As suas investidas no universo da comunicação social
são excessivas e quase obsessivas!
Qualquer politólogo que se preze já se habituou a catalogar esta fauna que se procura promover à custa de uma excessiva exposição mediática: "tigres de papel"!
Dizem banalidades, lugares-comuns, tretas... mas , dada a frequência com que entram pelos nossos olhos, pelas nossas casas, algo fica a perdurar. "Água mole em pedra dura...", lá diz o povo e tem carradas de razão...
É o culto da personalidade mais doentio; cria-se à sua volta uma espécie de efeito-eucalipto pois conseguem ostracizar todos os adversários e/ou potenciais, nos locais onde residem, nos meios que dominam. Ninguém conhece os adversários pois são habilmente silenciados pelos "media".
Surgem, amiudadas vezes, como se fossem "zarolhos em reino de cegos"...
Os "cegos" não o são de facto, são até mais honestos, mais capazes, mais verticais, mas não podem "comprar" esta "mercadoria" que é a exposição mediática. Qualquer banal cidadão, desde que exposto a um mediatismo grande, poderá, se tiver um mínimo de qualidades, brilhar intensamente e ser até potencial candidato a uma câmara municipal ou até ao parlamento europeu. Veja-se a ida de Ferreira Torres ao Big Brother: que de mediatismo, que de ilusionismo verbal, que de charlatanismo... Queria a todo o custo ser presidente de câmara de Amarante... e quase o ia conseguindo, usando abusivamente uma comunicação social caricata ...
Vem a talhe de foice o "famoso" Santana Lopes, esse mesmo, o das "santanetes"! O tal de quem se falou a propósito da lei de Gresham (a tal da moeda má que afasta a moeda boa...), o tal que aparecia em todas as revistas de moda, do jet-set, do universo cor-de-rosa. Usava com profusão o jornal "A Bola" e as TV's andavam constantemente a cirandar à sua volta (bem como de Paulo Portas). Aquilo era demais! Aquilo era um "tigre de papel" a ficar no anedotário nacional!
A ânsia de protagonismo (e o desejo de silenciar os outros, em concomitância) é algo de aberrante em certas mentes, em certos políticos de pacotilha. É vê-los em bicos de pés a querer aparecer em tudo: é no local das férias, é no casamento de fulano ou beltrano, é no futebol, mesmo junto à relva, à entrada do túnel, com ar de "dono da bola", "mordomo da casa", é na rádio, é nos jornais locais, enfim, uma epidemia crassa!
Jardim é outro exemplo paradigmático. Mas paga bem pago tal exposição. Que o digam os jornais O Diabo e o Jornal da Madeira (órgão da diocese do Funchal que mais parece o oficioso laranja...). É isto a democracia? É isto a igualdade de oportunidades?É isto digno de um regime com regras sãs e credíveis?
É claro que não. O ordenamento jurídico permite estas barbaridades. Não há balizas legais restritivas neste domínio, daí o regabofe, o despesismo estulto, o clientelismo desbragado. Basta olharmos para o panorama local em todo o país (não cito localidades pois julgo que o fenómeno está generalizado...) e ficamos cientes de que esta democracia está abastardada!!!
O "tigre de papel" aparece em tudo o que é órgão mediático, pode dizer umas patacoadas sem nexo, umas banalidades corriqueiras, ou, quiçá, enormidades dignas de carroceiro, mas os seus adversários estão "proibidos" de replicar, não têm igual acesso aos holofotes, daí o seu quase nulo impacto.É como se um lutador dissesse, no rinque: "venha quem vier eu mato", contudo, quem quisesse avançar para lhe dar um enxerto de porrada, era logo agarrado pelos seguranças pois não tinha acesso ao palco. Daí a aparência de imbatível, o ar de único e exclusivo, por mais imbecil que seja de facto...
Quem está no poder tem capacidades para injectar publicidade e seleccionar os receptadores desses óbulos. Pode até, gerar "incentivos" a quem for politicamente grato, a quem lamber botas, a quem dobrar a cerviz. É a conhecida estratégia da cenoura (para quem é afecto) e do pau (para quem critica, ainda que possa ter carradas de razão). Depois, queixem-se de que não há "alternância democrática"!!! Com este ordenamento jurídico, que não penaliza estas práticas (até as incentiva) não haverá democracia plena! De quem é a culpa?
De várias entidades. Quem tem o poder legislativo por excelência em primeiro lugar.
Veja-se o caso do autarca de Gaia que tem um tratamento vip junto da TV (será por ter lá, no Monte da Virgem, as instalações?) , e passa a vida a comentar, comentar, comentar... Ele tem na génese da sua trajectória política, essa catapultagem mediática, esse mediatismo excessivo que o coloca num dos primeiros lugares do ranking dos "tigres de papel"!
Dizia um amigo meu há dias: "Luís F. Menezes é um cocktail engraçado. Basta misturar um pouco de Jardim, com uns cubos de Valentim, umas gotas de Santana Lopes e... talvez, um pouco de Macedo Vieira... que a nível local está já a tirar o "mestrado"...
É uma bebida "intragável" dizia ele, mas dada a propaganda mediática, é quase de "consumo obrigatório"!... a princípio a gente "estranha", mas, depois se "entranha" de tal ordem que vicia...
por mais maléfica que seja, por mais indigesta que vá sendo...
Muito mediatismo é pago a peso de ouro. Há muito tráfico de influências a gerar isto .
Ninguém dá ponto sem nó. As sondagens são amiudadas vezes encomendadas a órgãods de comunicação social amigos que (tal como a água do mar com salmonelas...) podem dizer que a mercadoria-poder é altamente saudável, quando ela, de facto, pode ser bem pestilenta....
Tudo é marketing, tudo é uma questão de preço, tudo se compra neste mercado global!
Veja-se o caso do "clube dos Pensadores" com a sede em Gaia. Aquilo não passa de uma caixa de ressonância, uma câmara de eco, do seu mentor principal. Aquilo é uma extensão do próprio Luís Filipe Menezes. Alguns (nem todos) os alegados "pensadores" actuam como que marionetas, como se fossem dóceis instrumentos do líder local, reproduzem, qual cassete fidedigna, o seu pensamento, a sua filosofia de acção, a sua praxis globalizante! Não é por acaso que quase todos estão ligados aos "media", têm influência no tecido mediático local ou nacional.
Há quem se deixe "vender" e "comprar" por tuta e meia... o mercado mediático está repleto de mercenários, de "criadas de servir", de factotuns da pior espécie...
Às vezes sem cabedal cultural minimamente credível, sem perfil moral, sem substrato ético aceitável, sem um resquício de ombridade para saber discernir quando e como estão a ser "usados" por outrem. É o princípio de Peter a funcionar, pois alguns encontram-se no topo da hierarquia. O a "lei de Gresham" como diaria o professor Cavaco Silva.
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