Um blogue plurifacetado procurando abordar questões de interesse sob perspectivas diversificadas. A independência sim, mas sempre subordinada a parâmetros de bom senso, de optimismo e de realismo. O mundo e a sociedade sob o olhar atento e desassombrado de um cineasta do quotidiano, um iconoclasta moderno, sem peias, sem tabus, sem preconceitos.
sábado, janeiro 31, 2009
Leis que fazem falta!
O legislador tem humores, estados de espírito e manhas que vão variando ao longo dos tempos.
Não confio muito neste tipo, reconheço-o. Recordo o tempo em que ele (legislador) argumentava que era preciso fazer concurso público para empreitadas acima de 20.000 contos. E porquê?
Segundo ele (legislador) a partir desse montante poderiam caír em tentação os decisores politicos e, aliados aos empreendedores, em cambalacho promíscuo, fazer falcatruas lesivas do interesse público. Até 20.000 contos o concurso limitado, simples e expedito, era legítimo, a partir daí já não.
Que legislador desconfiado! que legislador mesquinho! então permitia-se desconfiar da honorobilidade de autarcas e de empreiteiros, pessoas seriíssimas e incapazes de se associarem para fins tão pouco recomendáveis como é a lesão patrimonial do erário público!!!
Baseado nisso, eu, membro de assembleia municipal, pedi um inquérito por julgar que não sendo feitos concursos públicos para empreitadas de 50.000 ou de 100.000 contos poder-se-ia estar a caír na tal tentação. Nessa data, todas, mas todas as empreitadas acima de 20.00 contos eram feitas por concurso limitado nessa autarquia. Eu confiei na bondade do legislador. Pedi um inquérito à alta autoridade contra a corrupção. Admiti que pudesse haver crimes de lesa-economia a fazer fé na presunção do próprio legislador! Ingenuidade a minha!
O alto comissário era obrigado a garantir sigilo. Dizia o legislador (outra vez esse picuinhas...), que o sigilo era necessário para evitar vinganças, retaliações, abusos, por parte dos visados nessas queixas. Mas o ACCC esteve-se nas tintas para o sigilo. Antes de investigar fosse o que fosse, permitiu que a carta fosse divulgada e chegasse às mãos dos visados.Por telefone disse-me que não fora ele. Mas sim alguém do governo que pedira o documento garantindo sigilo e não cumprindo essa promessa... Enfim, se eu quisesse processar o violador, teria que processar todo o conselho de ministros, tendo à cabeça o presidente, o impoluto dr Mário Soares, o próprio progenitor da tal Lei geradora do cargo de Alto Comissário Contra a Corrupção!!!!! Era obra!!!
A retaliação surgiu de imediato. Um processo judicial. Os factos eram verdadeiros. Uma empreitada (talvez a maior) adjudicada por cerca de 48.000 contos (com custos finais a rondar os 120.000...) fora executada sem concurso público, apenas concurso limitado.
Segundo a Inspecção que se seguiu (muito mais tarde) todas as empreitadas que deveriam ter concurso público não eram alvo desse tratamento, mas apenas de concurso limitado, mais prático, mais expedito. Mas também mais susceptível de encarecer a obra, como aliás se viu...
Ora acontece que o meritíssimo juiz, em tribunal, considerou que o termo «crime de lesa-economia» era um insulto grave à honra e bom nome do presidente da câmara. Se esse processo não era mais que uma retaliação, uma vingança, um salto em frente para limpar a imagem, isso não cuidou de saber. O juiz esteve-se marimbando para o legislador, essa figura sempre desprezível.
A propósito deste presidente da República, devo confessar que tenho memória de elefante. Recordo ainda o tempo em que ele verberava as entidades de supervisão (as tais que ele afirma terem falhado agora, no dealbar desta crise...) chamando-lhes nomes feios: «forças de bloqueio» e coisas similares... Era o Tribunal de Contas, o Provedor de Justiça, sobretudo estes garantes da legalidade e dos direitos dos cidadãos. Todos em xeque. Tudo posto em causa!
