportamento um pouco por todo o Portugal, como se fora uma papoila em seara alentejana. Este tipo de praxis começa a ser apontado como um paradigma, como a quinta-essência, como algo de lógico e de inevitável.

Alastra como a sida ou qualquer outra pandemia, sem que haja uma medida preventiva, uma acção profilática da parte de quem deveria tomar providências.

E porquê? Porque a ética e o escrúpulo passaram de moda; ninguém tem moral para apontar seja o que for porque mergulha no lodaçal da promiscuidade; quem o não faz, por princípio, por escrúpulo, é logo apodado de «invejoso», «maledicente», quando não, de «louco»!...

O que se passa na justiça na Madeira é criticável, mas... e nalguns locais deste país?

Há um clima de impunidade total. Há a convicção de que só assim se ganham eleições. Só vendendo a alma ao diabo se consegue o céu do poder!

Vejam-se os sinais exteriores de riqueza de alguns magistrados. Analise-se o crescimento patrimonial de algum clero. Alguns professores entram na política, mas quando saem

ostentam sinais inconfundíveis sobre a forma como exerceram o seu magistério...

Ainda há dias afiançava uma senhora da judiciária (alto responsável) que nas autarquias o mal (corrupção) era generalizado (ou seja, ia da base à cúpula da pirâmide hierárquica).

Noutros tempos o presidente da ANMP viria à liça exigir explicações, mas agora já nem se dá ao cuidado de o fazer.

Jardim é apenas a parte visível do icebergue. O grande mal é que eles já pululam e dominam a superestrutura jurídico-política como se fosse um cancro irreversível. Até quando?

A resposta pertence a todos os portugueses de bom senso e com vergonha na cara.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Diálogo com Eça de Queiroz

Na Póvoa de Varzim Eça de Queiroz ainda é figura tutelar. Sê-lo-á sempre.
__ Meu caro Eça, será que a vida quotidiana dos portugueses vos interessa?
__ Sim, e muito. Sinto que os comentários que fiz in illo tempore continuam actuais, fazem tantas citações das minhas obras que julgo ser intemporal. Para meu bem e meu mal...
__ Será que as pessoas não mudaram mesmo nada?
__Claro que mudaram. Nalguns casos para bem pior. Estão mais refinadas na sua hipocrisia, mas a choldra é sempre a mesma.
Assim começou este diálogo interessante. Era noitinha, a tarde tinha sido soalheira embora fria. Tempo de ananases não era propriamente - como diria o Eça - mas um sol de inverno retemperador e capaz de recarregar baterias. Falámos de tudo um pouco. De política, de religião, de futebol e... de jornalismo. O tema interessou sobremaneira o genial escritor. Eis algumas tiradas que respigámos :
__ O jornalismo reflecte a saúde (ou a doença) da nação. Nele se plasma o que de bom e mau tem o país. É uma amostragem fidedigna. Vejo actualmente três categorias de jornalistas: os que vivem sempre a criticar os vícios do regime e da sociedade em geral, os que passam a vida a dizer mal desses, e, em simultâneo, a bajular as instituições e... uma terceira categoria, a dos que metem a cabeça na areia e, com medo de serem politicamente incorrectos, com medo de perderem mordomias, se refugiam no passado, contam mil-e-uma estorinhas sobre coisas de antanho, recheando tudo com alguns ditos e anedotas que não ferem os políticos ou os senhores que mandam actualmente... é fácil de identificar esta tipologia. Há-a em todas as localidades.
__Só essas três categorias?
__É claro que há mais, mas estes tipos são paradigmas, são exemplares mais marcantes de uma geração. Sei que há também os que só falam de futebóis, de vida cor-de-rosa, de finanças, de economia, de religião e outros temas sempre pertinentes, mas aquelas três categorias são as mais marcantes, as que definem o tipo de jornalismo vigente.
__ Em qual delas se revê?
__Sempre fui homem de REALISMO. Nunca me refugiei na passado para não enfrentar o presente. Nunca usei a bajulação, a sabujice, para mostrar galões ou impressionar os mandantes do meu tempo. É óbvio que, predominantemente, me revejo no primeiro escalão: na trincheira dos que combatem as violências e os desmandos do poder, seja ele qual for. Sempre fui um jornalista (e escritor) de intervenção...
__Mas isso hoje em dia é mal pago, pouco estimulado. Hoje fazem-se livros a bajular governantes, grandes empresários, grandes jogadores de futebol, grandes rainhas do jet-set, grandes autarcas... isso é que rende, isso é que dá reputação. Falar de gastronomia, de locais de veraneio, de sítios para jogar... para amar, pescar, repousar, isso é o que está na moda.
__É óbvio que no meu tempo também havia isso. Os engraxadores sempre existiram, os aduladores da corte, os que incensavam as «augustas personagens» para terem algo a que se estribar. Simplesmente nunca atingiram a posteridade. Foram sempre ratos da corte, toupeiras do clero, rãs vaidosas coaxando no charco da mediocridade. Aqui na Póvoa vejo algumas rãs todos os dias... algumas até se atribuem a si próprias um coaxar queirosiano!!! Suprema petulância!
__Mas acha que só dizer mal do poder é que dá dignidade aos jornalistas? Não será uma visão redutora?
__É claro que não. Mas como é mais fácil elogiar e lançar panegíricos aos quatro ventos, reconheço o mérito dos que, sujeitos a mil-e-uma vicissitudes são capazes, têm a coragem de cortar a direito e dizer as verdades quando elas se impõem e ninguém quer assumir o odioso de as dizer. Recorda-se daquele meu dito «cão lírico ladra à lua... cão realista agarra o melhor osso»?
__ Está a defender o «cão realista»? Era uma apologia da corrente que se ia impondo no momento... o realismo.
__Nem sim nem não. O «cão lírico», por vezes, é o que tem razão, o que sabe que não tem o beneplácito do poder, mas mesmo assim uiva feroz contra a prepotência e o arbítrio reinantes. Ele sabe que não pode, de per si, mudar o mundo, mas tenta. Pelo contrário, o «cão realista» é o que se sujeita ao «osso» do poder e é capaz de morder o «lírico» só para ganhar mais um osso...
É o acomodado ao situacionismo.
__Mas o «lírico» pode morrer à fome... enquanto o «realista» prospera e tem mordomias sem conta...
__Tem razão, rouxinol. Olhe o Camões, deu tanta bordoada nos nobres, nos opulentos, e quase morreu de fome, enquanto outros, bem mais medíocres, mas bem mais «realistas»...
A conversa prosseguiu, noite adentro, a lua por companheira e testemunha fiel deste diálogo franco e aberto com uma das figuras cimeiras da nossa cultura. Sempre actual, sempre acutilante, sempre dentro das realidades, este homem de letras que enobreceu a Póvoa de Varzim, Portugal e todos os portugueses.

«Portugal é um manicómio em autogestão!»

Estes três são casos únicos de lucidez, de seriedade, de honestidade intelectual e probidade. Riem-se do Continente e ... vão pensando na Independência...

O «Grito de Ipiranga» já esteve mais longe, a olhar para o discurso inFLAMAdo de Jardim, ainda há bem pouco tempo, ameaçando, de novo, a secessão!




