Camões, o genial criador do Velho do Restelo, talvez comece a ser mais identificado com a sua própria personagem ; nos momentos de crise, o seu falar é profético...
O Velho do Restelo dizia mal dos gastos mirabolantes da aventura ultramarina e verberava o abandono das populações tão sacrificadas... e desamparadas.
Neste momento estamos a pagar caro o não se ter aproveitado bem o tempo das «vacas gordas» (cavaquismo...) e feito (então) as reformas estruturais que o país precisava.
Ditosa pátria, lusa encarnação,
Conduzida ao abismo dos valores
Será que ainda tens cura, remissão,
Ou sentes da agonia os estertores?!
O que há mais é piolhos-pensadores!
Sim, usando a cabeça, mas... de fora...
Louvaminhando abutres corruptores
Sanguessugas de ontem ... e de agora!
Ditosa pátria, pasto de cobiças,
De ambições sem freio, sem travão,
Vasto rol de ladrões matar-te-ão!
Ditosa pátria, palco de injustiças,
Terás mau fim, se olharmos às premissas,
Triste o destino, triste a conclusão.
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