sexta-feira, janeiro 02, 2009

«O povo está com o M.L.A.»

Os alunos virão para as ruas em massa condenando a actual avaliação: «discriminatória», «penalizante», «sancionatória», enfim, «capitalista»!...
A ministra será enforcada na praça pública, após um julgamento popular. «Inimiga do povo», «avaliadora compulsiva», «com a obsessão pelo rigor»... serão alguns dos anátemas gritados pelos revoltosos...
Esta professora algemada ao volante de um carro e despojada de vestes... para uma «melhor avaliação», segundo reza um cartaz colocado na parte traseira do carro...


O ano de 2009 será caracterizado pela revolta estudantil. Na sequência das manifestações feitas pelos professores exigindo critérios de avaliação justos e idóneos, os alunos, na esteira dos seus mestres, argumentado «igualdade de oportunidades», vão reivindicar um sistema de avaliação «não punitivo», destinado apenas a «efeitos pedagógicos» , procurando aferir algumas carências de formação e lacunas cognitivas. Mas sem carácter «sancionatório» com o actual sistema «repressivo, capitalista e tremendamente injusto» mostra à saciedade!... Poderá ler-se nalguns comunicados...
Irão para a rua e gritarão palavras de ordem bem revolucionárias: «O povo está com o M.L.A. (sigla que significa Movimento de Libertação dos Alunos)», «Alunos Unidos Jamais Serão Vencidos!», «Avaliar não, pois cria discriminação!»...
Assim, as ruas encher-se-ão de alunos munidos de pistolas de plástico, de forquilhas e catanas, dispostos a tudo para a redenção do ensino. Os professores serão insultados e considerados lacaios do capitalismo opressor, instrumentos de diabolização, serão corridos a ovos podres, como vai começar a ser prática corrente... serão acusados de propagar o «vírus da contestação», logo responsáveis pela pandemia reinante...
Enfim, instalar-se-á o tão almejado caos... o supremo desiderato destas hostes libertárias que lançarão o país na senda da «Revolução do Futuro»... então, atingido este patamar, vibrarão de contentamento e glorificarão a Revolução Rasca que libertará o país da psicose avaliadora, do império da exigência e da disciplina. Enfim, o Estado vergar-se-á aos desígnios dos libertadores e a anarquia será implantada em Portugal, como sempre fora o desígnio de tão entusiastas condutores de multidões alucinadas...

5 comentários:

Manuel CD Figueiredo disse...

Estou com o M.L.A.!
Vou oferecer-me para avaliador (utilizarei os meus critérios, não os da ministra!).

Dimas Maio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dimas Maio disse...

Este Rouxinol,tem cá uma imaginação !...
O seu canto melodioso diverte e adverte, louva e pune com justeza.
É exímio na arte literária.
Usa destramente a ironia e, aqui,a professora, numa posição crítica, é apenas uma nota de humor, nada mais que isso.
Honi soit qui mal y pense

José Leite disse...

Manuel C D Figueiredo:

Cuidado com esses comentários. Eu não tenho ambições políticas, posso falar assim. Mas quem pode submeter-se a sufrágio eleitoral deve medir bem as palavras.
Este meu post «roça a obscenidade»!... Uma professora com aquelas pernas tão bem moldadas
é a própria encarnação do pecado!...Deus me perdoe...

José Leite disse...

Meu caro professor Maio:

Esta antevisão é feita por analogia com este radicalismo dos professores em luta. Se os alunos seguirem as suas pegadas, vitimizando-se da mesma forma, dá nisto...
Quanto às pernas da professora de educação física elas preenchem os requisitos necessários para nota «excelente», o meu sentido estético ainda está apurado, "penso eu de que..."