domingo, julho 05, 2009

Carta a D. Jorge Ortiga




Será lícito um padre concorrer a um cargo político e continuar no seu múnus sacerdotal?
Julgo que a pergunta é pertinente e, sobretudo no actual contexto, merece reflexão.
Não é por causa do padre de Nine (V N Famalicão) (ver aqui...) que estou a abordar o tema.
Há muito que me preocupa esta temática a ponto de a fazer divulgar no sentido de partilharem comigo estas preocupações diversas entidades.
Na minha qualidade de politólogo e pedagogo (já com obras publicadas) cumpre-me fazer eco de preocupações colectivas. Será que o direito canónico permite esta liberdade? Deveria permitir?
Creio que o assunto é complexo e delicado. Da mesma forma que o CSM aconselhou os juizes a não se envolverem nos meandros do futebol há quem pense que a Igreja deveria aconselhar os seus clérigos a não se envolverem nos sinistros meandros da política. No entanto julgo que é mais transparente uma candidatura a um lugar deliberativo (AM) do que estar por trás, a apoiar leviana e hipocritamente candidaturas, servindo de «comissário político», sendo utilizado como membro de «comissão de honra» ou usando o púlpito para servir de turibulário ao poder instalado.
Isso ainda é mais grave e intolerável!

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