«Portugal é um manicómio em autogestão!»


Esta frase foi proferida por alguém no pós-25 de Abril. Correu mundo e procurava anatematizar tudo o que acontecia neste jardim à beira-mar plantado. Cometeram-se excessos, foram feitas afirmações a raiar a loucura, a comunicação social procurava ser original e demarcar-se do cinzentismo do antigo regime.

Recordo-me que o então arcebispo de Braga foi mandado despir no aeroporto sob suspeita de tráfico de droga e/ou pedras preciosas; suspeitava-se de tudo e de todos; Otelo ameaçava os «ricos» de os colocar todos no Campo Pequeno; enfim, o país vivia em sobressalto permanente.
Os boatos proliferavam como cogumelos , as notícias eram contraditórias, havia desmentidos a todo o momento.

A poeira assentou. Os jornais e TV's começaram a ser menos espalhafatosos. O comedimento passou a ser a norma.

Mas ainda há, por vezes, uns surtos epidémicos de sensacionalismo.

Há dias uma criança morreu a caminho de um hospital. Os pais reconheceram que ela estava muito mal, a esperança de sobrevivência era remota. Mas... e há sempre um «mas» nestas coisas do sensacionalismo, o momento era propício a lançar mais um alarmismo. A política do ministério da Saúde, com todos os incómodos que está a gerar junto das populações, também tem sido mote para arma de arremesso no combate político.

Vai daí, toca a dizer-se que a criança morreu por causa do ministro, por causa das medidas de austeridade (polémicas, mas, segundo o próprio Jorge Sampaio, necessárias e «corajosas»...), enfim, o cadáver de uma criança a ser lançado como arma de arremesso, como aríete à cara do ministro.

Uma coisa é certa: a política da Saúde é da responsabilidade de todo um governo, de toda uma equipa que, apesar de tudo, continua a não ser muito penalizada nas sondagens . Por que será?

Porquê?!!

Porque a oposição é medíocre. Porque os argumentos ostentados pelos candidatos ao poder são paupérrimos e de uma infantilidade arrepiante. Dir-se-ia :«pior a emenda que o soneto»!

Menezes quer, segundo afirma aos quatro ventos, «desmantelar» o Estado. E quer fazê-lo rapidamente. Tem uma fúria privatizadora que precisa de toneladas de Prozac para acalmar, usa terminologias aberrantes para catalogar o governo e não diz absolutamente nada sobre o que pensa fazer no concreto sobre temas candentes. É bombástico, mas oco e demagógico!

Enfim, o «manicónio em autogestão» está aí para as curvas. E Menezes não apresenta melhorias em relação a Sócrates. Que esperar de Portugal?

Será que o único com carácter, com uns resquícios de lucidez, ainda é o sensato «Napoleão de hospício»? - como o catalogou de forma arrogante, João Salgueiro, no congresso da Figueira da Foz... que acabaria por vencer?! Esse sim, parece manter os neurónios em excelente forma. Até ver...

sábado, janeiro 19, 2008

Bem prega Frei Tomás...

Sob os auspícios de Leão III, a Encícilica «Rerum Novarum» procurou estabelecer novas metodologias de forma a adequar a doutrina social da Igreja ao mundo real onde capital e trabalho comaçavam a digladiar-se de forma desmedida.

«A concórdia traz consigo a ordem e a beleza; ao contrário, de um conflito permanente só podem resultar a confusão, as lutas selvagens. Ora, para dirimir este conflito e cortar o mal na sua raiz
as Instituições possuem uma virtude admirável e múltipla.»

«E, primeiramente, toda a economia das verdades religiosas de que a Igreja é guarda e intérprete, é de natureza a aproximar e reconciliar os ricos e os pobres, lembrando às duas classes os seus deveres mútuos e, primeiro que todos os outros, os que derivam da justiça.»


A Igreja católica tem procurado ao longo dos tempos ser a candeia que ilumina, o farol da clarividência, contudo, a sua praxis, amiúde, é totalmente contrária ao que postula na teoria.

Nesta Encíclica, que visava atacar as visões marxistas e colectivistas, entra-se no domínio da abstracção e elenca-se um conjunto de piedosas intenções para combater o «terrível flagelo»...

Ao longo da História vimos a Igreja apoiar a escravatura, a reprimir a mulher, a apoiar censuras à ciência, à arte, à cultura em todas as suas manifestações mais progressistas. Depois, corrigindo a sua postura, mas sempre na cauda do pelotão, vem pedir perdão, pedir desculpas pelos seus ignominiosos actos. Às vezes, tarde demais. Foi assim com os judeus, com Galileu, etc...

Sempre critiquei a Igreja no presente por aquilo que considero cedências ao status quo, por submissões indignas aos poderes políticos corruptos, por apoios descarados aos exploradores, aos argentários, aos que usam o poder em seu (e do seu restrito grupo de ungidos...) proveito.

Tenho sido perseguido por causa disso, de forma ostensiva e descarada. Tenho sido alvo dos ataques e das calúnias mais torpes. Tenho recorrido à justiça (sou contra o uso de bombas ou sevícias... como alguns que vestem sotaina e usam cabeção...) e de pouco vale.

A «justiça» de que fala Leão III na «Rerum Novarum» é algo de flexível, de volúvel, de dúplice.
Tal como Janus tem duas caras: uma para o rico e poderoso, outra para o pobre. Diria quase uma prostituta de luxo.

Um indivíduo deu-se ao luxo de me perseguir durante meses usando os termos mais soezes, mais execráveis, acusando-me de ser contra os padres, contra a fé, contra Deus. Dizia ( sem nunca o ter provado, mesmo na instância judicial a que recorri...) que eu insultaria sua esposa e filha. Alegava que eu seria um doente mental perigoso, ao serviço de Sócrates, e que seria um ricaço sempre a meter pessoas em tribunal!!!

Ora, a única vez que tentei processar alguém (cheio de razão e com fartas provas documentais) vi-me impossibilitado de o fazer pois o juiz não me concedeu assistência judiciária e não dispunha de dinheiro suificiente para pagar custas e restantes encargos inerentes a tal tipo de acção...

Ao serviço de quem andaria este sujeito? Que credibilidade teria? Que motivações profundas comandariam o seu pertinaz e obstinado desígnio difamatório?

Fiquei espantado com algumas conclusões que não divulgo agora, por questão de respeito e de recato. Ele (o difamador) enviou-me um e-mail a pedir perdão pela sua insensata atitude. Afirma que já sabe quem o calunia e persegue e não sou eu. Mas não o fez no blogue e no jornal que lhe deu guarida. A calúnia ficou lá, intocável, sem nenhum retoque, sem nenhuma acção de contrição ou o mínimo remorso de quem lavrou tal estendal de torpes mentiras. Julgo que há intenção nisso. Para ser utilizado (oportunamente) por alguém que sabe que eu sei coisas a seu respeito e quer utilizar isso como arma de arremesso contra mim. Há intenção dolosa óbvia. Há a intenção de perpetuar a calúnia para a tornar verdade, como fazia Hitler e a sua clique. Mesmo sabendo que é mentira, que é uma miserável calúnia, o seu autor - homem de formação académica superior, frequentando um mestrado em Literatura Comparada, no Porto - nada faz para a retirar, ou minorar os danos causados... Fez o mal e a caramunha, mas não quer que se saiba!

