No Pontal há que preencher o «vazio» da ausência da Dra Manuela Ferreira Leite! com «horror ao vazio» ele perfila-se no horizonte como o populista de serviço!
Como eu gostaria de ser Rafael Bordalo Pinheiro para desenhar com aquele toque de genialidade que define os artistas intemporais o perfil acutilante deste Ângelo Correia que delira com palcos mediáticos! como gostaria de ter a pena acerada de um Artur Portela para desancar a boçalidade grotesca (camuflada de erudição grandiloquente) deste Demóstenes laranja que a todos surpreende com a sua girândola oratória!
Vem dizer que há um «vazio» (ipsis verbis) que precisa de ser colmatado, com a ausência da líder do PSD, no Pontal. Este Pontal que é um púlpito populista por excelência, uma espécie de Chão da Lagoa algarvio, precisa de alguém que preencha, que dê corpo, que entronque e dê robustês ao partido da oposição. Está-se a ver ele próprio, qual King Kong da social-democracia, a atroar os ares com a sua verbe cheia de gongorismos balofos, o seu rocócó de fastidosas tiradas próprias de um Eurípedes de meia-tijela para levar ao clímax a plateia laranja!
A pobre senhora, farta de saber que é o populismo balofo que desacredita o partido, que é o marialvismo pacóvio de D. Juans das dúzias que por se empanturrarem à mesa com centenas de mulheres, também elas sequiosas de protagonismo (estilo Nereides laranjas...), já se julgam príncipes encantados capazes de atracção fatal; ela já viu como está rota e amarrotada a fatiota laranja, quer dar-se ao respeito, quer vestir um trajo de elegância moral e cívica, quer ser ela própria! Ela não é populista nem aplaude esses excessos folclóricos que podem arrebanhar alguns marmanjos bem avinhados , mas que não contribui em nada para o pensamento alternativo, para a criação de condições para uma melhoria do actual status quo.
Ângelo Correia tem voluntarismo, tem sede de poder, tem ânsia de palcos. Mas... será que o povo laranja tem sede de histriões populistas? Será que o povo laranja ainda acredita nos vendilhões do templo que falam, falam, oram, oram, mas cuja retórica não se coaduna com a sua praxis? Será que o tempo dos Frei Tomás ainda é chão que dê uvas?
Na Madeira parece que sim. Mas o Algarve, com outra sofisticação, outro verniz intelectual, outra dimensão humana, cairá nessa toada?
Ângelo Correia gostaria de ver a Dra Ferreira Leite rodeada de canastrões beijoqueiros gritando: «Esta é a nossa laranja doce!»; mas de facto ela não é dessa estirpe. Ela não alinha por esse diapasão. E talvez possa ir mais longe ainda, em termos de credibilidade pública, se decididamente der um safanão nas «angélicas criaturas» que no universo da comunicação social vão atroando os ares com as suas feéricas e patéticas fanfarronadas verbalistas!
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