A escritora Margarida Rebelo Pinto descobriu uma multiplicidade de relações homossexuais na Póvoa de Varzim!!!
Ele aí está! Junto ao casino, erecto, hirto, firme, contemplando os horizontes com atenção e perspicácia.
Veio para ficar. É um honra para a Póvoa de Varzim tê-lo e poder contemplá-lo. Um homem de convicções, um visionário. Sendo demasiado complexo, não é contraditório tal a riqueza da sua personalidade multiforme, policromática, multifacetada.
É (ou deve ser) uma honra enorme. Traz um lastro de sabedoria, de graça, de ironia. Não, não é Eça de Queiroz, essa figura emblemática que sorri para os desvarios camarários ali mesmo defronte, na Praça do Almada. Não, é Fernando Pessoa, o poeta dos heterónimos, o genial escritor que honra a língua portuguesa. Enfim, um ícone imorredoiro que a todos nos orgulha.
A entrevista impunha-se. O momento é solene. A sua figura é refulgente e de impacto iniludível.
R. de B. __Então Mestre, aqui mesmo em frente ao casino, porquê?
F.P. __ Não fui eu que impus esta condição, eles lá sabem por que o fizeram. Talvez eu seja um apelo ao sonho, à concretização de anseios profundos, sei lá...
R. B. - Estais de costas para o casino e virado para o mar. Quererá significar algo?
F.P._Talvez indicando que à saída do casino é que se poderá saber se se poderá navegar nos mares da ambição. Se se ganhar é um mar de possibilidades, um horizonte de perspectivas novas... que se abre.
R.B.__ O casino às vezes é acusado de servir para branquear capitais. Que dizeis a isto?
F.P. -Olha rouxinol, dizem tanta coisa. Dizem que o presidente da câmara se aproveita das procissões para tomar banhos, banhos de multidão, claro. Ora, sendo a cidade da Póvoa tão emblemática por causa dos banhos, por que não? E os banhos não ajudam a limpar algo que não esteja imaculado, limpar o que possa estar sujo?...
R.B _Estais a referir-vos às consciências?
F.P. __ Eu sempre usei uma linguagem ampla e abrangente. É preciso que as pessoas saibam interpretar-me. O meu fascínio está na multiplicidade... até de interpretações...
O largo fronteiro ao casino estava repleto de curiosos. Turistas, estetas, apreciadores da escultura. A meu lado, sem eu me aperceber, estava a escritora Margarida Rebelo Pinto, a famosa escritora de literatura light (ou pimba como dizem alguns invejosos...), trazia a tiracolo uns cadernos de apontamentos. Dirigi-me a ela com curiosidade:
__Dra Margarida, então o que a traz por cá?
__Olá rouxinol, é um grande prazer ver-te aqui neste local tão emblemático. Sabes, ando a escrever um novo livro e inspirei-me na Póvoa e em ti!...
__Em mim?!
__Sim, em ti. Sei que és um meu leitor assíduo e até me interpelas naquele espaço blogosférico do semanário Sol. Li o teu blogue e chamou-me a atenção um capítulo intitulado «Será que a banca tem ponto G?», a partir daí nasceu a curiosidade e vim cá para saber quem és, o que fazes, quais as tuas musas inspiradoras..
__Mas, que honra. E eu julguei que era por causa do Fernando Pessoa!
__Também é. Vocês têm similitudes que quero aprofundar. Ambos com formação contabilística mas enveredando por rumos mais vastos, menos cinzentos que a contabilidade. Talvez vocês odeiem a contabilidade e sintam na escrita o refúgio para o sonho, o navegar por mares mais exóticos!...
__Minha cara, nunca tinha pensado nisso, sinceramente. Mas já agora qual é o título da obra que tem em mãos?
__ A obra chamar-se-á «O clítoris(1) das câmaras» e aborda a temática do prazer. O prazer de dar e o prazer de receber num amplexo afrodisíaco ímpar. A corrupção no estilo mais escaldante, a capacidade de criar benefícios a partir de engenharias financeiras magistralmente acicatadas pelo desejo sexual. Enfim, o poder do sexo como catalizador da corrupção e até de abusos de poder.
__Não me diga que é mais uma «maledicência» como gosta de dizer o Dr Macedo Vieira em relação à oposição?!
__Qual maledicência, qual carapuça! Eu aprofundarei o ego das personagens procurando sentir os seus eflúvios mais íntimos, as suas capacidades afectivas, os seus clímaxes, as suas potencialidades genuinamente criativas...
__Mas haverá prazer na corrupção? Terá conotações sexuais tal prazer? Será que Freud também está metido nessa análise profunda?
__É claro que sim! Freud, com a teoria dos recalcamentos, explica muitas frustrações. Muitas mulheres frígidas são-no por causa de homens incompetentes e não por malformação intrínseca! Os corruptos, são-no, para compensar frustrações na área sexual! Há um desvio do prazer da líbido para o prazer da corrupção!...
__Dizei-me só para terminar: os políticos no poder actualmente são competentes?
__Sim, muitíssimo! Mas têm uma tendência homossexual iniludível!...
__Como assim?!
__É que o objecto do seu desejo é frequentemente seres do sexo masculino, tal como os vereadores... e o presidente...
__Mas como é possível tal anomalia em gente tão viril e aparentemente tão firme e recta nas suas posturas cívicas ?
__ É que a grande perdição dos autarcas são... os empreiteiros!!!
__ E eu a julgar que havia uma relação heterossexual perfeita: eles eram amantes da Lei e da Honra!... que surpresa a minha, cara Dra Margarida!...
(1) - Clítoris: excrescência carnuda existente na vulva. Em África algumas comunidades fanáticas procedem à sua ablação pois julgam-na fonte de possíveis infidelidades... Tolices!
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