Ela nascera a quatro de Julho. D Adosinda (nome fictício para não a envergonhar...) aos 95 anos fora vítima de um roubo por esticão. Ficou sem os cem euros que destinara a uma festinha com as amigas que ainda lhe sobravam...
Ficou uma lástima. Os olhos já não tinham lágrimas que chegassem para tanto desgosto. Pensou que tinha chegado o fim, mas não cometeu o suicídio que a princípio tentou. Dominou-se, conteve-se, e teve fé em Deus...
«Meu Deus, escreveu ela na carta que decidiu enviar-Lhe, fui roubada por um malandro. O meu aniversário, a 4 de Julho, vai ser muito triste. As minhas amigas foram convidadas para um convívio e não sei que comprar pois não tenho dinheiro. Além da vergonha há a necessidade. Não sei como viver daqui até ao próximo mês. Por favor ajuda-me!...»
Nos CTT leram a carta e condoeram-se da pobre idosa. Quotizaram-se arranjaram a importância de 95 euros. Um funcionário (o prestável Armando), que morava perto da sua casa, meteu o dinheiro num envelope e foi entregá-lo na sua caixa de correio. Era a dádiva de Deus!...
A resposta surgiu mais tarde. Rezava assim:
«Meu Deus, obrigada, Tu tens compaixão dos pobres, não és só amigo dos ricaços como o Jardim do banco e o Melícias das Caixas Agrícolas, Tu sim, Tu és também amigo dos pobres. Tive um aniversário excelente.Evitei passar por vergonhas. As minhas amigas ficaram admiradas com a Tua generosidade. Queriam escrever-Te mas não deixei. Haverá outros que precisam mais. Mas olha lá uma coisa: eu pedi-Te CEM euros e vieram só NOVENTA E CINCO... seriam aqueles sacanas dos Correios que ficaram com o resto?!
2 comentários:
Não sei se a história é verdadeira ou fruto de uma prodigiosa imaginação... mas que é bonita é!
Não só pela docura da idosa senhora, pela generosidade publica, como também pelo sorriso que provoca o final.
Um abraço
Maria João:
Modestamente reconheço que não é da minha lavra...
Mas que está gira, está!
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