Este gajo só diz trenguices: escrúpulos, transparência, lisura...
Tens razão, meu caro rouxinol: é o "pão e circo", tão caro aos romanos!
O mundo vive uma crise medonha: desemprego galopante, fraudes gigantescas, corrupção a rodos, justiça capturada por forças ocultas, a fome e a miséria a estenderem os seus tenebrosos braços a toda a parte...
No entanto aparecem uns florentinos (não só o Perez... mas outros cá por casa)
a gastarem fortunas com orgias mediáticas, com aquisições de jogadores de futebol de forma alienante, só para aplacar os ânimos de adeptos, só para saciar a ânsia de espectáculo que vai em certos meios, tentando desviar as atenções para os problemas graves e centrando-as apenas nas odisseias da bola...
A Igreja quer criar postos de trabalho, dar ocupação e sentido à vida de muita gente mas não tem os meios suficientes, precisa de apoios. Será que o Estado mostra sinais de mudar de rumo? Já se ouviu alguém criticar os excessos? Não, as campanhas eleitorais vão ser um sorvedouro de dinheiros públicos e privados, as atenções vão-se virar para epifenómenos ridículos e patogénicos, o culto de personalidade vai ser o pão nosso de cada dia: o trajo da candidata, os locais de férias do candidato, as residências, os carros, os hobbies, as megalomanias...
Pobre mundo entontecido por um tsunami mediático, cultuando personalidades e evitando ir ao fundo das questões... a Igreja, esse oásis no meio do deserto, procura remar contra a maré, mas ... essas procissões que o verão ostenta, como cigarras em cima de azinheiras, não serão também, elas próprias, um excesso?!
6 comentários:
Ao meu querer!
Dias noites, estações esquecidas
Inventei sonhos para sonhar
Lavei mágoas, dores perdidas
Uma árvore toca as águas da lagoa
O nevoeiro faz desenhos nas cumeeiras
Um Melro negro solta um pio ao acaso
A palavra quero-te diz-se de mil maneiras
Convido-te a ver a Cor da Claridade
Abraço
O Profeta,
Quem assim canta seu mal espanta!
Será que Jardim também não aprecia o seu estilo? é de crer que sim!
E como estamos cheios de contrastes. Políticos governamdo para si mesmo, aliás, dizem que sempre assim o foi!
Fazer o quê? Apenas reclamar, gritar. O melhor seria na hora do voto, não votar. Imagino uma situação onde a sua totalidade de eleitores votassem em branco. Seria cômico, se bem que cômico já é nossa situação!
Abraços
Blue:
O voto em branco total já foi imaginado pelo escritor José Saramago... Mas a tendência é para ir levando as pessoas ao abandono deste ritual votante, que cada vez é menos eficaz... são sempre os mesmos... usando os mesmos métodos, até que a galinha de ovos de ouro morra!
Amigo Rouxinol...
Algumas coisas não mudam muito, muda-se apenas o cenário. O que é muito triste.
Uma delas é o gasto enorme nas campanhas eleitorais: quem não tem dinheiro, dificilmente ganha uma eleição. E "ter dinheiro" não significa gastar exatamente o seu... geralmente, prefere-se gastar o do povo.
Certa vez, um candidato dos Estados Unidos disse: "O dinheiro é o leite materno da política". E é aí que todos ficamos órfãos!
Apesar da revolta, não concordo com voto em branco ou voto nulo. O voto ainda é um dos nossos poucos momentos de decisão...
Beijos!!
Helinha:
Excelente reflexão a sua que enriquece este blog sempre atento à realidade. Essa do «leite materno da política» está singular e gostosa!
Conheço outrra que diz: «o dinheiro é como o azeite: por onde passa, amolece!...»
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