Repugnante má-fé. Hedionda malfeitoria. Pulhice sem perdão. E, para espanto meu, há quem sempre de mão no peito, sempre jurando seriedade e uma imaculada postura, se sirva disso.

A doutrina social da Igreja serve para tudo. Até para que alguns, de voz doce e modos melifluos, lancem mão de métodos medievais, de acções execráveis, de canalhices sem nome.

Que Deus, na sua infinita midericórdia, lhes perdoe. Contudo, jamais esquecerei.

Morrer de pé!


Faleceu em 20 de Agosto de 1964. Em Novembro de 1994 um presidente da República atribuíu-lhe a título póstumo a Ordem da Liberdade!
Ostracizado pelo antigo regime, pouco amparado pela própria Igreja católica, viria a passar os seus últimos dias na terra natal: Cristelo (concelho de Barcelos).
Frequentou a universidade de Lovaina e aí ficou couraçado contra os abusos e as tentações/seduções do poder. Era um poder arbitrário, que hostilizava os pobres, os carenciados, os defensores da igualdade perante a lei. Era um poder que incentivava toda a gente ao seu culto, à sua bajulação, sob pena de discriminar quem o não fizesse. Enfim, muito semelhante ao que hoje se passa em muitos locais deste país, verdade seja dita...
E não teve a ajuda da comunidade clerical, que o deixou "caír" sem dó nem piedade. O mesmo se passou com D. António Ferreira Gomes, expulso do país por Salazar, e impedido de exercer o seu múnus de bispo do Porto.
Era então perigoso apoiar quem não comungasse da ideologia dominante - como hoje por vezes acontece, nalguns locais. Era mais cómodo estar sempre a cantar hossanas e tecer panegíricos aos tenentes do poder. Era mais "prudente" calar, silenciar os arbítrios, as prepotências, as mentiras, do que verberar e dizer "basta!"; mas ele teve a dignidade de o fazer, sem escândalos, sem parangonas nos jornais, mas no seu quotidiano, ajudando os operários, os estudantes, as prostitutas em recuperação. À sua volta nasceu uma aura de prestígio que o poder procurou ofuscar...
Foi alvo de calúnias sem conta, foi perseguido, vilipendiado, como ainda hoje acontece nalguns locais a quem não vergar ao «ideólogo» dominante, ao poder sectário vigente...
Demorou a ser reconhecida a sua perseverança, a sua conduta irrepreensível, mas foi um presidente laico e republicano que teve a coragem de relevar a sua postura perante os humilhados e ofendidos, perante os reprimidos e marginalizados pelo poder vigente. Foi Mário Soares que condecorou o padre Abel Varzim com a Ordem da Liberdade!
O movimento Católico Operário Cristão deve-lhe muito. A Igreja, que o deixou fragilizado perante as ignomínias da prepotência vigente, esteve sempre ao lado do poder, ao lado dos tiranos, ao lado do arbítrio. Mas, tal como D. António Ferreira Gomes (outro grande expoente da cultura e da cidadania), o padre Abel Varzim perdurará na memória das gentes como um exemplo a seguir, como um cidadão íntegro e impoluto, enquanto que alguns dos seus perseguidores cairão no olvido para sempre. Ou serão recordados como facínoras e tiranos.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Três tipos de jornalismo...

O poder político e o poder clerical: a cumplicidade... o «paraninfar» como método de sobrevivência, como regra de conduta, como padrão ético e moral...
Os amigos são para as ocasiões!...



Jornalismo tipo A:

O distinto cónego Melo Peixoto, figura polémica na Igreja, consegue congregar apoios em quase todos os quadrantes; embora haja quem o considere um anti-comunista primário ele não se assume como tal e afirma ter muitos amigos nessa área.

Dotado de uma rara sensibilidade artística e diplomática, com voz melíflua e insinuante, consegue penetrar com facilidade em universos bem díspares como o futebol, os media, os negócios, a gastronomia. Enfim, um polivalente na acepção mais grada do termo.
Embora acusado de calúnias torpes, nunca foi processado e sempre se assumiu como vítima da maledicência e da inveja de alguns sectores da nossa sociedade. Amigo do seu amigo, é capaz de meter cunhas para defender algum autarca, algum empreiteiro, algum jovem ou alguma jovem transviados do bom caminho. Tal como o padre Américo de saudosa memória, para ele não há rapazes maus. Todo o homem é bom por natureza. Há é que saber tocar no seu lado positivo, na sua candura e bondade intrínsecas.

Pedagogo de elevados méritos, salientou-se como ex-combatente, sendo sempre um homem de elevado sentido pátrio, não se coibindo de acções temerárias quando em jogo os princípios que considere sagrados para a sua consciência. Grangeou uma multidão de apoiantes que chegou ao ponto de querer erigir-lhe uma estátua, coisa que feria a sua natural modéstia e foi ostensivamente abandonada. Está perpetuado na cripta do Sameiro ao lado da sua tão querida Nossa Senhora do Sameiro, imagem de rara qualidade artística e alvo da curiosidade geral.

Embora figura polémica e não consensual assume-se como um lutador por causas que considere justas, um combatente da justiça e dos sãos princípios familiares e morais.

Dotado de bom relacionamento a nível empresarial é solicitado para resolver ou amenizar conflitos a nível do poder, saindo-se, frequentemente, muito bem dessas tarefas de elevado melindre. Não se assume como homem de poder, muito embora saiba que o tem, ainda que por interpostas entidades. Ele sabe como poucos esgrimir na arena social com a arma da palavra, com a sua postura serena e tranquila mais própria de um monge.

Assume que já meteu cunhas, sem hipocrisias aceita essa prática como forma de dar satisfação ao dever de amizade, com retribuição de favores recebidos ou como tributo de lealdade para os que lhe são fiéis. Servo da vinha do Senhor, com ironia aceita as críticas, as maledicências e os sarcasmos que atribui ao ódio de inimigos de estimação, pessoas com o carácter inquinado por ideologias dissolventes e atentatórias de Deus, da Pátria e da Família, os três pilares onde assenta a sua rica e contagiante personalidade humanística.


Jornalismo tipo B:


O cónego Melo encerra o que de pior tem a Igreja Católica nos dias de hoje. Ingerência na esfera política, acção intimidatória junto da instância judicial, envolvência nos meandrosos lodosos do dirigismo desportivo. Enfim, depois do que se disse dele no Verão quente de 75, em que Ramiro Moreira, o conhecido bombista, afirmou pública e frontalmente que ele o acompanhava no acto de lançamento dos engenhos explosivos, chegando ao ponto de fazer comentários de satisfação quando ouvia o estampido medonho da bomba, é lícito perguntar:

__ Será que este homem de Deus não tinha consciência de que estava a comprometer com a sua acção leviana e diabólica, a própria Santa Madre Igreja? Ou será que agiu sob a sua autoridade para perpetrar os hediondos actos? Será que beneficiou de protecção especial por isso?

