quarta-feira, dezembro 24, 2008

Figuras inesquecíveis...

Paulo Teixeira Pinto (banqueiro, ex-Millenium) e dono da editorial Guimarães.:



«A minha poesia não é queixinhas...»


Madoff, o responsável pelo maior escândalo financeiro na América (com repercussões em todo o mundo), dizia ainda o ano passado:


«E impossível, com a actual supervisão e o controlo dos mercados financeiros , haver inside trading ou fraudes de qualquer espécie...»



Duas figuras distintas, dois homens do meio financeiro entranhados nos meandros de manobras pouco transparentes. Podres de ricos.


Nunca li nenhuma poesia de Paulo Teixeira Pinto, no entanto, de há uns tempos a esta parte, a sua veia poética e os seus dotes pictóricos têm sido incensados à outrance em certa comunicação social. Não sei se devido ao mérito intrínseco, se fruto de contactos ao nível de directores de jornais ou algo mais...


Quem diz «a minha poesia não é queixinhas», está a criticar aqueles que verberam a sociedade actual, os abusos, as prepotências, os escândalos financeiros geradores de contrastes miseráveis.

Eça de Queiroz desancou a sociedade do seu tempo: a Igreja, a política, a sociedade hipócrita que então medrava e dava cartas. Camões criticou os que «nadavam no mar da prosperidade», de forma injusta, protegidos pela deusa Fortuna. Zeca Afonso criticou os «vampiros» que sugavam a sociedade até ao tutano, contribuindo para as desigualdades que o regime fascista foi enraizando ao longo dos tempos. Quantos vemos por aí vampirizando tudo para saciarem a sua gula fiduciária?


Enfim, Fernando Pessoa fartou-se de criticar os excessos e abusos cometidos pelos que lhe criavam mal estar, «desassossego» permanente.


Será que estas criaturas mereceriam ser editadas pela Guimarães?
Todas elas tinham o seu quê de «queixinhas», embora com talento inconfundível. As críticas à sociedade e aos costumes elevaram Bocage aos píncaros da popularidade no seu tempo. Tinha talento, tinha cultura, mas era um iconoclasta, um ateu convicto, logo, alvo da ira do clero e dos bem-pensantes da época.
É este o pensamento intrínseco e profundo do editor da Guimarães: há que abafar e silenciar quem contesta o status quo, quem tem queixas do sistema, pois é preciso preservá-lo como a uma galinha de ovos de ouro...
Peço desculpa ao ilustre ex-Opus Dei (suponho que só foi militante da causa enquanto esteve na crista da onda... depois abandonou o barco, talvez para não comprometer o barco...); se estou enganado, que ele é capaz de publicar obras contestatárias, livros de pessoas não enfeudadas ao politicamente correcto, escritores satíricos e mal-dizentes desta sociedade hipocrita que só sabe premiar os bajuladores, então me retractarei pelo excesso...
Quanto ao outro protagonista, conhecido pela Dona Branca do Nasdaq (ou de Wall Street), aquela frase, proferida há já algum tempo, patenteia bem o grau de hipocrisia que é timbre de alguns estupores...

8 comentários:

Su disse...

com os euros que eles "riparam" eque ficaram .......até eu fazia poemas.......................

jocas maradas

Dimas Maio disse...

Só o R.B.é capaz desta imaginosa conjugação de oportunas referências para a fundamentação segura de seus cantos sentenciosos !
Parabéns,sempre !

wind disse...

Vim desejar um Bom Natal:)

Su disse...

opsss desde que fale em euros.............dá-me uma branca............. tal e qual ..eles






passei para desejar um feliz natal para ti e todos os teus


jocas maradas .sempre

Paula Barros disse...

Que o verdadeiro espírito de Natal esteja em nossos corações, hoje e sempre.
Desejo, paz, saúde, amor, serenidade, discernimento, harmonia....o resto corremos atrás.

Abraços fraternos

Makejeite disse...

Excelente artigo

Makejeite disse...

BOAS FESTAS
Um Abraço!!!!

poetaeusou . . . disse...

*
mete tambem a maçonaria,
estão lá "granjolas"
e os outros aventais,foram
prestes a tapar o buraco,
verdadeiros "pedreiros-livres",
,
abraço,
,
*