Em tempos de crise a prostituição está em alta!
O país está prostituído a vários níveis. Toda a gente precisa de algo para sobreviver quando a carestia aumenta, a pauperização é o corolário normal de uma política neoliberal completamente acéfala, sem critérios de racionalidade, fustigada por ventos descontrolados desencadeados por reis Midas que se enfurecem por tudo e por nada.
Vemos as mulheres na rua, à noite, procurando grangear mais um pecúlio para juntar ao magro salário que lá vão obtendo. Outros vão batendo à porta de partidos na mira de alguma casa (ou palácio) baratinha, sob os auspícios da câmara de Lisboa, fomentando também uma certa forma de venda da alma que não deixa boa imagem...
Os empreiteiros lá vão de chapéu na mão, junto das câmaras municipais, prometendo financiar o partido na próxima corrida eleitoral, ou o clube da terra, se a câmara der aquele jeito na alteração da volumetria ou vier aquele despacho tão ansiado...
Depois é também aquele pároco que passa a vida a cantar hosanas nas homilias dominicais ao senhor presidente, que vai pedir emprego para o sobrinho, o afilhado, o amigo . O jornalista que na rádio não se cansa de referir sempre os bons auspícios do senhor presidente nas questões mais inverosímeis, tentando capitalizar apoios, atraír mordomias, abocanhar sinecuras...
Enfim, a prostituição, a mais antiga profissão do mundo, está em alta quanto mais forte for a crise, mais deprimente a depressão, mais violentas as vagas deste tsunami social que a todos vai atormentando.
Quem assim não fizer, passa as férias em casa à lareira... não pode ir aos restaurantes da moda, não pode ir aos teatros, ao futebol, cinemas, enfim, aguenta na trincheira da dignidade o combate da existência!
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