Meu Pai!
Já partiste, já deixaste o nosso convívio, mas o teu exemplo perdura, a tua capacidade de sacrifíco, o teu empenhamento total pela família ficou indelevelmente gravado nos nossos corações.
Uma vida quase espartana, um mouro de trabalho, uma vida inteira dedicada à actividade agrícola, sem férias, sem devaneios convivenciais, sem luxos, sem ostentações.
Hoje em dia quando o deus consumo dá largas às sua euforia, e tem adeptos em todos os segmentos da sociedade, há que olhar para todos os nossos antepassados que contribuiram com o seu esforço, a sua inteligência, a sua imaginação, o seu espírito crtiativo, para que as conquistas da civilização possam ser usufruídas por todos, e saibamos ser gratos.
Que haja um pouco mais de equidade na partilha dos bens que a sociedade proporciona, é o anseio de todo o cidadão bem formado. A justiça social é um combate permanente.
Tu, meu pai, foste um exemplo de sobriedade, de austeridade plenamente assumida e plenamente concretizada no teu quotidiano. Que os luxos sumptuários que são a imagem de marca de uma nova geração, ou o hedonismo desbragado, sem norte, sem balizas morais ou éticas, se curvem perante a tua memória e a memória de todos aqueles pais que se sacrificaram para além dos limites, que foram paradigmas morais e cívicos por excelência.
Que a nova geração (que alguns apodam de rasca...) saiba construír e não destruír, saiba ser solidária e tenha no seu horizonte a alma pura e desinteressada de quem quer caminhar convictamente na estrada da rectidão e da simplicidade.
O fausto, o mundanismo estulto, a ânsia de enriquecimento e de poder a todo o transe, sem regras, sem peias, que olhem para os nossos antepassados que foram exemplos a seguir e meditem . Viver sim, mas com dignidade, aproveitando as coisas simples e honestas da vida, e sabendo fazer delas um hino à família, são as metas que procuro almejar. Nada mais.
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