sábado, janeiro 05, 2008

Na Educação: Masoquismo ou reformismo?!


Enfrentando hostilidades muitas vezes artificialmente empoladas, tem usado o sorriso estoico e a humildade prudente para desafiar os críticos. Num mar encapelado de problemas, tem sabido navegar à bolina com perícia, e mesmo sem o vento de feição, mostra que é digna herdeira dos luso-navegadores...
Não é fácil gerir a pasta da educação. Tanto mais difícil, é certo, quanto é verificável que o tempo é de vacas magras...
Que de hostilizações orquestradas, que de histerismos politiqueiros, que de histrionismo estridente da parte de alguns agentes da provocação!
Mau grado este ambiente infernal, liderado por lúciferes dos sindicatos e da comunicação social, ela tem pautado a sua praxis pela lucidez e pela serenidade.
E diz, com desassombro, que até compreende a insatisfação dos que a contestam.
O predador não gosta que lhe roubem a presa!
Tal como a árvore infestada de trepadeiras e de fungos parasitários que vivem à sua custa, a educação, essa árvore imponente e de porte altivo, vive num mal estar permanente. Reformar é cortar cerce essas excrescências que, por vezes, sugam a árvore até ao limite; há gente honrada e trabalhadora na Educação (a grande maioria). Mas, ninguém duvide, há muita gentinha a vegetar e a parasitar a árvore-mãe. Há quem sugue a árvore educação como se faz aos pinheiros . Ainda há muito resineiro (e resineira) a sorver ávida e escandalosamente a seiva que deveria alimentar só a árvore. Os exemplos são muitos e variegados. Basta olhar para os sinais exteriores de riqueza de alguns mordomos da Educação...
À sombra de arbustos partidários há também quem se governe. Há lianas de cumplicidade onde se penduram alguns (e algumas) para auferirem mais alguns dividendos, para sacarem mais uns cobres, para saciarem certa volúpia desmedida.
Enfim, a educação é uma selva autêntica. Salve-se quem puder. A ministra, qual Tarzan de saias, bem tenta pôr a casa em ordem, mas é impossível. Venha quem vier a selva continuará. Não é fácil satisfazer gregos e troianos. Quem governa deve fazê-lo em prol do interesse dos cidadãos em geral, do país, e não, como alguns pensam (erradamente), dos professores, dos pais, ou dos alunos. Governar é servir um universo bem mais vasto. É gerir conflitos de interesses e usar equidade e bom senso na resolução desses conflitos.
Quem usa a táctica de extremar e radicalizar posições, só com um objectivo único e exclusivo
(colher dividendos politicopartidários) não pode merecer o aplauso generalizado, mas sim, e apenas, o da corporação que lhe subjaz.
Governar não é ser delegado sindical ou porta-voz de uma facção, de uma classe social, de uma corporação, é, isso sim, ser gestor de uma comunidade ampla, onde os recursos não abundam e têm que ser usados com parcimónia, tendo por meta a prossecução de objectivos nacionais e não sectoriais.
Quando há recursos escassos, susceptíveis de uso alternativo, há que optar e procurar aplicá-los onde possam ser mais rentáveis. Há que racionalizar, cortar desperdícios, erradicar circuitos paralelos, expurgar mordomias, enfim, cauterizar as feridas desta Educação que, por vezes, parece a escola do vício e não o templo da virtude!
Casos como a Independente, a Moderna, são, de per si, exemplos paradigmáticos. Neles se espelha o que de pior tem a Educação, o que de mais execrável e parasita existe no universo perdulário e despesista desta área governamental. Que nunca a voz lhe doa senhora ministra! O país autêntico, o Portugal profundo, esse agradece, e espera não ter de continuar a suportar por muito tempo luxos sumptuários de administradores da Educação que mais parecem líderes de algum gang ou padrinhos de sabor napolitano!

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