terça-feira, outubro 14, 2008

Confissão de um homem religioso!

Tu, rouxinol, és o maior psicanalista do continente. Fazes falta aqui na Madeira!


«Há mais alegria no céu quando um pecador se converte, do que quando mil justos praticam o bem!»

Isto foi-me dito na catequese pelo padre Batista de Sousa (hoje, monsenhor, em Esposende, um santo homem), não tenho razões para duvidar, mas não poderei usar este testemunho em tribunal!... Até ver...

Todo o homem que assume a sua faceta de pecador (somos todos, mais ou menos) merece respeito, admiração, louvor. Só os Frei Tomás, os hipócritas, os fariseus, é que não admitem erros.
E dizem tantas vezes de forma calculista e enfadonha:« se voltasse atrás, hoje, faria tudo igual!»

Eu não. Admito muitos erros, muita má fortuna, muita fé em excesso na justiça, na religião, na boa fé das pessoas!... Eu, pecador, me confesso também, com humildade... Se voltasse atrás, talvez corrigisse muita coisa, para obter melhores resultados...

Agora, respeitosamente, tiro o meu humilde chapéu. Convido-vos a ouvirem esta:


CONFISSÃO DE UM HOMEM RELIGIOSO!
Cada vez sou mais cubano
Imberbe Fidel, me sinto;
Viciado neste havano
Viciocrata, não minto!
«Activos tóxicos» tenho
Na alma bem entranhados
Do tempo do «fascio» venho
Refinando os meus pecados...
Agora, assim relaxado,
Ó catarse redentora,
Confesso que sou dotado
De sanha persecutora!
O «padreco» persegui
Ele sim, merece o Céu!
Ao povo, às vezes menti
Assumo que sou o réu!
Tenho a síndroma insular
Sinto-me sempre acossado
Tenho a obsessão de atacar
Antes...de ser atacado.
Ventríloquo também sou
Admito que também erro,
E, de vez em quando vou
Usando «testas-de-ferro!»
Ó catarse-contrição
Lavadouro d' alma impura
'inda haverá redenção
P'ra esta vil criatura?!
Juiz Supremo, piedade!
Quando eu entrar no Além,
Fiz muito mal, é verdade,
Mas... aos padres só fiz bem!
Com segundas intenções!
Tendo o voto, sempre em mente,
Senhor, peço mil perdões
P'ra este «dez reis de gente»!...
Nota: Isto é uma caricatura e contém excessos. Há que reconhecer também na criatura uma dose de regionalismo exacerbado, uma coragem e um arrojo fora do comum, uma ambição hipertrofiada e uma intransigente defesa do ego madeirense.

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