Senhor presidente, lamento dizer-lhe mas o senhor não tem moral para falar. Permitiu que no segundo mandato o país fosse conduzido de forma desbragada, laxista, saciando a voracidade de clientelismos pouco abonatórios. Depois foi o que se viu. Uma não equitativa e irracional distribuição de benefícios alimentou uma caterva de novos-ricos que poderão estar na géneses da existência de novos -pobres na hora que passa. Esse dinheiro que foi alimentar contas no estrangeiro, essas pipas de massa que alguns subtraíram e foram engordar pecúlios talvez nalgum off-shore, estão agora a fazer falta ao país. Vemos por aí muitos sinais exteriores desse exibicionismo...
É preciso criar leis que previnam a corrupção. Leis que impeçam os enriquecimentos ilícitos. Leis que obriguem os políticos à transparência, ao respeito pelos órgãos fiscalizadores. Ser membro de uma assembleia municipal, estando em minoria, é meio caminho para ser insultado, vilipendiado, se se quiser ser escrupuloso no cumprimento do dever. O país está cheio disso tudo. Veja a Madeira onde a situação atinge picos de intolerância e de patologia social. Que disse o senhor quando lá esteve? Remeteu-se ao silêncio. Fez ouvidos de mercador. E eram graves os vitupérios. E foi posta em causa a sua autoridade. Foi colocado em xeque o prestígio da ARM e o do próprio PR!
Agora vem este governo propor a obrigatoriedade de concurso público (nalguns casos) para verbas acima de 5.000.000 de euros(cinco milhões!); até lá não irão os decisores políticos nem os empreiteiros caír em tentação!!! ficará na lei! a lei será a porta aberta para a promiscuidade mais vil! Ou será que o legislador ensandeceu de vez?!
Duas estrelas cintilando...


sexta-feira, janeiro 30, 2009
Maddie, Vale e Azevedo, Sócrates... English connection!...
Invejosos com os sucessos de Mourinho e de Cristiano Ronaldo, recalcados com o episódio dos «Magriços», em que Camões exalta a raça lusa e ofende o snobismo rasca britânico, talvez corneados na sua dignidade pela ousadia e sucesso do romeu lusitano ( Zézé Camarinha) junto das «bifas» sequiosas de saborear o verdadeiro macho latino, caldeado ao sol e temperado pelo vinho deste rincão tão cheio de potencialidades telúricas, o inglês típico, ciumento e avinagrado, impregnado de nevoeiro (smog) até aos confins da alma cinzenta e lúgubre, continua a protagonizar episódios pouco edificantes.
No caso Maddie foi o que se viu. Pensando tratar-se de um país do terceiro mundo (às vezes parece-o de facto, basta olhar para a Madeira...) quiseram fazer de nós parvos, quiseram desautorizar as autoridades, pensaram que nos comiam por lorpas... As armas mediáticas e os canhões políticos sempre na primeira linha do ataque. «Contra os lusos marchar, marchar», parece ser a mensagem subliminar que se adivinha neste contexto belicista.
No caso Vale e Azevedo protegeram de forma pouco ética um homem condenado pela justiça, um foragido criticado por todos os desportistas de bem que não querem admitir que uma maçã podre seja a imagem de marca do todo nacional. Estão de unha e carne com o foragido, numa manobra dilatória que não deixa os menos atentos perplexos.
É o tal recalcamento, a tal inveja, a tal animosidade dos machos traídos e desejosos de vingança...A síndroma dos «bifes corneados» (atenção ASAE, isto é perigoso para a saúde pública!).
Agora é Sócrates. Não ponho as mãos no fogo por ninguém. Neste país de brandos costumes tudo é possível. Sei do que falo com muitos anos de experiência. Sou combatente da primeira linha contra a corrupção. Dizem que tenho certo excesso de zelo... Mas custa-me ver o povo a sofrer por causa de meia dúzia de parolos compradores de consciências...
Contudo, a forma insolente, extravagante e ostensiva como o affaire Sócrates está
a ser tratado fere a minha dignidade de português. Querem humilhar-nos e usam todos os expedientes possíveis para se vingarem de um complexo centenário nunca ultrapassado por mais consultas aos psicanalistas que lá vão fazendo.
Às nossas cartas rogatórias dão um tratamento mesquinho e subalterno. As deles são divulgadas com pompa e circunstância por tudo o que é comunicação social. A artilharia mediática outra vez em acção. O megafone do poder político também acoplado a ela.
