O consórcio Lusoponte liderado por Ferreira do Amaral ao deter o exclusivo das travessias sobre o Tejo vem gerar polémica. O aeroporto de Alcochete vai ter que pagar uma factura por causa deste monopólio. Há que fazer uma nova ponte e esta vai desviar o caudal normalmente existente nas outras pontes. Ferreira do Amaral, então na pasta das Obras Públicas, assume agora o odioso da "posta"... Vai reivindicar uma indemnização faraónica. As derrapagens começam...
No regime do ante-25 de Abril dizia-se que um lugar no governo era a antecâmara de um tacho numa grande empresa. Falou-se muito dessa promiscuidade logo após o 25 de Abril. Era uma imagem de marca do antigo regime. Algo de odioso e de condenável pela perversidade que lhe subjazia.
Dizia-se que deveria haver um período de "nojo" (ou quarentena) entre a saída da governação e a entrada num lugar executivo de alguma empresa de grande dimensão (pública ou privada), sob pena de se poder pensar que a assunção de um cargo logo após a saída da governação seria um pagamento de qualquer factura ou prebenda por facilidades concedidas no exercício do poder politico. Promiscuidades e venalidades múltiplas poderiam estar na base da obtenção do cargo. A mulher de César...
Enfim, pruridos e pudores que se foram perdendo com o abastardar do regime. Hoje não há escrúpulos, não há sãos princípios de coabitação; sai-se do governo e entra-se logo numa grande empresa para um lugar de destaque, estilo prebenda pelos serviços prestados; a pasta e a posta num abrir e fechar de olhos...
O regime vai apodrecendo embora se continue a chamar democracia. O rótulo é algo que serve para identificar um conteúdo (deveria ser assim) mas também para encobrir...
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