Cancros, doenças hepáticas, doenças da pele, enfim, todo um rosário-calvário inimaginável!
As «entidades de supervisão» sempre corrompidas pelas autoridades, calavam-se, escondiam as análises (ou douravam a pílula...), enfim, nós sabemos como isto se faz...
Até que, no rol das doenças, surgiu a disfunção eréctil! a princípio a coisa passou quase despercebida. As mulheres sentiam certa insatisfação que iam colmatando com sucedâneos electrónicos e outras mezinhas, mas, quando o mal se generalizou, atingindo a totalidade do sexo masculino, quando faliu em pleno a eréctil funcionalidade, foi o caos!
Choviam reclamações na câmara, pedidos de indemnização nos tribunais, enfim, manifestações de raiva e de cólera contra o presidente da câmara. Mulheres desfilaram nuas pelas ruas da cidade exigindo uma reparação! Era um direito natural que lhes estava a ser sonegado pela incúria camarária! Os psicanalistas não tinham mãos a medir. As farmácias vendiam todos os medicamentos susceptíveis de alavancar o viril instrumento mas eram de uma ineficácia total! Nem viagras, nem paus de cabinda, nem outros afrodisíacos se mostravam aptos a resolver a crise da falofalência.
O pecado da carne, esse caminhava para a extinção pura.
As jovens donzelas começaram a dedicar-se à caça e à pesca, tentando ver se algum caçador isolado, lá nas montanhas, poderia ainda não estar atingido pela doença. E andavam nuas, sequiosas de desejo, tentando despertar algum bacamarte adormecido lá nos confins mais reconditos da floresta... Era a caça ao tesouro, na versão erótica, como é óbvio!...
Algumas (poucas) encontravam esse avis rara e lá vinham, todas radiantes, saciadas e felizes, com a caça a tiracolo e o coração a transbordar de satisfação pela graça recebida... quais viciadas em cocaína, que de novo encontram a dose tão ansiada, para aliviar a síndroma de abstinência!...
Só lá nas montanhas era possível encontrar alguém ainda não contaminado pela terrível doença pandémica!
Até que... e há sempre um ponto final para os pesadelos, um feiticeiro lá das montanhas mais íngremes, deu a receita para o mal.
Mas era terrível!!! Era muito difícil de ser praticada, pois exigia a morte de um ser humano!!!
Qual era a receita para o mal?
Era preciso matar o presidente da câmara, sangrá-lo como se faz a um porco, e, depois, com o sangue assim obtido, fazer um cozido e dá-lo a comer às vítimas do flagelo! Era o princípio do «causador-pagador» em acção!
O feiticeiro assim o determinou!
Ninguém ousava fazer tal coisa! Mas as mulheres, a sua necessidade era tanta e o cio já era tão arreigado que não hesitaram. Reuniram-se, muniram-se de foices e de catanas, facas de cozinha e outros objectos contundentes, foram à câmara e mataram o presidente!
Ele, com a sua incúria, o seu desleixo, fora o causador da tragédia. Justo era que pagasse. Assim o exigia o feiticeiro! Assim foi feito pelas vingadoras!
Hoje, algumas dezenas de anos volvidos, a história de Polismar ainda é contada às novas gerações, com carácter profundamente pedagógico...
E o princípio do «causador-pagador» ainda é exercitado em plenitude!
Para que no futuro nova calamidade não se repita!!!
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