terça-feira, maio 20, 2008

«Resistir ao pessimismo»!

«Um copo a meio é:
a) Meio cheio para o optimista
b)Meio vazio para o pessimista»
O optimismo, meu caro presidente, não serve de nada! É apenas um estado de alma. Quando excessivo é uma patologia!...

Se alguém sente que vai deslizando para o abismo e pensar que mudando o estado de espírito vai inverter o rumo da situação, engana-se redondamente.
O povo já há muito interiorizou isso dizendo: «Fia-te na virgem e não corras! ...»

Não basta ter fé nas instituições. É preciso fazê-las funcionar.

«Tende fé que isto muda!»

Isto é um apelo à resignação, à capitulação. É preciso resistir dizendo o que vai mal, e esperando que os responsáveis ajam em conformidade! É uma resistência activa e consciente.

Senhor Presidente:

Já ouviu dizer que há dinheiros públicos (governamentais) em paraísos fiscais?
Não se sabe quanto nem quais os objectivos. Mas ao comum dos cidadãos isso não cheira bem. Poderá estar ali um gigantesco «saco azul» com objectivos inconfessáveis.

Era bom que todo o povo português fosse esclarecido do exacto montante e quais os objectivos que subjazem a essa trasfega de fundos. Haja transparência!

A justiça continua paralizada nalguns domínios porque não há a coragem de agarrar o touro-corrupção pelos cornos!

Senhor Presidente,

Acha bem aquelas volumosas injecções de capital no JM (lá na pérola do Atlântico)?

Não será um convite à promiscuidade a existência de deputados na RAM detentores de quotas em grandes empresas de construção e obras públicas?

Os bancos, com a permissividade actualmente vigente (com situações anómalas no Millenium e... porventura nalguns «milleniuns» que para aí há!...) são autênticas galinhas de ovos de ouro. Quando os ventos de austeridade fustigam a maioria dos cidadãos (trabalhadores por conta de outrem e pequenos e médios empresários), os banqueiros navegam no mar da prosperidade!...

Será pessimismo da nossa parte, os que vemos estas hiperdiscrepâncias, ou mero realismo?

O optimismo do doente que não vê melhoras, será realista?

Será que pretende «injectar optimismo» de forma artificial, criando paraísos artificiais na mente dos ouvintes dos seus discursos?

Há uma doença bipolar nesta sociedade esquizofrénica que patrocina o amontoar de riqueza em meia dúzia de privilegiados e exige, de forma obstinada e cega, que os outros, os «párias», os não politicamente correctos, paguem a crise.

Haja um resquício de realismo Senhor Presidente!

2 comentários:

José Leite disse...

O presidente diz agora que é precisso resistir ao pessimismo. é preciso mas é resistir ao «laissez faire laissez passer» de alguns que, acobertados pela falta de controlo e de supervisão se estão a encher e a gozar com a transparência e a legalidade!

Este presidente é optimista em excesso, é crédulo, um «Maria vai com as outras», mas lá virá o tempo em que, dando uma cambalhota, dirá:

«Eu sempre avisei, eu sempre alertei para os optimistas doentios que levaram o país ao desastre!»

é capaz de tudo a criatura!

José Leite disse...

De facto, assim é agora, passados tantos meses, ele, em campanha eleitoral, está fartinho de dizer que sempre avisou!!!
Ridículo, patético, anedótico!!!
Quando nós__ as pessoas sensatas e prudentes: Maria José Morgado,Marinho Pinto, Medina Carreira, dentre outros...__ fomos alertando para os mecanismos de permissividade e falta de supervisao eficaz, ele, presidente, acusava tudo e todos de «PESSIMISMO»!!!
Agora, depois do caso BPN e BPP dá uma cambalhota e diz que sempre alertou!!!
Chega de hipocrisia e de cataventismo!