Jesus, bem sei que não tens biblioteca nem estudáste Finanças, mas sabes o que é o «custo de oportunidade»! Sabes que com esses milhões injectados num jornal sem vida própria, sem autosuficiência, era possivel criar postos de trabalho, dar abrigo a jovens desamparados minados pelo vício, albergar idosos sem meios para uma sobrevivência condigna, auxiliar deficientes, dotar as escolas de meios para melhor se prepararem os alunos para uma sociedade cada vez mais sofisticada. Tu sabes que com esses milhões era possível dar cuidados de saúde mais capazes aos doentes crónicos, dar alimento a quem passa fome, às vezes envergonhada.
Sabes também que se cria um precedente grave: a igualdade de tratamento de todos os agentes económicos em circunstâncias similares. Se se dá a um jornal para fugir à falência, por que não a uma oficina de automóveis, a um café, a um restaurante, a uma serralharia, a uma carpintaria?!
São tudo entidades que merecem atenção! Ou o jornal é diferente e merece tratamento especial?!
Será que esse jornal é uma concubina de luxo?!
Senhor perdoai-me se a minha lucidez é pecaminosa!
Mas não resisto à tentação de poetar. Enquanto não pagar imposto por isso, continuarei, qual Aleixo do século XXI, a gritar o que me vai na alma, o que me fere a sensibilidade!
Madeira de encantos mil
D. Anacrónico faz
Injectar o metal vil
No jornal que morto jaz!
E o jornal «ressuscitou»
Lazarenta criatura,
Grande Líder bajulou
Pagando assim sinecura!
A questão que se coloca
A quem respeita o mercado:
Quem a falência provoca
Deve ser recompensado?!
Premiar a incompetência
É medida salutar?
Quando ameaçar falência
Nova injecção vai levar?!
Gestão danosa, indecente,
Deitar dinheiro ao lixo...
Jesus!, vem cá ter co'a gente
Sai daí do crucifixo!!!
Anacrónico é réu
Na delapidocracia
Há que retirar o véu
Que oculta a cleptocracia!
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