sábado, janeiro 17, 2009

Caldo de cultura da cobardia!

«Porque um homem experimentado nas lides públicas como ele já devia saber o efeito que este tipo de discursos provoca junto da opinião pública. Sobretudo junto dos mais fanáticos religiosos __ católicos e muçulmanos __, que levam à letra as palavras dos líderes espirituais e, muitas vezes, não hesitam em passar das ditas aos actos...»


Pedro Ivo de Carvalho
Chefe de Redacção Adjunto
In JN 16 de Janeiro de 2009


Às vezes os jornais ostentam certos ornamentos folclóricos e dão-lhes nomes pomposos («Chefe»... ) que não passam de coberturas ridículas, de auréolas pírricas para generais de aviário que nesta selva mediática vão subindo de forma pouco clara. Cultivam o medo, por introspecção, e alardeiam esse medo de forma patológica, através de escritos paupérrimos, induzindo os outros a práticas subservientes e submissas, num mundo onde impera a lei da força, o poder do dinheiro, o prestígio da «cunha». São «exemplos» a seguir com atenção!

Este plumitivo, aureolado com um lugar pomposo, chegou a um patamar elevado, e vai daí, debita meia dúzia de sentenças que definem o seu ADN moral, a sua estirpe deontológica, o seu paradigma comportamental.

D.José Policarpo, na sua (sua dele, Pedro Ivo) douta perspicácia, no seu sábio critério, excedeu-se, disse o que pensava. Mas, segundo ele, é preciso ter muito cuidado «com frenéticos religiosos... que levam à letra as palavras dos líderes espirituais, muitas vezes, não hesitam em passar das ditas aos actos...».

É deste jornalismo acocorado, servil, medroso, aviltante, que se alimentam todos os totalitarismos. É desta conduta medíocre, subserviente, timorata, calculista e rastejante, que se alimenta a besta intolerante, o fundamentalismo galopante.

E vemos isto no poder local, gentinha domesticada a bajular os caciques mais corruptos, os detentores dos cordelinhos do poder que enchem as algibeiras a uns e mandam para tribunal os outros. Vemos isto nos grandes órgãos de comunicação, onde uns melífluos comentadore engraxam, engraxam, até as botas ficarem brilhantes a ponto de lhes obnubilarem o espírito.

Que é de um jornalismo autêntico, vertical, firme e honrado que teve em Eça de Queiroz um expoente? Que é de um jornalismo erecto, firme, não subserviente, que não se deixa vergar pelo medo, pela mordaça, pela mordomia, pela sinecura?

Esse, foi escorraçado dos jornais completamente vendidos aos poderes económico e político. Se calhar escreve nos blogues. Se calhar emigrou para um país livre, moderno, democrático!
Neste país que idolatra os Valentins, os Ferreiras Torres, os «sopranos» de todos os matizes, temos os «Ivos» que merecemos. Só os «Ivos» conseguem ser alçapremados ao topo, paraninfados pelos vampiros que vão afundando Portugal!


D. José Policarpo, não tenha medo de ser um Ricardo Bexiga da religião. Não tenha medo de ter coluna vertebral! Este Portugal precisa de gente como o senhor, sem papas na língua, sem ter de se colocar de cócoras para sobreviver!

Este «Ivos», estes plumitivos de trazer por casa, estavam melhor num asilo, de chinelas, à lareira, lendo a Maria...

2 comentários:

Sonia Schmorantz disse...

Façam tardes as manhãs
Façam artes os artistas
Faça parte da maçã
A condenação prevista
Façam chuvas os Xamãs
Façam danças as coristas
Façam votos que esta corda
Não sabote o equilibrista

Façam Beatles "For No One"
Faça o povo a justiça
Faça amor o tempo todo
Que amor não desperdiça
Faça votos pra alegria
Faça com que todo dia
Seja um dia de domingo

Façam tardes as manhãs
Façam artes os artistas
Faça parte da maçã
A condenação prevista

Façam Beatles "For No One"
Faça o povo a justiça
Faça amor o tempo todo
Que amor não desperdiça
Faça votos pra alegria
Faça com que todo dia
Seja um dia de domingo

(Osvaldo Montenegro)

Votos de um lindo final de semana
Um abraço

José Leite disse...

Olá Sonia!
Que inveja a minha! Este poema recorda o calor e o charme do Brasil, onde é «domingo» todos os dias!

Bom fim de semana!