domingo, março 09, 2008

Ter carácter!

É preciso dizer a verdade mesmo que isso doa a alguns. Em democracia não há vacas sagradas...




A recente manifestação feita por alguns desordeiros à entrada de uma reunião do PS em Chaves vem chamar a atenção para práticas que já se pensavam erradicadas.
Foram os cercos ao Palácio de Cristal (comício do CDS), os assaltos a partidos conotados com a direita e outras tropelias do género que estiveram na génese do 11 de Março de 1975. Spínola e seus apaniguados tentaram derrubar o regime. Era um golpe que se antevia sangrento e possível gerador de uma guerra civil. Ainda bem que foi jugulado.

Não obstante, as sementes de violência e de truculência sectária estavam lançadas. O «assalto» à Rádio Renascença e ao jornal República foram marcas indeléveis, que jamais podem ser olvidadas por quem viveu com paixão o processo democrático.
Álvaro Cunhal em entrevista concedida a Oriana Fallaci declarou que queria implantar uma ditadura do proletariado. Era a tomada do poder pela violência, pela força das armas. Apesar de ter negado (mas a gravação provava que mentia...) as pessoas aperceberam-se da sua actuação dúplice: dizendo que respeitava o processo de democracia representativa mas, na prática, destruindo tudo e todos os que se opusessem ao seu hegemonismo de feição totalitária!

Agora vêm alguns invocar o passado anti-fascista de Cunhal. Esse passado é respeitável, sim senhor, mas não pode servir de branqueador para certos excessos por ele cometidos.

É pena que Luiz Filipe Menezes não tenha verberado as atitudes dos energúmenos que tentaram impedir a reunião socialista. Será que incentivou tais manifestações? Não me admiraria nada...

Augusto Santos Silva, honra lhe seja feita, deu provas de carácter e de honra ao criticar aqueles que tentaram destruír a democracia na sua génese. Não meteu a cabeça na areia e fez um paralelismo oportuno. Menezes não foi solidário como deveria sê-lo. Era o mínimo que se lhe exigiria.

Mais uma vez o seu populismo se sobrepôs ao seu sentido de Estado. Começa a cavar a sua própria sepultura... queixa-se de alguns «abutres», mas o que foi ele para Marques Mendes?
Um super-abutre!!!

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