Imagine-se (por hipotese académica) que fruto da espiral especulativa e estimulado por outros factores (de feição política) o petróleo chega aos duzentos dólares o barril.
Vamos continuar a dizer: é o mercado! há que aguentar!
Imagine-se os pescadores condicionados por tantos factores aleatórios (estado do tempo, abundância ou escassez de peixe) a serem ainda mais fustigados pela subida em flecha deste factor de produção. Os salários, os juros, ainda vá que não vá, lá vão oscilando adentro de parâmetros mais ou menos racionais, contudo o petróleo é algo de incontrolável, de imprevisível, de mirabolante.
Há que pensar nesta problemática em termos europeus. A Europa tem que encarar a situação como se de uma catástrofe, de uma calamidade se tratasse. Há factores que de tão imponderáveis, de tão aleatórios, de tão aberrantes, que só uma solução de emergência e de excepcionalidade é admissível.
Dizer-se que «é o mercado a funcionar» é algo de redutor, de pouco profundo, de ridículo.
Há que encarar a sério e de forma excepcional esta situação. Mesmo a descida do imposto sobre os produtos petrolíferos poderá não ser o único expediente; a Europa terá que encarar esta situação de forma extrordinária e pragmática. Exige-o o mais elementar sentimento europeista.
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