Quem pensasse que A J Jardim iria ficar indignado com o outdoor do PND ficou redondamente enganado. Ele assume a sua inclinação mafiosa com orgulho. Ele não renega o seu modus operandi nem a sua idiossincrasia.
Mas o que é bem mais grave é a propagação deste comportamento um pouco por todo o Portugal, como se fora uma papoila em seara alentejana. Este tipo de praxis começa a ser apontado como um paradigma, como a quinta-essência, como algo de lógico e de inevitável.
Alastra como a sida ou qualquer outra pandemia, sem que haja uma medida preventiva, uma acção profilática da parte de quem deveria tomar providências.
E porquê? Porque a ética e o escrúpulo passaram de moda; ninguém tem moral para apontar seja o que for porque mergulha no lodaçal da promiscuidade; quem o não faz, por princípio, por escrúpulo, é logo apodado de «invejoso», «maledicente», quando não, de «louco»!...
O que se passa na justiça na Madeira é criticável, mas... e nalguns locais deste país?
Há um clima de impunidade total. Há a convicção de que só assim se ganham eleições. Só vendendo a alma ao diabo se consegue o céu do poder!
Vejam-se os sinais exteriores de riqueza de alguns magistrados. Analise-se o crescimento patrimonial de algum clero. Alguns professores entram na política, mas quando saem
ostentam sinais inconfundíveis sobre a forma como exerceram o seu magistério...
Ainda há dias afiançava uma senhora da judiciária (alto responsável) que nas autarquias o mal (corrupção) era generalizado (ou seja, ia da base à cúpula da pirâmide hierárquica).
Noutros tempos o presidente da ANMP viria à liça exigir explicações, mas agora já nem se dá ao cuidado de o fazer.
Jardim é apenas a parte visível do icebergue. O grande mal é que eles já pululam e dominam a superestrutura jurídico-política como se fosse um cancro irreversível. Até quando?
A resposta pertence a todos os portugueses de bom senso e com vergonha na cara.
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