Quando o vemos, aberta e frontalmente, a afrontar a justiça, como o fez no ostensivo apoio ao gerente da Bragaparques, acusado de corrupção activa (processo em curso na comarca de Lisboa) num jantar com ecos televisivos de grande sensacionalismo, será que não vê que poderá ser incómodo para a Igreja esta postura desafiante e pouco ética? Ou agirá a mando da própria Igreja?

Quando o vemos a defender publicamente autarcas envoltos em nuvens de corrupção, mas, verdade se diga, muito empenhados na causa da fé (coisa que não era vulgar antes de serem autarcas... dando a entender que só agem assim na mira de obtenção de apoios dos púlpitos e de absolvições sumárias a troco de fortes e inusitados apoios ao clero e seus agentes), será que o faz de motu próprio ou age concertado com a própria Igreja, numa acção estratégica bem congeminada no sentido de uma aliança de poder puro e duro? Será um ponta-de-lança de um fundamentalismo indígena?!

As interrogações aqui ficam à consideração das pessoas cultas, inteligentes e com sãos princípios éticos e morais. Essas pessoas, sem preconceitos ideológicos, sem grilhões partidários (como o autor destas linhas), devem meditar profundamente sobre a ausência de comentários da hierarquia da Igreja sobre este modus actuandi pouco escrupuloso do seu pastor. Estará a cumprir ordens superiores? Se não, por quê o silêncio cúmplice da hierarquia?


Em abono da verdade, devo frisar aqui o vibrante e enfático apelo feito por Sua Santidade Bento XVI à Igreja portuguesa (coisa nunca vista anteriormente) e que poderá contemplar (não é pacífico nem consensual que assim seja, porque Sua Santidade não foi muito objectivo na crítica...) comportamentos destes que ferem de morte a credibilidade de uma Instituição honrada e que não tem culpa da existência destas excrescências putrefactas e ominosas.


O regime está em decadência e os valores éticos e morais que deveriam nortear a sociedade estão em decadência. Fazer a apologia da cunha é o mais natural hoje em dia.Vimos Ângelo Correia, com desassombro e tranquilidade, fazê-lo. Vemos o cónego Melo gabar-se dessa praxis. Esquecem esses senhores que, para haver um contemplado (quiçá injustamente, mais bafejado pelo apoio do «padrinho» do que pelos seus méritos intrínsecos) poderão existir dezenas de marginalizados, de ostracizados por essa nefasta influência. O benefício de um «ungido pelo padrinho» terá sempre o remorso de ter lançado para o desemprego ou para a valeta do esquecimento dezenas ou centenas de pessoas íntegras, honestas, que ou não querem ou não podem usar a «cunha» como arsenal curricular.


Será que na câmara da Póvoa de Varzim também estão implantados estes valores que o cónego Melo apregoa alto e bom som? Será que há cunhas para ganhar empreitadas, será que há influências para arranjar empregos na autarquia?


Honi soit qui mal y pense!




Jornalismo tipo C:



Leiam por favor a revista Notícias Magazine de 13 de Janeiro de 2008 (nº 819).

Banca ao serviço da economia ou o inverso?!


A banca continua a engordar à nossa custa. O recente escândalo no Millenium-BCP vem mostrar à saciedade a injustiça fiscal que grassa neste país, e que é, ninguém duvide, uma amostra da injustiça social que campeia. Um regabofe na banca e um apertar do cinto nas famílias, nas pequenas e médias empresas, na saúde, na educação, enfim, algo está podre no reino da Economia.
Os off-shores, com todo o cortejo de opacidade que permitem escandalosas fugas fiscais e outros pecados de lesa-economia, estão na ordem do dia. O povo é obrigado a viver em regime de vacas magras, em austeridade permanente, em regime de emagrecimento compulsivo. A banca, essa porca nédia e luzidia vai alimentando porquinhos que dela sorvem todo o leite fiduciário, vai engendrando pequenos midas que aparecem depois a mandar postas de pescada nos jornais, nas TV's, enfim, em tudo quanto é palco mediático. Todos conhecemos os seus rostos nédios e luzidios... o seu sorriso alvar, a sua pesporrência acéfala e desbragada...
Fazem-se operações Furacão (só para inglês ver...) procurando dar a entender que tudo está sob controlo apertado, mas, de facto, é um regabofe pegado. O que se passa no BCP deve estar a passar-se em quase todos os bancos, ninguém se iluda. Só os ingénuos é que admitem o contrário. Estamos todos a alimentar essa porca-gigante que engorda cada vez mais e vai emagrecendo o tecido económico-empresarial. Máquina vampiresca, sugando até o suor dos seus próprios funcionários, esta caça-níqueis de alto gabarito vai dando cabo da economia nacional com o beneplácito do sistema partidocrático que nos desgoverna. Basta dar uns míseros tostões para as campanhas eleitorais e está tudo de bico calado! Todos mamam e o sistema prossegue, o seu ritmo imparável rumo ao abismo. Quem levantar a voz é ostracizado, linchado na praça pública, ou considerado louco! Sim, é precisa uma certa dose de loucura sadia para alertar o povo adormecido pelos domesticados media!
Quase todos os partidos, à custa de uma forma de financiamento pouco transparente ususfruem benesses com o status quo. É aí que reside o pecado original do sistema. Digamos que é aí que a porca torce o rabo!
Em tempos Jorge Sampaio teve a ousadia de verberar este sistema, falando na função social da banca, no sentido de sensibilizar toda esta engrenagem para o financiamento da inovação tecnológica, dos jovens empresários, dos riscos necessários para um maior incremento da inovação. A banca ao serviço de uma economia sã e não a economia ao serviço de uma egocêntrica engrenagem que procura sorver todas as poupanças ainda disponíveis pelos já mirrados portugueses. Uma gigantesca bomba aspirante-premente que aspira a um ritmo alucinante pouco dando a quem a procura. A banca é madrasta para a economia, para o povo em geral, para os pequenos e médios empresários. É isso sim, concumbina do grande capital!
Jorge Sampaio falou mas.. foi logo silenciado!
Caíu o Carmo e a Trindade! O todo-poderoso e omnipotente João Salgueiro veio a terreiro defender a sua porca (sua dama...) e ainda se deu ao luxo de verberar o PR!
Há que ir ao fundo das questões. Fiscalizar a sério esta engrenagem que vampiriza o organismo económico-financeiro nacional provocando anemias a rodos. Qualquer dia temos um Portugal anorético por culpa do sistema bancário. Um país na falência enquanto a banca nada na opulência e os seus controleiros agem como bandoleiros, usando mil-e-um estratagemas para dela sacar fortunas descomunais. Ainda há pouco o omnipotente Jardim verberava quem denunciou aquela situação escandalosa ocorrida com o seu próprio filho! O mal não era o escândalo em si mesmo, mas sim quem deu conhecimento do caso à opinião pública!!!
O direito à indignação deve ser exercido por todos nós, cidadãos ainda não capados pelo poder , ainda não narcotizados pela comunicação social vendida ao poder político e económico, pelos opinion makers lúcidos e não enfeudados ao status quo. Quantos, para tratarem da vidinha, ocultam estes escândalos com medo de perderem as mordomias? Quantos, embora sabendo isto tudo, metem a cabeça na areia com medo de ratalições, com medo que se esgote o filão das pequenas mordomias que o poder concede, quais migalhas que vão caindo da mesa orçamental?
É o escritor que se refugia na abstração, na pesquisa de coisas do passado, no alinhavar de linhas laudatórias aos que lhe vão fornecendo as lentilhas da humilhação, ele é o jornalista que passa a vida a dizer mal de quem tem a coragem de denunciar os escândalos e as corrupções, ele é o padre que nas homilias em vez de verberar o pecado da corrupção se limita a ficar escandalizado com a magnitude do pecado da denúncia! Tal como Jardim, o mal está na denúncia e não no escândalo em si mesmo! Farisaísmo mais miserável este!
Cada vez há mais poetas de treta, de lana caprina cor-de-rosa, de banalidades sem conta, olvidando o combate, a intervenção lúcida nas questões da pólis, nos assuntos graves que fazem com que este país se vá afundando no charco da mentira, na areia movediça da hipocrisia, no lodo da bajulação ao poder. Literatura de trampa que recebe prémios pelos gestores desta
porcinolatria! Asnocracia em plenitude!
Escritores do meu país, onde estais? Porque não tendes coragem de dizer que o «Rei vai nu»?!
Bem diz o povo: «o medo guarda a vinha»!

