«A dra Manuela Ferreira Leite não tem uma única ideia sobre o País!»
José António Lima, digmº sub-director do SOL
Era a campanha para a eleição do líder laranja. Jogavam-se todos os cartuchos. J.A. Lima esgrimia forte contra a que viria a ser vencedora. Não sou militante mas doeu-me tanta falta de honestidade intelectual, tanta cretinicie, tanta falta de rigor. Pode-se não concordar com as ideias dos outros mas dizer que não têm uma única ideia é demais! é charlatanismo, é um atentado à inteligência dos leitores!
Isto é frequente, não é só J.A. Lima, convém referir em abono da verdade.
Há muito parolo travestido de jornalista que se julga uma quintessência, um suprasumo e toca a zurzir sem dó nem piedade.
Reconheço que falta à Dra Ferreira Leite a capacidade histriónica que sobeja em Jardim, em Valentim, ou em Hugo Chavez. Ela não tem capacidades de actriz. Hitler e Mussolini sim, tiveram-nas em alto grau. E é cada vez mais um predicado a ter em conta. Sobretudo na nossa política indígena! sobretudo a nível local!...
Para mim não conta. Eu olho para o produto não para a embalagem!...
Reconheço que se houvesse eleições agora, ela teria dificuldades em bater Sócrates (as sondagens são unânimes), mas daí a dizer-se que não tem uma única ideia vai uma grande distância...
Veja-se o caso da Póvoa de Varzim. Em termos de propaganda em torno do líder actual pode dizer-se que «já chegámos à Madeira!». Contudo, se em vez de uma acto eleitoral folclórico e carregado de condicionalismos financeiros houvesse um concurso público em que os examinandos-candidatos fossem alvo de duras provas por um júri eclético, julgo que Macedo Vieira seria ultrapassado por diversos candidatos mais bem apetrechados. Não que ele não tenha ideias, tem, o que estão é ultrapassadas no tempo. É um demodé. O caso do Projecto Bolina é a prova mais eloquente do que afirmo. Ele vai surfando no mar dos aduladores baratos que o cultuam como a um bezerro de ouro!...Um oráculo de Delfos...
Vemos propaganda e mais propaganda, culto de personalidade a raiar o anedótico, e perseguições a adversários de forma ostensiva. Jornais e rádios dão tempo de antena fora do comum para os auto-elogios. Os adversários são reduzidos ao mínimo. Tal como na Madeira. Tal como noutros pontos do país onde Abril nunca chegou! Pobres autocracias, bolsas de pobreza nesta apagada e vil tristeza democrática... Pobre Abril, de enganos mil...
A Dra Ferreira Leite é uma pessoa culta, sabedora, com capacidades fora do comum na esfera económico-financeira, mas falta-lhe, reconheço-o sem dificuldades, capacidade de persuasão, capacidade histriónica. Ela não faz teatro, não se autovitimiza como fazia (e faz) Menezes e Jardim, ela não é um Alves dos Reis nem um Vale e Azevedo. Esses sim, eram convincentes. Até onde lhes foi possível...
Cada vez mais entendo que Portugal precisa mais de pedagogos e não tanto de políticos. Gente que, sem ambições de poder, se dedique de alma e coração a esclarecer e a abrir os olhos a um povo narcotizado por uma comunicação social vendida ao poder económico e capaz de se prostituír por tuta e meia. Mas esses, os poucos que ainda há, são ostracizados pelo poder autocrático que teme perder a galinha dos ovos de ouro que lhe enche os cofres de mordomias...
Essa é que é, Eça!!!
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