terça-feira, maio 13, 2008

Alá me perdoe!...

Ela foi morta pelo pai e pelos irmãos. Tinha apenas 17 anos. O crime que tinha cometido fora apenas falar com Paul, um soldado britânico de 22 anos, em Baçorá, no Iraque.

Chamava-se Rand Abdel Qader, morreu a 16 de Março, às mãos do próprio pai e dos irmãos.
Só por falar com o soldado britânico? Sim, e por dizer que ele era culto e sabia falar melhor do que os seus irmãos árabes!

O pai, Abdel Qader Ali, quando apareceram as autoridades, foi felicitado pelo seu acto!!!
Ele «lavara a honra» da família! Ele, pelas leis locais, cometera um acto de justiça e isso era digno de louvor!!!

Até quando a humanidade irá permitir isto? Até quando se irá deixar a vida humana à mercê de credos hediondos, de fanatismos doentios, de ferocidades animalescas?

As religiões (quase todas...) albergam no seu seio o vírus da intolerância, o fermento do fanatismo, a semente do ódio e da cegueira! Vimos, durante a Inquisição, o caudal de prepotências cometidas, o germinar de crueldades sem conta, tudo sob a bênção de um Deus ausente, mas, segundo os seus autoproclamados representantes, dando cumprimento aos Seus desígnios!

A religião muçulmana, que me perdoem os seus líderes a nível local (que me parecem pessoas sensatas e até fora deste contexto doentio...), tem dado azo a autênticas barbaridades. Há que pôr cobro a isto, custe o que custar!

Alá não pode continuar a ser o mentor de uma autêntica chacina impiedosa e radical conduzindo
ao arbítrio e à impunidade. Sob a capa da «honra» há quem cometa crimes hediondos, perseguições ferozes, tolices sem conta.

Nada tenho contra as religiões mas, quando elas extravasam a sua esfera específica e pactuam com a criminalidade (explícita ou implícita) há que as subordinar ao império da lei civil, há que salvaguardar os valores humanos por excelência; sei bem que não é fácil ir de encontro a hábitos ancestrais e notoriamente bárbaros (lapidação, excisão genital feminina, dentre outros...) mas há que começar a defesa dos direitos humanos nesta área tão sensível. É a Humanidade que está em causa. É o ser humano indefeso perante forças imbuídas de uma teocracia mais virada para a selvajaria do que para a civilização...

Oxalá!!!

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