Um artigo de um destacado dirigente do Bloco de Esquerda verberando certa «ingenuidade» de Manuel Alegre foi o suficiente para este começar a perceber o logro onde caíra.
Isto de se estar com um pé dentro de um partido (PS) e namoriscar com outros, por muito que o conceito de liberdade o permita, não, deixa de soar a «adultério ideológico»...no mínimo!
Alegre, sentiu que estava a ser instrumentalizado, sentiu que o seu perfil abrangente e tolerante, a sua mundividência cultural é demasiado ampla para a estreiteza (alegadamente considerada «pureza»... pelos bloquistas) ideológica de quem o quer arregimentar. Ser «colonizado» por quem não tem perfil cultural para isso, é demasiado para o Poeta. Creio bem que o «namoro» está por um fio e ao não passar pelo petulante «crivo» da «censura» bloquista, Manuel Alegre ficará aliviado por não ter consumado o divórcio...
Manuel Alegre que não é ingénuo nem tolo, sabe que pode criticar e ser livre dentro do PS, mesmo verberando os líderes, frontal e corajosamente, quando deles discordar, como se tem visto com frequência, mas, se entrasse para uma aventura de contornos estilo albergue espanhol, estaria espartilhado, seria trucidado por alguns zelotas da pureza ideológica, sempre afoitos na purga... e no purgante! Seria para ele um purgatório infernizante!
É que o Bloco de Esquerda, entidade que respeito e até admiro certa argúcia intelectual de Louçã, cultiva muito o espírito de seita (disse-o Jerónimo de Sousa e... tenho que o reconhecer... com carradas de razão!), não sendo porventura o local mais adequado para pontificar um homem tolerante e culto como é Manuel Alegre. Naquele conglomerado ideológico (onde avulta um certo «sincretismo primitivo» eivado de pretensão a pureza ideológica!) Manuel Alegre seria afunilado, espartilhado, colocado entre baias...
Este artigo pode ter sido a «vacina» para Manuel Alegre. Agora, depois de «vacinado» ficará imune a «pandemias» de contornos pouco credíveis e onde as megalomanias se esfumam na frieza nua e crua da realidade.
6 comentários:
Caro Rouxinol:
Quanto a mim, tenho que o Manuel Alegre não é aquele idealista ou utópico que parece querer ser aos olhos de quem, por sua vez, parece fazer querer que o idolatra.
O que ele quer é o protagonismo que tentou no PS.
Pensou que isso lhe seria fácil num pequeno partido que receberia de braços abertos o eleito de um milhão"
Só que, Louçã e seus afins, não são parvos.
Então o Alegre voltou triste para o seu Lar onde esperará a oportunidade e o apoio para se candidatar a PR
Meu caro:
Talvez não seja bem assim, mas que vai sofrer mais «desgostos» oriundos desta ala que se reivindica da «pureza» e do «perfeccionismo» de Esquerda, isso vai...
Creio que nosso amigo quer estar acima do muro, nem tanto a esquerda, nem para a direita.
Em cima do muro...
Eu diria, antes, do seu exibicionismo, da sua arte circense,do seu equilíbrio na corda bamba. Mas,um dia destes,vai cair e não terá rede que o ampare na queda.
Ele é demasiadamente fiado e confiado nas suas "protecções".
Talvez, talvez, os muros por vezes são traiçoeiros...
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