segunda-feira, janeiro 28, 2008

Preparação carnavalesca!... o Rei discursa!


Julgando-se o umbigo do mundo ele aí está, com todo o esplendor, com a verborreia mais destrambelhada, com o cinismo elevado ao máximo expoente, o bom senso entre parêntesis, o paternalismo bacoco como denominador comum...
«Há sempre um Portugal desconhecido que espera por si!»
Portugal tem a paisagem física, a paisagem monumental, a paisagem humana. Esta, de elevado teor histriónico, por vezes, revela-se digna de antologia. Patética, mesmo.
Num jantar em Castro Marim, no Algarve, o conhecido político que passa a vida a dizer que quer «mais autonomia!» vem cercear e coarctar a autonomia dos seus próprios correligionários...
Diz ele na sua, que «até ao fim do ano» os militantes do PSD não devem lançar «baboseiras» nos jornais, fazer jantares «conspirativos», enfim, devem deixá-lo só a ele, no ar, fazendo a figura de rei-sol a que já nos habituou. Os outros, os planetas que gravitam na órbitra do seu partido, devem manter um prudente silêncio de Conrado, pelo menos até ao fim do ano. Enfim «baboseiras» ficam só a cargo dele e de alguns que afinem pelo mesmo diapasão.
Querer controlar os outros sempre foi sua obsessão. Controlar os próprios militantes do seu partido, ou melhor, querer subordiná-los ao seu « diktat» de momento, é algo de pouco democrático e que revela o que vai naquele sub-consciente.
A regionalização, que já foi bandeira hasteada pelo PSD (quando Helena Roseta era a directora do Povo Livre e Cavaco fazia profissão de fé nesta condição inserta na Constituição da República), volta agora a ser desfraldada aos novos ventos. Esteve «enterrada» («entre-parêntesis»?) durante largos anos, mas agora, por questão de oportunidade, volta a emergir na cena política.
Ele, paladino da regionalização, da descentralização, da desburocratização, entoa o hino regionalizador como se fosse uma epopeia. Alguns habitantes da Madeira sabem bem que ele veste a farda da autonomia para tirar dividendos dela. Na Madeira quer a autonomia só para ele e seus acólitos. Ali, a concentração de poderes é a fórmula secreta que permite a perpetuação no poder, é o «abre-te sésamo» da oligarquia reinante. Não dá autonomia a ninguém. Está quase tudo condicionado ao poder do seu ego omnipresente!
O Carnaval aproxima-se. A ânsia de protagonismo que lhe é peculiar emoldura-lhe o discurso, dá vazão à sua inigualável veia histriónica, faz com o o próprio Rei Momo se sinta condicionado pelo seu génio, pela sua verbe, pelo seu carisma, pela sua hiperbólica postura social.

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