Fala-se muito em depressão como se fosse algo que cai do céu aos trombolhões, como se fosse um vírus que surge por geração espontânea. Mas não é. De facto, ela surge após todo um conglomerado de factores que vão degenerando o tecido económico-financeiro, a credibilidade dos agentes económicos, reflectindo-se nos indicadores macroeconómicos mais relevantes.
Casos como o escândalo-Madoff e outros que surgiram com efeito-dominó (género sub-primes e outros acoplados e grosso modo designados como toxidades...) são a parte visível do icebergue.
A economia é como a saúde. Há medicamentos que em vez de curarem provocam danos colaterais mais gravosos. Há sequelas de efeitos incalculáveis. Dar crédito em excesso sem acautelar mecanismos de garantia, facilitar à outrance o endividamento, numa caça desenfreada ao cliente, sem peias, sem regras, pode ser o princípio da queda. Depois os mercados reflectem essas anomalias de forma errática e alarmista. É o círculo vicioso da depressão a atingir as raias da pandemia...
Embora não sendo especialista na matéria, a jornalista Fernanda Câncio dá uma ideia do fenómeno, num excelente e acutilante artigo («bónus da prova»...) no DN, em que denuncia os abusos nas remunerações dos mega-quadros das grandes multinacionais ligadas ao sector financeiro.
Depois surgem as mega-fraudes premiando engenharias financeiras que têm tudo menos de racionalidade económica empresarial. É o retrato dos artistas pintando os quadros mais mirabolantes da situação empresarial sendo tudo menos o espelho real dela.
Por cá, nós temos exemplos paradigmáticos: BPN, BPP e ... o que ainda poderá estar oculto...
2 comentários:
Verdade.
Ninguém explica de onde ela veio e muito menos quando vai parar.
E em vez de se ajudarem, os representantes dos países fecham-se em copas, usam de protecionismos e isolam-se dos demais.
Desta forma, como é que a crise vai passar? Eu, hein!!
Abraço.
Moça do fio:
Isto da economia fia muito fino... creio que só vai parar com regras de supervisão eficazes, transparência total nos off-shores e menos especulatite aguda... a doença infantil da economia!
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