A ilusão e a desilusão...
Abril foi um mar de esperança que se soltou, o sol da liberdade aqueceu ânimos e alimentou muitos sonhos. A realidade que agora respiramos, muito embora diferente de uma ditadura, tem tiques que são ainda resquícios do passado. Há afloramentos perigosos em vários domínios que dão azo a comentários pouco abonatórios.
Há que corrigir os excessos e adequar o rumo. Há que modificar práticas que são antecâmaras de favoritismos e que estão na génese da injustiça social gritante que ora se vive. A par da miséria e do viver precário mora a opulência e o fausto, quantas vezes sugados ao erário público, quantas vezes fruto de cambalachos bem urdidos e cozinhados nos bastidores; quando isso é denunciado já é tarde ou torna-se irreversível pois é facto consumado e a justiça não tem (e pelo caminhar das coisas continuará sem ter...) mecanismos correctores..
No olhar de uma criança
há o sol sempre a brilhar
permanente mar bonança
que é a vida a despertar
esse olhar tão virginal
respira felicidade
será frio, glacial
ao olhar a actualidade
criança-povo, também
em abril acreditou
o desencanto porém
um novo olhar plasmou
este mar de fariseus
entristece o nosso olhar
abril ficou nos museus
sem viço, sem sol, sem ar
liberdade à corrupção
ao tráfico de influências
capone está vivo e são
a maior das evidências
o regime de abril tem
que olhar com outra visão
a vida assim não vai bem
diz o povo e com razão
democracia doente
o sol deixou de brilhar
criança-povo já sente
que muito tem de mudar.
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