A nova lei do financiamento dos partidos recém-aprovada vem dar razão aos que não confiam nos fundamentos e nas raizes morais deste regime. Nós somos obrigados a declarar todos os rendimentos, no entanto, os partidos, nem por isso. Dinheiro vivo a granel. Aquela estória do Jacinto Leite Capelo Rego (que alegadamente terá assinado um dos recibos para justificar uma conta «explosiva» recebida nos cofres do CDS/PP...) vai voltar a repetir-se. Mais dinheiro «sujo» virá manchar a já de si pouco limpa democracia. Depois, bem, depois haverá quem «pague as facturas» com «empreitadas a mais», «flexibilidade nos pagamentos», pagamentos sem entrega dos trabalhos (como no caso do Dr Pedroso... que, apesar de tudo, foi autorizado a devolver, a prestações, a quantia indevidamente auferida), os «estudos», as «viagens», os «prémios», os «incentivos», enfim toda a sorte de expedientes para compensar quem for generoso nas ditas campanhas.
Alguns «investidores» nos partidos têm garantia de imunidade futura em muitos domínios. Como disse não há muitos anos o eng Nuno Cardoso (ex-vice de Fernando Gomes na câmara do Porto...) os partidos assemelham-se a «máfias», estilo «pagas a protecção» (leia-se: financias...), logo, terás as benesses possíveis e imagináveis. Depois, a «omertá» (leia-se: silêncio absoluto) cobrindo todos os actos conducentes a esta estratégia.
E o PR, que ainda há pouco pedia contenção nos gastos numa altura de crise e de carências a vários níveis, manterá o prudente silêncio de Conrado, lavando as mãos como Pilatos?
Cravinho, honra lhe seja feita, não se cala e tem toda a razão. O país talvez venha a reconhecer o mérito das suas observações quando a dívida pública se tornar insustentável, o défice incontrolável, e o depauperamento progressivo do nosso tecido empresarial tornar cada vez mais miserável a qualidade de vida das populações.
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