Nem todo o corpo é de carne... não, nem todo,
que dizer do pescoço, às vezes mármore,
às vezes linho, lago, tronco de árvore,
nuvem, ou ave, ao tacto sempre pouco...?
E o morno gradeamento dos teus braços?
Não, meu amor, nem todo o corpo é carne,
é também água, terra, vento, fogo...
É, sobretudo, sombra e despedida;
onda de pedra em cada reencontro;
no parque da memória o fugidio
vulto da Primavera em pleno Outono...
Nem só de carne é feito este presídio,
pois no teu corpo existe o mundo todo!
David Mourão Ferreira
2 comentários:
Com um guarda assim, deve haver um universo masculino cometendo crimes, só para ir para a prisão, rssss.
um abraço e lindo final de semana
Minha cara Sónia:
É caso para afirmar: «o crime compensa!»
Bom fim de semana!
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