Vi-o há dias no Porto. Quando o conheci ainda era sargento-ajudante. Agora, já oficial, não passa cartão, julga pertencer a uma oligarquia, a uma casta especial. Tal e qual aquele de Braga que tinha um talho e, depois de muita graxa ao Lenine, hoje possui um império... Enfim, está na moda dar "graxa"...
São estas pessoas que, escovando, escovando, fazendo trabalhos sujos, às vezes pela calada da noite (alguns agarrados ao computador 24 horas...) quais "alpinistas" da treta, lá vão, subindo, subindo... Até ao topo!
Continuam a ser ratos de esgoto, latrinários da mais baixa estirpe, mas... a sua conta bancária cresce, o seu carro topo de gama procura esconder a hediondez da sua condição, a real sordidez da escalada, o grau máximo de putrefacção moral a que chegaram..
Ele é o empresário chico-esperto que fundou firmas fictícias para enveredar por engenharias financeiras corruptoras e corruptíveis, defraudando o fisco, roubando subtilmente o património colectivo; facturas falsas, falências fraudulentas, tudo são esquemas para enricar rapidamente e poder patentear uma prosperidade económico-financeira inversamente proporcional ao "status" moral, ao calibre cívico, à estatura ética... Há escovas para todos os gostos...
Ele é o profissional por conta de outrem que convida sempre o chefe para o seu aniversário, o seu casamento, (onde será sempre padrinho...), lhe envia religiosamente a caixa de charutos no dia do aniversário, só para caír nas suas boas graças e ser mais facilmente promovido, deixando para trás o que não pactua com estes esquemas, por mais puro e honesto que sempre tenha sido... o escova é sabujo, oportunista, muda de partido com frequência para ter sempre o vento do seu lado...
Ele é também o presidente de junta que não falha o dia de aniversário do presidente de câmara, bem sabendo que é um acto de índole privada, de carácter familiar e íntimo... mas ele quer impressionar, nem se importa de lançar umas alfinetadas ao líder do partido que o ajudou a ser eleito (adversário do presidente...)... e o presidente, sorrindo com esta devoção canina, aceita de bom grado a "vassalagem", na mira de ter ali mais um "homem-de-mão" capaz de vender a alma ao diabo só para manter o tacho...
É que ele, presidente, aspira a ter debaixo da sua "bota cardada" (qual Hitler conquistador do universo...) todos os presidentes, para ser o sempiterno soba local, a quem todos terão de ir beijar a mão, lamber os dedos, agradecer as "dádivas"... Sente-se como um "menino Jesus" a quem os "reis magos" vão levar o incenso, o ouro, a mirra... e sorri de gozo, com fidelidades tão caninas, com genuflexões tão canhestras, com lambidelas de botas tão rastejantes...
Ele é também o escova-empreiteiro que já escovou o cacique anterior (se calhar de outro partido...) e que, para caír nas boas graças vilipendia e critica de forma acerba e cobarde... a este também dará o mesmo relógio de ouro que trouxe da Suíça, num ritual de vassalagem que envergonha quem se apercebe destas mesquinhezes, destas faltas de carácter, destes pecadilhos...
Enfim, "graxas," há tantos e de tantos matizes que seria fácil escrever um livro inteiro a desbobinar este tema.Dir-se-ia já uma prática institucional, nesta choldra que é o Portugal profundo...
E quem não for assim?
É marginalizado, considerado anti-social, quase vítima de alguma patologia social grave... nunca será promovido, não terá hipótese de subir na hierarquia como ela está estandardizada actualmente.
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