O diálogo que se segue é ficção pura. Nada tem a ver com a realidade.
__Zé, admiro esta Póvoa cada vez mais!
__E pode continuar a fazê-lo, pois é terra de gente boa e hospitaleira.
_Gosto muito de um vosso conterrâneo!...
__Não, o Eça de Queiroz, o grande romancista poveiro...
__Também já gostei. Agora acho-o um pouco agressivo demais. Era um maledicente, dizia mal da Igreja, dos políticos, até me sinto incomodado com algumas sátiras. Sinto lá bem dentro de mim, que se vivesse naquela época talvez tivesse que o meter em tribunal!
__Oh! meu caro Zé, você tem que ter mais poder de encaixe! Já leu o Boticário hoje??
Eu fartei-me de rir! O homem é levado da breca! Gosto de gente assim, franca, com ódios de estimação! O Eça havia de gostar dele! Então aquela frase do Eça é genial!
__Qual?!
__Aquela em que ele diz: «Os políticos são como as fraldas. Devem mudar-se com frequência. E por motivos idênticos!»
Ambos riram com exuberância e com gosto. Macedo Vieira tossicou ligeiramente e exclamou:
__Tenho que me render ao humor. Este Boticário é o maior! Vou lá qualquer dia comprar uns rebuçados de bom-humor (sinto que ando a precisar...) a ver se o homem passa para as minhas hostes!... o dinheiro compra tudo!...
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