O Estado tem sido um dos cernes da questão. A velha questão da direita e da esquerda tornou-se obsoleta, desencantada, alvo de considerandos estereotipados.
Quer-se agora reduzir o peso do Estado e torná-lo mais ágil, mais pragmático, menos burocrático e mais leve.
Menezes fala até em «desmantelá -lo». Julgo que esta expressão é infeliz. Ele quis dizer certamente racionalizá-lo e torná-lo mais expedito, expurgá-lo das gorduras supérfluas e ser mais musculado.
Sócrates também quer diminuír o seu peso e reduzir a sua dimensão. Vemos as consequências negativas ao nível da saúde. Porquê?
Pura e simplesmente porque não houve articulação intersectorial e a problemática dos transportes e das acessibilidades não acompanhou a restante estruturação. Há medicamentos (terapêuticas políticas...) que podem ter efeitos colaterais nefastos.
No ensino há assuntos que estão a gerar polémica. Porquê?
A pretexto de se tornar mais eficaz e talvez menos onerosa a manutenção de um certo estabelecimento escolar, poderá estar-se a gerar falta de democracia interna e governamentalização. Ou seja: a colocação de um «elemento exógeno» poderá acarretar controleirismo partidário, governamentalização, afunilamento, caciquismo, prepotência.
Ao pretender-se diminuír o défice orçamental poder-se-á estar a gerar um outro: o democrático.
A democracia tem custos ninguém duvide. A ditadura é mais barata...
Todavia o viver em ambientes totalitários gera situações aberrantes que mais tarde ou mais cedo terão que ser corrigidas.
A saúde e a educação estão a sofrer transformações muito radicais e sem uma política global devidamente estruturada poderá ser pior a emenda que o soneto...
Estou a falar acima de qualquer preconceito ideológico. Não me sinto nem à esquerda nem à direita do governo. Sinto que há uma grande asfixia democrática e é preciso abrir janelas sob pena de a porta da rua ser o destino mais provável de quem governa...
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