É tão culpado o que vai às cerejas como o que fica a apanhar as cerejas debaixo da cerejeira...
ditado popular
O BPN tem sido um alfobre de situações pouco transparentes e geradoras de perplexidades várias. Desde a falta de eficácia dos órgãos fiscalizadores (internos e externos...) até à excentricidade das metodologias (imagine-se que Oliveira e Costa com um simples post it fez movimentar milhões para uma conta pessoal na Suíça!...) usadas, é de bradar aos céus!...
Que país é este onde isto é permitido? Que supervisão existe que nada detecta?
Agora começo a perceber por que é que Vítor Constâncio sonega informações à comissão parlamentar de inquérito!... Os «rabos de palha» podem chegar à cúpula supervisora. É bom que não se saiba tão cedo...
É isto o fruto de uma partidocracia clientocrática que vive a fazer fretes a este e àquele (um tem uma filha casada com... o outro tem um parente que... aqueloutro tem um afilhado que...) e em que o «centrão» tem mostrado a sua faceta mais perniciosa ao permitir o apoio de «máfias» mesmo de sinal partidário contrário mas subordinadas ao mesmo denominador: o salve-se quem puder!...
Conheci situações ocorridas no tempo do apelidado «grupo da sueca» que eram o espelho fiel desta promiscuidade inter-partidária: a corrupção não tem partido, une-se em torno de objectivos concretos, o poder financeiro atrela os agentes políticos como canídeos amestrados e obedientes, estejam em que partido estiverem, quem manda é o senhor fulano de tal que tem «MONTES» de notas, tem a comunicação social controlada, tem até agências de sondagens, tem mordomos e lacaios em tudo o que é aparelho de Estado, num emaranhado tal, numa promiscuidade total, a ponto de se poder dizer que é tudo farinha do mesmo saco!
Vemos indivíduos de um partido a elogiarem outros do partido adverso (estando no poder é claro!...) como se fossem capos de organizações mafiosas, sempre subordinados ao princípio superior do «salve-se quem puder!», «há que enriquecer a todo o custo, custe o que custar!», «hoje estás tu no poder e defendes-me, amanhã estarei eu e defender-te-ei a ti!», numa oligarquia mafiosa, supra-partidária e unida apenas pelo cheiro a vil metal ( e a esturro, também...).
Oliveira e Costa não pode estar sozinho neste forrobodó. Ele teve cumplicidades (por acção e omissão) que importa deslindar dê por onde der. Mas, será que haverá moral para aprofundar esta conexão insalubre, esta rede de cumplicidades?
Esse é que é no fundo o cerne da interrogação. Será que este «sistema» tem capacidade para se regenerar a si próprio quando está totalmente putrefacto?!
Meus Deus, onde é que isto vai parar?!
O que faz o «garante do regular funcionamento das instituições democráticas»?!
Não se vê fazer nada de concreto no que concerne à erradicação do mal. Será que os seus «sponsors» também estão neste cais enlodaçado, será que também está tolhido pela teia que envolve os outros?!
Ai Portugal, Portugal, triste sina esta de te ver nesta agonia letal!
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