domingo, maio 11, 2008

Lucidez, precisa-se!




Sempre entendi que existe o direito à contestação, ao contraditório. É do mais elementar princípio democrático. É a mais básica regra de convivência cívica.
Contudo, quando se exorbita e se enxovalha, se vai além do estritamente necessário, cai-se no excesso, por vezes, no ridículo.
Ouvi as judiciosas considerações do juiz Ricardo Costa no que concerne ao chamado Apito Final (versão desportiva do Apito dourado). Muito embora o timing da decisão seja discutível (é-o de facto) há que atentar no contexto em que se insere. Havia uma promessa de Hermínio Loureiro que urgia cumprir.
Agora, ao contemplar as infelizes declarações de Valentim Loureiro, não replicando de forma serena e lúcida as balizas técnico-legais em que se estribou o magistrado, mas sim, lançando lama para o modus faciendi, para a alegada forma de expor o assunto (cheia de vaidade e pompa... segundo ele), eu pergunto a mim próprio como é possível este senhor ter chegado tão alto?
Será a teoria da moeda boa e da má (como em tempos alegou Cavaco Silva...) a funcionar?
Não haverá mais ninguém neste país para ocupar o lugar que ele ocupa (diria mais: os lugares)?
Será que iremos continuar a assistir a cenas tão deprimentes para todos nós, independentemente do quadrante ideológico, desportivo ou doutrinário em que nos possamos inserir?
A que ponto isto chegou, meu Deus! Nem no chamado PREC se viu tanto despautério, tanto pauperismo intelectual, tanta apagada e vil tristeza!

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