Em tempos não muito longínquos a comunicação social noticou o caso de uma equipa de médicos do hospital Pedro Hispano que deliberou abdicar do seu carro de serviço para poder adquirir material cirúrgico (?) necessário para melhor satisfação dos utentes. Uma honrosa excepção que vai contra a regra geral. E o que é esta regra?
É o pendurar-se nos cargos e nas mordomias inerentes a todo o custo. Sem olhar a meios, sem contenção nos luxos, mesmo sabendo-se o clima de austeridade que se vive no país. É um fartar vilanagem, e não podemos apontar o dedo a um só partido: são todos. É uma «mamadeira» generalizada. Câmaras, Banco de Portugal, governo, hospitais e outras instituições similares...
Não há exemplos, não há contenção nos gastos, não há respeito pelo sacrifício colectivo. Era bom haver um pouco mais de parcimónia, de travão no despesismo galopante. É a equidade que está em causa. É a seriedade e bom nome das instituições.
Trabalhadores sem salários (ou com eles em atraso) e patrões ostentando elevados níveis de vida, piscinas, farta criadagem, sem respeito pelos que sofrem.
O governo deveria ser mais exigente e dar exemplos nesta matéria. Em vez de contratar uma agência de propaganda (eufemisticamente dá-se outro nome...) era melhor propagandear com exemplos vivos. Em vez de discursatas sem fim nos media, era melhor apresentar dados concretos sobre reduções de valor na frota automóvel, nos gastos com telemóveis, com assessorias inúteis e de contornos clientelares...
O caso do hospital Pedro Hispano foi uma ilhota isolada no oceano de despesismo sumptuário que mais parece um tsunami...
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