Ter a humildade e a coragem de pedir perdão às vítimas da pedofilia nos USA, em nome da Igreja Católica, foi um acto que define um verdadeiro líder espiritual.
Foi gratificante assistir à postura do papa Bento XVI no tocante aos actos de pedofilia que ensombrara a IC nos Estados Unidos. Ele assumiu a responsabilidade pelos desmandos praticados pelos pastores. Ele arcou sobre si a carga negativa daqueles actos hediondos.
Não seria oportuno analisar as causas profundas dessa patologia?
De mãos dadas com a ciência era bom que se debruçasse sobre o tema sexualidade. Não será esse «desvio» fruto do celibato? Não terão direito a uma sexualidade sadia e natural os padres e freiras?
Os apóstolos eram casados. Porquê condenar estes agentes da fé a uma situação contra-natura?
Julgo que as freiras também têm direito a fruír uma sexualidade sadia e salutar. Não haverá para aí algumas Marianas Alcoforado, cheias de afectividade, imbuídas de espírito de missão, capazes de serem ainda mais cheias de amor, mais dedicadas, mais efusivas no seu múnus se pudessem dar vazão à líbido? A ciência, certamente melhor do que eu, explicará a Bento XVI as vantagens dessa metamorfose. Deus aprova tudo o que é natural. Deus não é contra-natura.
Era bom que o papa se aconselhasse mesmo fora do círculo restrito de uma gerontocracia pouco dada à análise da realidade envolvente. Era bom que o papa fosse ao cerne da questão.
Como heterossexual não me repugnaria casar com uma freira, mesmo não possuindo os requisitos fisiológicos de uma «vamp», mas apenas tendo capacidade afectiva, sensibilidade, espiritualidade, voluntarismo. Ser mulher é isso tudo. Levá-las ao céu (no sentido metafórico do termo) é um imperativo categórico. Logo, a libertação do jugo celibatário, poderá fazer fruír ainda mais o jardim das potencialidades criativas e desabrochar todo um potencial oculto.
Era bom que o papa libertasse de um celibato ancestral seres que têm direito à plenitude. Sei que este parecer é secundado pelos ex-padres casados que poderiam ser de novo aproveitados para o múnus sacerdotal. Eles são também uma força poderosa dentro da Igreja. Ventos de mudança estão no horizonte. Para bem longe a praga da pedofilia. A própria homossexualidade não será um «desvio» forçado pelo celibato?
Creio bem que este papa irá dar-me razão. Fiquei-lhe muito grato por ter correspondido ao meu apelo em considerar como prática pecaminosa o atentado ao meio ambiente e fenómenos similares. Julgo que compreenderá este apelo que é secundado pela grande maioria dos católicos bem formados, respeitadores dos valores da ciência e de uma moral sadia.
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