quarta-feira, janeiro 16, 2008

A Pasta & a Posta: o antigo e o actual regime...


O consórcio Lusoponte liderado por Ferreira do Amaral ao deter o exclusivo das travessias sobre o Tejo vem gerar polémica. O aeroporto de Alcochete vai ter que pagar uma factura por causa deste monopólio. Há que fazer uma nova ponte e esta vai desviar o caudal normalmente existente nas outras pontes. Ferreira do Amaral, então na pasta das Obras Públicas, assume agora o odioso da "posta"... Vai reivindicar uma indemnização faraónica. As derrapagens começam...
No regime do ante-25 de Abril dizia-se que um lugar no governo era a antecâmara de um tacho numa grande empresa. Falou-se muito dessa promiscuidade logo após o 25 de Abril. Era uma imagem de marca do antigo regime. Algo de odioso e de condenável pela perversidade que lhe subjazia.
Dizia-se que deveria haver um período de "nojo" (ou quarentena) entre a saída da governação e a entrada num lugar executivo de alguma empresa de grande dimensão (pública ou privada), sob pena de se poder pensar que a assunção de um cargo logo após a saída da governação seria um pagamento de qualquer factura ou prebenda por facilidades concedidas no exercício do poder politico. Promiscuidades e venalidades múltiplas poderiam estar na base da obtenção do cargo. A mulher de César...
Enfim, pruridos e pudores que se foram perdendo com o abastardar do regime. Hoje não há escrúpulos, não há sãos princípios de coabitação; sai-se do governo e entra-se logo numa grande empresa para um lugar de destaque, estilo prebenda pelos serviços prestados; a pasta e a posta num abrir e fechar de olhos...
O regime vai apodrecendo embora se continue a chamar democracia. O rótulo é algo que serve para identificar um conteúdo (deveria ser assim) mas também para encobrir...

Corrupção gera crise e... novos "Patinhas"...

Sub-produto da corrupção reinante, os novos "Patinhas" só vêem montes & montes de vil metal!....

Que credibilidade para o poder que se deixa enredar nas malhas da corrupção?

Ganhar eleições não dá direito a tudo, nem ser dono da verdade!


Quem ganha, tem «passaporte»
Em constante exibição!
Narciso!, é um fartote,
Na auto-bajulação!

Hitler também já ganhou
Mais que um acto eleitoral
Página negra deixou
Na história universal.

Nem sempre ganha o melhor,
Há tanta injustiça, eu sei,
Até o «idiota-mor»
Pode ser da gente o «Rei»!

Quando não há igualdade
As armas são desiguais,
Mentir é... falar verdade
Rameiras são... as «vestais»!

Quando o jogo é viciado
O dinheiro tudo abafa:
Íntegro, é um «safado»!
O ladrão é que se safa!

Até a cultura cede
Faz vénias ao capital,
Óbulos ao poder pede,
Dele fica... serviçal!

Cultura grata e servil
Botas ao poder lambendo,
Vemos aí asnos mil
A cultura empobrecendo!

A País sempre a afundar
No charco-promiscuidade
«Patinhas» a flutuar
Neste mar... de impunidade!



NOTA: Isto é uma crítica ao país no seu todo, não se pense que a corrupção está localizada.
O mal está generalizado, tal e qual uma pandemia!

terça-feira, janeiro 15, 2008

Credibilidade e populismo!...




O aparecer muitas vezes na TV, com ar sorridente e triunfalista, só por si não é atestado de credibilidade!





Agora, leia-se o blogue do Dr Santana Lopes (http//pedrosantanalopes.blogspot.com) e atente-se no post "adamastorzinho"...





A dado passo diz ele com jactância: "Qualquer pessoa minimamente inteligente sabe que não se fala de alguém que se despreza quanto ele fala sobre mim" (sic).







É o Dr Pedro Santana Lopes no seu melhor! Vale a pena consultar o seu blogue! Fica-se a compreender melhor a essência da sua personalidade. Eu próprio deixei lá um comentário, espero que saiba interpretar o seu teor. É um indivíduo inteligente q.b. para destrinçar a ironia do aplauso acéfalo...




Nesse post, o Dr Lopes quer lançar às urtigas o seu rival Dr Pacheco Pereira, mas fá-lo com tanta superficialidade, com tanto rancor, com tanta acrimónia mal contida, que sai o tiro pela culatra! É vê-lo a invocar a sua credibilidade alicerçada nos votos que lá conseguiu, na Figueira da Foz, à custa de um prolongado investimento na zona, com despesas faraónicas em restaurantes e outros locais... É vê-lo a zurzir sem dó nem piedade sobre um correligionário que tem outros horizontes morais, que tem da vida um conceito bem mais elevado; não é um aperaltado sempre ávido de futilidades e/ou fulgores mediáticos mais ou menos vácuos e sensaborões.

É vê-lo, qual pavão donjuanesco a tentar amesquinhar um intelectual probo, um lutador convicto, um apaixonado criador literário, um cultor da liberdade e dos mecanismos que a ela conduzem...



Nada me move contra PSL, nem sequer sou simpatizante de PP, longe disso!


Mas sempre gostei de separar o trigo do joio, sempre procurei destrinçar os que fazem da política um sacerdócio (ou tentam fazer...), dos que são bacantes histriónicos usando a dita cuja com artimanha para conseguirem patamares de promoção mais altaneiros, ou para almejarem foruns mediáticos mais lisonjeiros. Enfim, a política é apenas a vidinha! no seu conceito mais egocêntrico e narcisista.


