quarta-feira, maio 27, 2009

Epístola ao Papa

Este não é o verdadeiro pecado...

O verdadeiro, o grande pecado é este!...


O PECADO DA OMISSÃO


Eminência Reverendíssima:
Tenho a obrigaçõa de saber que as palavras que vou proferir são graves, mas necessárias. Se as não proferisse cometeria o pecado da omissão. Não quero ser acusado de nada ter dito, de ter silenciado os graves atentados que se vão cometendo no dia a dia em diversos domínios, nomeadamente o religioso.
Não sou político, não quero nem tenho vocação para sê-lo, sobretudo no actual contexto onde impera a promiscuidade e a corrupção mais vis. Dedico-me a uma causa menos lucrativa mas muito mais necessária: a PEDAGOGIA SOCIAL.
Nesta conformidade queria alertar-Vos para o seguinte:
__ O mundo atravessa uma fase patológica em termos de conflitualidade e de expansionismo de cariz religioso.
__ As religiões (sobretudo a muçulmana, com o seu estulto fundamentalismo) são fruto de uma cultura abjecta, belicista e intolerante que mina os alicerces da própria civilização moderna.
__A crise económica actual é fruto de um conglomerado de factores que importa DENUNCIAR, em ordem a ser erigida uma sociedade mais sã, mais justa, mais limpa.
Sei bem que tendes graves condicionalismos. Sois Chefe de Estado e tendes compromissos que tolhem e cerceiam a vossa margem de manobra. A César o que é de César não está a ser respeitado como devia. Deveriam os Papas ser apenas líderes espirituais e não Chefes de Estado, penso eu.
Já imaginásteis caríssimo Papa, o que dirão de Vós os estudiosos daqui a uns duzentos anos?
Talvez mais ou menos algo como isto:
Bento XVI surgiu ainda mais conservador do que os seus antecessores. Manietado por um tradicionalismo doentio, incapaz de observar com lucidez e racionalidade os novos ventos, com medo do futuro, com medo da mudança, levou a Igreja para caminhos de pauperização espiritual cada vez mais obsoletos e estagnantes. Desmotivou jovens e adultos e rendeu-se a um mercantilismo doentio que pactuou com aqueles que quiseram fazer da IC uma multinacional de Fé, no pior sentido dos termos. Então a questão do «preservativo», olhada agora à luz das novas descobertas e dos novos conceitos, seria hilariante se não tivesse estado na génese de autênticas mortandades. O Papa, retrógrado, conservador, vendo a religião muçulmana a aumentar o número de crentes, e admitindo que o uso do preservativo iria aumentar ainda mais essa décalage , optou pela proibição. Foi algo de intolerável e de criminoso à luz dos novos conceitos. Dir-se-ia que permitiu o «assassinato em série» com a sua postura anacrónica e comercialista.
Quanto ao seu posicionamento face à intolerância muçulmana (incapaz de se adaptar aos novos ventos da civilização : como a liberdade religiosa, a liberdade de expressão, o livre-arbítrio dos cidadãos), foi de uma atitude demasiado «prudente», acomodatícia, medrosa até. Receou as manifestações exuberantes mas balofas e teve medo de dizer a grande verdade que se impunha: o islamismo cultivou o MEDO, a AMEAÇA o BOMBISMO como arma de imposição, como modus actuandi primário! Capitulou demasiadas vezes ao recrudescimento da besta islâmica!(1)
E não o fez porque era Chefe de Estado. A sua postura omissa e tíbia face a este fenómeno foi má para toda a humanidade. Os seus sucessores deram outra dimensão a uma Igreja tolhida e anquilosada por ancestrais medos e complexos de culpa também.
O celibato foi gerador de pedofilias, de homossexualidades forçadas, de relacionamentos secretos e hipócritas. A IC, com a sua postura, foi a mãe de todos esses vícios...
A própria «Opus Dei» deu um péssimo exemplo. Os escândalos financeiros que rebentaram (caso do Banco Ambrosino e até o Millenium, em Portugal) mostraram a parte emersa do icebergue.
Enfim, talvez seja injusto não dar ao Papa o mérito de ter revolucionado o catecismo, introduzindo os pecados modernos: tráfico de droga, de mulheres, corrupção, crimes de colarinho branco, poluição em grande escala, clientelismo partidário, tráfico de influências, corrupção desportiva, etc...
Carísssimo Papa Bento XVI, sei que será como que um terramoto de grau 8 na escala de Ritcher ouvir isto, agora, vindo da boca de um cidadão anónimo. Contudo, sei bem do que falo. Sei bem que o diagnóstico do futuro poderá ser bem pior. Sei que o atraso na resolução e na denuncia destas situações aberrantes poderá ser gerador de situações muito graves e que se repercutirão em diversos domínios, estilo efeito.-dominó: na cultura, na ciência, no jornalismo, nas relações laborais, na superestrutura legal, nos domínios da finança e da economia tout cout.
Sei que fui longe, mas nunca longe de mais. Esta minha epístola peca por defeito. O futuro dar-me-á razão. Esta carta ainda é pouco para o muito que é preciso fazer para travar esta escalada de toda uma civilização para o abismo e a miséria colectivas.
Bem haja. Deus nos perdoe a todos, que bem precisamos!...
Não me acusem de pecar por omissão! Ou por omissão de denúncia!
(1) Quero separar o trigo do joio. Não quero misturar os islamitas e muçulmanos sãos, puros, verdadeiros, com os selvagens Gengis Khan que se arvoram em terroristas e condutores de hordas alienadas pelo narcótico religioso que nada tem a ver a com o verdadeiro Islão. A esses, sobretudo aos que em Portugal transmitem do Islão uma imagem civilizada e digna__ e são a grande maioria__ as minhas sinceras desculpas pelo termo usado.

Honi soit qui mal y pense!

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