sábado, março 29, 2008

Miss Landmine... outro olhar sobre a condição feminina!

Maria Restina Manuel de 25 anos, vítima de uma mina (1997), agora miss Cuanza Sul...



A mulher ainda é vítima de segregações e discriminações de toda a ordem. Nos países árabes, obrigada a usar aqueles vestuários medonhos, a submeter-se a todos os caprichos do macho, mesmo a violência mais degradante, em África então, sendo vítima de certas práticas medievais (como a excisão genital), a sujeição a trabalhos pesados e mal remunerados, enfim noutros continentes algo de similar se vai passando...

Entre nós, há uma certa discriminação salarial, há preconceitos ainda mal «digeridos» que colocam a mulher em posição subalterna, em certos domínios...

Este caso que agora vou analisar reporta-se a um concurso de beleza para jovens mutiladas por minas. Foram amputadas de membros inferiores, mas não foram amputadas da sua dignidade, da sua beleza intrínseca, da sua feminilidade. Hoje em dia quando se gastam fortunas com lipoaspirações, implantações de silicone, tratamentos diversos ao nível das nádegas, nariz, face, abdómen, sei lá, a mulher anda sempre «em obras», mal tira os andaimes de um lado são logo colocados no outro... este caso das mutiladas de guerra (por minas) deveria merecer mais incentivos para a implantação de próteses. O mundo inteiro é responsável por este martírio. Devemos colaborar na minimização dos efeitos colaterais.

Este concurso de beleza, longe de endeusar a mulher-objecto, de a tornar menos digna, eleva o astral, dignifica e é um hino anti-discriminação. Bem haja quem tomou tal iniciativa. Oxalá outras (complementares) se associem a esta para que mulheres em plena pujança vital não se sintam marginalizadas, ostracizadas pela deficiência...

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