Conheço a trajectória política de PP e a de PSL. Um começou no marxismo-leninismo que absorveu com empenho, procurando extraír dele o que de mais válido e socialmente aproveitável tinha, como método de abordagem de uma realidade multifacetada; enfrentou problemas de consciência, sofreu perseguições, deu a alma para ir ao âmago das coisas, quis ser verdadeiro e mais atento à realidade circundante, não se deixou narcotizar pelas ladainhas estereotipadas que vinham de Leste. Corrigiu a trajectória, com esforço, com sofrimento interior, podou as raizes ideológicas que lhe moldaram o carácter e plasmaram o espírito de tolerância que procurou cultivar na medida do possível. Vê-se que procura ser honesto consigo e tem aquela dose de utopia com que procura a quadratura deste círculo que é a nossa vida política quotidiana. Não é perfeito mas detesta os mecanismos corruptores, as malfeitorias de alguns populismos de meia tijela que andam por aí a espalhar hiperprivatizações como a nova panaceia universal... Não, não é o narciso, muito pelo contrário...


O outro, ex-pupilo de Kaúlza de Arriaga, procurou encostar-se a Sá Carneiro, tal e qual as lianas se encostam às araucárias... ainda hoje, passados tantos anos, está sempre a invocar essa proximidade (mais física do que intelectual, diga-se em abono da verdade) para colher dividendos, para reivindicar protagonismo, exibir galões...



Cavaco Silva, (esse sim,talvez mais próximo dos "genes" sacarneiristas...)em tempos, soube medi-lo de alto a baixo e dizer o que pensava sobre o seu perfil, sobre o seu modus operandi, sobre a sua sui generis estratégia ascencional.



Com um tremendismo espalhafatoso e tonitruante ameaçou abandonar a política porque alguém ironizou com o seu gosto pelos copos e pela boémia. Conseguiu o abraço tutelar de Jorge Sampaio. que o demoveu da perda irreparável para a Nação!!!

Respeito aqueles que fazem da noite o seu ganha-pão, o seu trabalho honrado e honesto, mas quem procura na política lugares ao sol, só pela frequência da movida e dos locais cor-de-rosa como trunfo de marialvismo, isso não. Há que estudar, ler dossiês. estar a par dos assuntos mais candentes, interrogar-se sobre a forma de economizar e reduzir o despesismo, em vez de o empolar saciando clientelismos de utilidade duvidosa, como santanetes e outras excrescências mais vocacionadas para encher o olho do que para prestar serviços.

Enfim, entre PSL e PP eu opto pelo mais lúcido, mais íntegro, mais útil ao país numa conjuntura de sacrifício colectivo em que as cigarras devem ser postas no seu devido lugar e as formigas colocadas no pedestal que merecem.

Credibilidade não é vangloriar-se de votos conseguidos à custa de sabe-se lá que promessas ou cumplicidades vampirescas. Cristo ao que me conste nunca ganhou eleições, no entanto é a credibilidade suprema.








domingo, janeiro 13, 2008

Mário Soares versus Sócrates, neoliberalismo em pano de fundo.





Neo-liberalismo sim ou não?

Privatizar é a panaceia capaz de nos conduzir ao sucesso?

Recentemente Mário Soares e José Sócrates disseram de sua justiça sobre temas actuais e sempre polémicos: o neo-liberalismo e as privatizações.

Mário Soares, prudente e cauteloso, velha raposa da política, olhando com desconfiança para o rumo que as coisas vão tomando na cena indígena (e não só) com casos de desregramento e atingindo o limiar da corrupção, teceu críticas ao modelo económico que vai sendo prosseguido a nível nacional. Diz que as privatizações em excesso são contraproducentes e poderão conduzir a abusos de toda a ordem, gerando injustiça social, abuso de poder, asfixia do tecido económico empresarial pelas multinacionais e pela banca (sobretudo). Pequenos e médios empresários estarão a médio prazo na penúria e/ou a braços com grave crise.

Sócrates é menos pessimista. Acredita nas virtualidades do actual sistema e não vislumbra malefícios em certas privatizações. Admite uma saudável supervisão, acha indispensável uma regulação prudente a fim de que abusos possam ser controlados ou punidos quando ocorrerem.

Enfim, duas visões não necessariamente antitéticas, duas perspectivas diversas sobre uma realidade que por vezes vai assumindo contornos preocupantes. Vemos o exército de desempregados a aumentar, assistimos a um caudal emigratório cada vez mais volumoso, contemplamos uma dificuldade cada vez maior na procura de emprego para os jovens; paredes meias floresce a corrupção (subtil ou encapotada às vezes), vemos a ineficácia da justiça como uma janela panorâmica onde desagua a injustiça social a todos os níveis; vemos o poder económico a controlar o poder político, o mediático, o judicial...

Assistimos a habilidades sem conta na procura de saciar a voracidade do sector privado à custa de meios públicos: na Saúde esta artimanha ganha estatuto de eleição, nas autarquias o recurso a empresas municipais em profusão mais não é do que capciosa forma de engordar bolsos privados à custa do erário público...

O que é isto senão liberalismo selvagem, o que é isto senão anarcoliberalismo visando extorquir aos cofres do Estado valores que serão encaminhados para cofres privados? Se há trasfega de bens e recursos de todos nós para o pecúlio de uma elite que vai enriquecendo paulatinamente, quem nos garante que os decisores políticos não receberão prebendas por essa postura tão generosa?!

Há até quem sugira que certas decisões do foro judicial são o corolário de um conjunto de factores pressionantes que desaguam, não raro, em favores políticos de elevado teor compensatório. Basta abrir os olhos e ver o que se passa à vista de todos. Para alguns já se atingiu o patamar do nepotismo mais desbragado!

Será que o neo-liberalismo nos vai atirar ainda mais para a cauda do pelotão europeu?

ergunar não ofebde...

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Alcochete: tiro certeiro!


Em Alcochete (próximo do actual campo de tiro) será o futuro aeroporto de Lisboa. O parecer técnico do LNEC foi decisivo. O governo acatou a decisão sem tergiversar.
Dizia-se que o governo era refém do clã Soares, alegadamente detentor de grandes fatias de terreno na área da Ota, daí a sua tendência inicial para aquele local.
Esquece-se que foi um governo PSD que deu o mote inicial. Foi o governo PSD que levou a Bruxelas a proposta nesse sentido. Por mero sentido de Estado o actual governo limitou-se a dar seguimento ao propugnado por um governo adverso.
Contudo imperou o bom senso. Ao submeter-se ao parecer técnico do LNEC, o governo quis dar uma imagem de imparcialidade, quis que a decisão tivesse uma caução tecnocrática. Assim foi. Contudo, por imperativos legais, ainda estará em fase de discussão pública, antes da decisão definitiva.
Aqueles que acusavam o governo de arrogância, autismo, clientelismo e outros epítetos menos lisonjeiros terão que engolir tudo o que foram bolçando ao longo do tempo. Parabéns à equipa governativa que, neste domínio específico, mostrou que recuar é sinónimo de bom senso, clarividência, lucidez.

Assédio sexual: fim à vista! Solução vem do Egipto!...







