Flagelar é com ele. Chamam-lhe a «picareta falante» pois usa o verbo como instrumento de flagelo. Falou ao «Expressamente» e disse cobras e lagartos da líder laranja...
Daí a razão de ser desta entrevista...
R.B.-Senhor «Messias», não acha que as suas investidas na praça pública contra a líder são uma das causas da sua baixa popularidade?
Messias - Nada disso.Ela anda sempre calada, não toma posições, usa a continência verbal como a sua principal virtude...
R.B.__Não ouviu dizer que «o calado é o melhor!»
M- Esse era o major Henrique Calado, um grande cavaleiro. O que é preciso agora é falar, falar de tudo e de todos. Só assim se consegue criar empatia no seio da população...
R.B.__ Já ouviu falar nos «tigres de papel», que acha deles?
M- Ó rouxinol, esses «tigres» é que estão no galarim, a maré é favorável, eles são os triunfadores... Os que usam a contenção verbal como arma não vão longe!...
R.B.__Você acusou o seu antecessor de ser apologista da «autoflagelação», mas pelo que se vê, você continua a flagelação insana à líder do momento. Acha bem fazer o que criticava aos outros?
M__Olhe rouxinol, se a gente não for um pouco como Frei Tomás não tem viabilidade política. Eu sou um político viável, credível, um especialista em marketing. Um vencedor nato.
R.B.__Que acha do aproveitamento eleitoral tendo como rampa de lançamento a Igreja católica?!
M_ Acho excelente! Estamos aqui uns para os outros. Olhe, Jardim, na Madeira, não se cansa de elogiar a postura da Igreja católica. Ela retribui-lhe os elogios, com notórias vantagens para ambas as partes...
R.B.__«Colher vantagens» é para si o supremo desiderato da política?!
M_ Toda a gente vai para a política para colher vantagens, hipócritas são os que dizem o contrário...
R.B.__Que acha da corrupção?!
M_ Tenho duas ópticas. Se ela existe nos outros é um pecado capital, uma ofensa à justiça social, um atentado à democracia. Se porventura nós tivermos que caír nas suas malhas direi que é um mal necessário. Existe desde o princípio do mundo...
R.B.__Essa das «duas ópticas» leva-me a perguntar-lhe se é como Janus?
MM__Gostaria de dizer que não, mas para ser totalmente honesto, acho que todos os políticos o são. E quanto melhores mais se identificam com ele. A versatilidade, a capacidade de adaptação às circunstâncias é uma virtude. Os bons políticos (os que ganham sempre) são como Janus: nas eleições dizem que são pela transparência, pela igualdade de oportunidades, pelo abaixamento de impostos, pelo fim da corrupção. Quando se apanham no poder, esquecem tudo e fazem o contrário: opacidade, dão preferência aos da sua cor política no preenchimento de vagas, na concessão de empreitadas, sobem o mais que podem os impostos e as alcavalas, navegam no mar da venalidade com toda a perícia.
R.B.__Acha que a honestidade é uma virtude?
M__ Neste momento quem for honesto não ganha eleições. Há que usar artimanhas, utilizar off-shores, testas de ferro, driblar as leis...
R.B__Que acha do caso Freeport?!
M__É fruta da época. Não sei de que lado está a verdade. Mas pelas aparências aquilo não cheira nada bem.
R.B.__ Se fosse líder do seu partido que faria?
M__ Iria para os jornais e TV's pedir a cabeça do primeiro ministro! Só assim se colhem dividendos...
R.B.__Mas não acha que ele tem direito à presunção de inocência?
M_ Se ouvir o jornalista isento, impoluto e credível, Mário Crespo, saberá que não!
R.B.__Mas não acredita nos valores de um Estado de Direito, de uma ética e de uma deontologia profissional?!
MM_ Só os ingénuos ainda acreditam nisso. Agora o que está a dar é o «salve-se quem puder!». Sempre me dei bem com isso. Por isso sou um triunfador!
R.B.__Acha que a vitória é o único fim a almejar? Que acha de Pirro?
M__Em democracia os bons são os que ganham. Os maus os que perdem. Líricos são todos aqueles que ainda se interrogam pelos métodos seguidos para se atingirem essas vitórias...
Os escrúpulos são a bandeira de todos os perdedores...
R.B.__Senhor «Messias», o senhor não será um travesti de Maquiavel?
A entrevista terminou aqui. Os jagunços de serviço encarregaram-se de enlamear o entrevistador... ainda hoje ostenta na face os resultados dessa flagelação...
2 comentários:
Excelente ideia, a veia do R.B. jornalista e humorista q.b. na entrevista ao Messias. Hossana lá nas alturas. Hossana. Ossama !!! bin Laden ... Obama ... Obama ... O bama a bem, O bama a mal... que isto tem que endireitar.
As Alturas parece que se esqueceram da gente cá de baixo!
Eu procuro ser um despertador, mas sinto-me como Aquele que pregava no deserto... e foi morto...
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