Menezes veio à liça pedir baixa de impostos. Fez o seu papel. Sócrates alegou ser cedo demais face aos sinais de recuperação económica e atentas as condições de imprevisibilidade de certos parâmetros, entendeu ser mais prudente aguardar.
Ora, nestas circunstâncias, há que atender à chamada condição coeteris paribus. Que diz ela?
Quando se elabora uma análise económica, num dado lapso de tempo, entra-se em conta com parâmetros fundamentais pressupondo que os parâmetros secundários (aparentemente menos relevantes...) se manterão estáveis ao longo do período em análise.
Ora, por vezes, constata-se que esses parâmetros secundários assumem relevância inesperada e flutuam de forma errática causando situações de pouco rigor. Ou seja, factores como o preço do petróleo, a taxa de juro, epidemias (nos animais ou nos humanos...), calamidades (cheias, incêndios, sismos), guerras, crises profundas em certas economias - podem gerar efeitos inesperados estilo dominó - e desencadear processos de desagregação do tecido económico.
Sócrates está atento e entende ainda ser cedo para baixar a carga fiscal (assaz elevada atendendo à vizinha Espanha, por exemplo), mas, se as condições objectivas assim o justificarem tomará a decisão mais justa em tempo oportuno. É óbvio que se o fizer na véspera das eleições arcará com o labéu de oportunismo...
Enfim, estar na oposição e pedir coisas é positivo, contudo quem está no comando da nau terá que saber dosear os esforços, terá que resguardar-se para maus ventos, enfim, ter uma almofada protectora para eventuais escolhos... Se a audácia é boa, a prudência é a mãe de todas as virtudes.
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