O assédio sexual é uma constante, segundo algumas fontes, nos locais de trabalho. Qual a solução para este flagelo?
Um clérigo egípcio (do Cairo) lançou uma "Fatwa" original, visando acabar com ele; será que a moda péga?
A notícia surgiu na última página do JN. Pela irónica pena de M.A. Pina foi-me dado a conhecer a original terapêutica para este flagelo que dizem alastrar pelo país fora. Pessoalmente nunca dei conta desse fenómeno, talvez seja um retrógrado neste especial domínio. Mas, não há fumo sem fogo...
Há tempos falou-se num conhecido presidente de câmara que, segundo a vítima (funcionária superior da câmara), tentou levar avante os seus propósitos sem o conseguir; face à rejeição usou métodos de retaliação (segundo a queixosa, obviamente) pouco dignos. O caso seguiu para as instâncias judiciais.
Há frequentemente queixas neste domínio: em Israel vitimou o próprio primeiro-ministro, dada a quantidade de pessoas que se dizia vítima dos seus assédios galopantes. O presidente Bill Clinton foi alvo de uma tentativa de exoneração por esse facto. Há rumores de que isto se passa nos locais mais inverosímeis e dentre todas as classes profissionais.
A comunidade árabe, sempre zeloza da preservação dos bons costumes, sempre atenta aos atentados ao pudor, sempre disponível para não dar desgostos a Alá, lá encontrou aquilo que poderá ser uma solução milagrosa para o fenómeno. Um clérigo muçulmano decretou uma "fatwa" cujo objectivo é tornar mais humanas e menos pecaminosas as relações laborais.
Assim, segundo essa "fatwa", as mulheres deveriam amamentar os seus colegas de trabalho, a fim de que os impulsos libidinosos fossem substituídos por uma espécie de relação mãe-filho... Ao dar o seio a mulher estaria a colocar-se no papel de mãe, coarctando qualquer apetência de índole sexual da parte dos seus colegas de trabalho!...
Esta "fatwa" é para ser cumprida à risca. Os frutos hão-de vir certamente. O islão não brinca com coisas sérias. A moral acima de todas as coisas.
Imagine-se esta moda a alastrar urbi et orbi. Num hospital, numa câmara municipal, numa repartição de finanças, num tribunal, numa escola.
Para evitar a tentação da carne, para que não surja o assédio sexual, o aleitamento seria uma forma subtil e pedagógica de comunhão e de convivência desprovida de intuitos pecaminosos.
Imagine-se a apresentadora Fátima Lopes (por exemplo...) a começar o seu programa desnudando a láctea protuberância e dando de mamar aos seus colegas de trabalho! imagine-se na escola, a professora exibindo o lácteo hemisfério e dando-o a sugar aos seus colegas; a enfermeira ou a médica exibindo o generoso busto aos colegas numa manifestação de sã convivência, de materna e protectora intenção, sem intuitos obscenos ou lascivos!...
Cairia por terra o sempre nefasto assédio, seria afastado o carácter pecaminoso da coisa pois seria tudo às claras, como um imperativo moral de valor pedagógico sublimador!...
Agora atente-se no impacto que poderia criar nas relações diplomáticas. A simpática e exuberante Condolleza Rice, ao visitar um país árabe e seguindo à risca aquele ditado que reza mais ou menos assim: "em Roma sê romano!"
Usaria o seio como arma diplomática, como elo de ligação maternal, como forma subtil de sedução para os seus pacíficos e nada pecaminosos propósitos! Enfim, a paz, a pacificação universal ao alcance de um bonito par de mamas!
Quem sabe se o próprio Bin Laden, talvez um homem frustrado sexualmente, fosse capaz de modificar o seu olhar sobre a humanidade, fosse cooptado para o supremo ideal da Paz e da Concórdia por um sugestivo e apelativo par de seios?!
A ideia não é desprovida de conteúdo, não senhor! A Paz merece todos os sacrifícios, o fim de ódios e de fanatismos ideológicos poderia estar ali, ao alcance de um gesto tão natural, tão genuíno, tão umbilicalmente humano, tão enternecedor! Mamar é tão natural... como a sua sede!...
Meu caro M.A. Pina, leio sempre com agrado as suas crónicas, mesmo quando não concordo com o seu conteúdo. Vê-se que pensa, tem carácter, tem sensibilidade q.b. para auscultar o pensamento e a idiossincrasia dos povos, a alma das coisas. É um poeta na plena acepção da palavra!
Oxalá a moda possa ter o êxito esperado não só nos países árabes mas também na comunidade universal. A Paz é a coisa mais importante para todos nós, os pacifistas autênticos!
Acabe-se com a "mama" (no sentido metafórico) dos políticos, e dê-se início a uma nova etapa para a humanidade, em que a mama, o seio, possa ser o alimento espiritual por excelência e o "ovo de Colombo" no relacionamento entre as culturas, entre as civilizações, entre as raças!

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Tratado de Lisboa: referendar ou não, eis a questão!


O Tratado de Lisboa deverá ser referendado ou não?
O tema está na calha e assume candente actualidade. Por uma questão de princípio sempre fui a favor do referendo, no entanto reconheço que a adesão popular ao mesmo obriga-nos a meditar.
Recordo ainda a primeira vez que o assunto foi debatido na AR. O Partido Comunista era formalmente contra todo e qualquer referendo. Argumentava que era uma arma de uma tal "maioria silenciosa", então muito em voga, e estaria ao serviço de interesses obscuros , pouco transparentes; o povo, ignaro e narcotizado por caciques que só pensavam em explorá-lo, iria ver os seus interesses adulterados por esse mecanismo...
Dizia-se isto lá pelos anos setenta , após a Revolução dos Cravos. Sempre fui apologista do referendo. Sempre acreditei nas suas potencialidades, dando oportunidade ao povo de se manifestar e dizer de sua justiça no tocante a assuntos de certo melindre. Era uma forma de incrementar a democracia participativa, de aproximar os cidadãos do poder, enfim, uma arma ao serviço da democracia. Dar a voz ao povo. Democracia em plenitude.
Contudo, ao ver a falta de motivação das pessoas nas mais recentes auscultações, modifiquei o meu pensar. Ou melhor, adequei-o à realidade. Ou seja: julgo que o povo não participa porque ou os temas são de uma tal complexidade que não consegue chegar a uma conclusão objectiva, ou então, sente que a manipulação feita pelos partidos é de tal ordem exagerada que nem sequer se atreve a dar a sua sentença.
Seja o que for, o que é facto é que a despesa deste acto começa a ser questionável. Valerá a pena fazer referendos quando nem 50% dos eleitores aderem?
Julgo que o Tratado de Lisboa é também um intrincado labirinto juridico-administrativo de contornos muito complexos. Estará o comum dos cidadãos à altura de se pronunciar sobre ele? Haverá condições para distribuír informação suficientemente aprofundada sobre a matéria?
Julgo que a AR está mais vocacionada para abordar o tema com profundidade e conhecimento de causa. O povo delegou nela poderes para isso e não se sentirá atraiçoado por não ser chamado a tomar uma posição sobre tema de tão refinado alcance.
Acresce o facto de nesta fase do processo (o comboio europeu já há muito vai em marcha, não fazendo sentido estar a fazê-lo parar de forma inopinada...), não ser curial tomar opções radicais, sob pena de os custos serem bem gravosos para todos. Deveria ter sido feito logo ab initio! aí sim, o povo diria de sua justiça se queria o casamento europeu ou não, agora estar a provocar um "divórcio" seria dispendioso, ilógico, pouco expedito.
Em termos formais, concordo plenamente com o referendo. Mas objectivamente, neste caso concreto, atentas as circunstâncias atrás citadas, seria um disparate autêntico.
Ainda bem que o PR (que é um economista sensato e prudente) sabe bem os custos de certos dislates; o maximalismo democrático poderá ser um passo atrás em termos práticos; de piedosas intenções está o inferno cheio. Não é altura de infernizar ainda mais a nossa economia, nem a economia europeia.
É claro que aqueles que outrora foram contra o referendo (o tal trunfo da "maioria silenciosa") irão agora usar como arma de arremesso partidário o seu acendrado amor ao método ultra-democrático, ultra-participativo, ultra-popular...
Enfim, aproveitar a oportunidade para fazer oposição pela oposição. Ainda bem que Menezes, com o seu populismo de meia-tigela não embarcou desta vez na cantiga do bota-abaixo pelo mero bota-abaixo. Está a aprender a ser estadista. E o PS que se cuide pois ele sempre foi bom aluno...

terça-feira, janeiro 08, 2008

Supervisão Bancária

O caso Millenium BCP tem dado azo a mil-e-um palpites qual deles o mais idiota, qual deles o mais oportunista. É um fartar vilanagem!

Vêm agora dizer que falhou a supervisão do Banco de Portugal no tocante a certos factos que
poderão ser considerados pouco lícitos e pedem a "cabeça" do governador, Vítor Constâncio.

Mesmo que seja um facto indesmentível essa falha de supervisão (admito-a sem rebuço) é caso para perguntar: foi o governador que andou a fazer a inspecção?

É óbvio que qualquer inspecção não é exaustiva, é feita com base em amostragens, em análises parcelares, em universos reduzidos. Se não não haveria tempo nem pessoal para controlar tudo. Aqueles que criticam o Estado policial sabem que falo de medidas preventivas e de posições dissuasoras com intuitos pedagógicos. Não se pode fiscalizar tudo e todos! Era preciso um exército policial bem numeroso!

Havendo falhas (o que é natural e legítimo), há que tirar ilações para o futuro. Há que corrigir metodologias e ampliar o leque de acções inspectivas. Quiçá, mudar as pessoas, actuar de forma diferente no tempo e no modo.

Agora vir a público pedir a demissão do governador por que houve uma falha (talvez por má fé ou omissão dolosa de quem está à frente da instituição visada) é, no mínimo, ridículo, caricato, pouco ético.

Não tenho procuração para defender seja quem for, mas, face a certo histerismo justicialista era bom que metessem a viola no saco aqueles que ainda há bem pouco tempo faziam mil e uma tropelias na Moderna (vide Boas-Festas e Amostra, duas empresas criadas ad hoc... com intuitos pouco transparentes...), ou iam recorrer aos serviços de um tal Jacinto Capelo Rego para fugirem às suas responsabilidades... Bem prega Frei Tomás!...

E cada vez há mais espécimes na nossa praça!...

sábado, janeiro 05, 2008

Na Educação: Masoquismo ou reformismo?!


Enfrentando hostilidades muitas vezes artificialmente empoladas, tem usado o sorriso estoico e a humildade prudente para desafiar os críticos. Num mar encapelado de problemas, tem sabido navegar à bolina com perícia, e mesmo sem o vento de feição, mostra que é digna herdeira dos luso-navegadores...
Não é fácil gerir a pasta da educação. Tanto mais difícil, é certo, quanto é verificável que o tempo é de vacas magras...
Que de hostilizações orquestradas, que de histerismos politiqueiros, que de histrionismo estridente da parte de alguns agentes da provocação!
Mau grado este ambiente infernal, liderado por lúciferes dos sindicatos e da comunicação social, ela tem pautado a sua praxis pela lucidez e pela serenidade.
E diz, com desassombro, que até compreende a insatisfação dos que a contestam.
O predador não gosta que lhe roubem a presa!
Tal como a árvore infestada de trepadeiras e de fungos parasitários que vivem à sua custa, a educação, essa árvore imponente e de porte altivo, vive num mal estar permanente. Reformar é cortar cerce essas excrescências que, por vezes, sugam a árvore até ao limite; há gente honrada e trabalhadora na Educação (a grande maioria). Mas, ninguém duvide, há muita gentinha a vegetar e a parasitar a árvore-mãe. Há quem sugue a árvore educação como se faz aos pinheiros . Ainda há muito resineiro (e resineira) a sorver ávida e escandalosamente a seiva que deveria alimentar só a árvore. Os exemplos são muitos e variegados. Basta olhar para os sinais exteriores de riqueza de alguns mordomos da Educação...
À sombra de arbustos partidários há também quem se governe. Há lianas de cumplicidade onde se penduram alguns (e algumas) para auferirem mais alguns dividendos, para sacarem mais uns cobres, para saciarem certa volúpia desmedida.
Enfim, a educação é uma selva autêntica. Salve-se quem puder. A ministra, qual Tarzan de saias, bem tenta pôr a casa em ordem, mas é impossível. Venha quem vier a selva continuará. Não é fácil satisfazer gregos e troianos. Quem governa deve fazê-lo em prol do interesse dos cidadãos em geral, do país, e não, como alguns pensam (erradamente), dos professores, dos pais, ou dos alunos. Governar é servir um universo bem mais vasto. É gerir conflitos de interesses e usar equidade e bom senso na resolução desses conflitos.
Quem usa a táctica de extremar e radicalizar posições, só com um objectivo único e exclusivo
(colher dividendos politicopartidários) não pode merecer o aplauso generalizado, mas sim, e apenas, o da corporação que lhe subjaz.
Governar não é ser delegado sindical ou porta-voz de uma facção, de uma classe social, de uma corporação, é, isso sim, ser gestor de uma comunidade ampla, onde os recursos não abundam e têm que ser usados com parcimónia, tendo por meta a prossecução de objectivos nacionais e não sectoriais.
Quando há recursos escassos, susceptíveis de uso alternativo, há que optar e procurar aplicá-los onde possam ser mais rentáveis. Há que racionalizar, cortar desperdícios, erradicar circuitos paralelos, expurgar mordomias, enfim, cauterizar as feridas desta Educação que, por vezes, parece a escola do vício e não o templo da virtude!
Casos como a Independente, a Moderna, são, de per si, exemplos paradigmáticos. Neles se espelha o que de pior tem a Educação, o que de mais execrável e parasita existe no universo perdulário e despesista desta área governamental. Que nunca a voz lhe doa senhora ministra! O país autêntico, o Portugal profundo, esse agradece, e espera não ter de continuar a suportar por muito tempo luxos sumptuários de administradores da Educação que mais parecem líderes de algum gang ou padrinhos de sabor napolitano!