Vou assistindo de camarote a este filme de contornos hilariantes. Mr Bean continua ridículo, intragável na sua pequenês mesquinha e insolente. Não gosto dele nem consigo rir das suas entediantes peripécias. É zurrapa inglesa, tal como certa justiça petulante, snob, cheia de smog nas meninges... Prefiro Vasco Santana ou Camilo de Oliveira!...Prefiro o vinho do Porto! Esse sim, propagandeia-se a si próprio, não precisa de megafones mediáticos!...
quarta-feira, janeiro 28, 2009
El País ataca Jardim!...

O Jornal da Madeira (com o preço simbólico de 10 cêntimos) com a sua carga apologética e panegírica é também apontado como turibulário do regime que herdou do fascismo os tiques totalitários e as toleimas congénitas.
Vale a pena ler este diário pois mais não faz do que retratar de forma sublime o que tem sido glosado neste blogue até à exaustão. Cita uma fonte que assevera nem o Papa ser capaz de derrotar este invencível leão das urnas...
Só espero que El País não vá sofrer o que eu já sofri: calúnias imbecis, ameaças de morte, insultos soezes, ataques do mais baixo jaez proferidos numa blogosfera imunda que mais parece uma cloaca fétida...
Já tive que recorrer ao Procurador Geral da República, aos tribunais, à PJ...
terça-feira, janeiro 27, 2009
A «excelência» do jornalismo totó...

segunda-feira, janeiro 26, 2009
Regionalização versus macrocefalia centralizadora...
O país precisa de uma desconcentração administrativa cada vez maior em ordem a uma maior eficácia e capacidade concretizadora. Os argumentos falaciosos de «mais corrupção», mais «burocracia», mais «despesismo» já foram completamente erradicados face à premência de uma solução que a Europa impõe, a constituição consigna e o povo português cada vez mais reclama.
Por que se espera?
domingo, janeiro 25, 2009
Uma fonte do «Processo» disse que...

UMA FONTE ...
Uma fonte do processo
Diz que vai haver arguidos
Isto tudo é tão perverso
Não há bom senso... ou pruridos...
E a fonte sempre a jorrar
Gotas sensacionalistas
Detalhes até fartar
Dando pistas... e mais pistas...
Kafka sorrindo, talvez,
Com esta promiscuidade,
Continua a mesquinhez
A fonte é... a eternidade...
Há tanta água a jorrar
Desta fonte inesgotável
E jamais vai terminar
O «processo» é... imparável!!!
O caso Freeport...
Sou daqueles que entendem que todas as suspeitas de corrupção devem ser investigadas até às últimas consequências, até para salvaguarda da honra e bom nome de pessoas e instituições eventualmente envolvidas. Quando há silêncios e encobrimentos, isso é mau e pode indiciar fumo e fogo em simultâneo.
Agora veio a público José Sócrates confirmar contactos que anteriormente havia negado. Aparentes contradições que nada provam mas não deixam de causar surpresa.
Em dados colhidos no DN pode-se inferir que o tio materno do primeiro ministro teve um contacto informal com um tal Smith. Um sobrinho de Sócrates (filho desse tio) terá enviado um e-mail a solicitar uma espécie de tratamento preferencial alegando «favores»...
Situações aparentemente inócuas poderão ter consequências nefastas se se provar o nexo de causalidade entre as ditas conversas e os fluxos financeiros alegamente envolvidos.
O futuro irá esclarecer tudo, há que ter confiança na justiça.
O que não deixa de criar desconforto, e Mário Soares referiu-o com oportunidade, foi o apoio expresso de Sócrates a futuros casamentos Gay (entre homossexuais...); nada tenho contra as ditas criaturas, cuja existência é um facto, por muito que se discorde da sua filosofia de vida, mas não deixa de ser preocupante abordar esta questão fracturante e secundária, num contexto de crise grave e de problemas mais candentes . Será um ombro-a-ombro com Manuel Alegre, já iniciado, depois do apoio expresso do ex-candidato a PR? Será que este território, aparentemente pouco relevante, começa a ser disputado ?!
Há uma crise grave no horizonte. Tem contornos bem preocupantes e dada a debilidade da nossa economia (aberta e periférica, muito dependente do evoluír das economias ditas centralistas: Alemanha, França...) seria útil centrar esforços em coisas realmente importantes para todos nós.
Casos como o da Quimonda (no dealbar da falência, podendo lançar para o desemprego quase dois mil profissionais portugueses), com um honroso contributo para a nossa capacidade exportadora,são sinais preocupantes. Oxalá haja o bom senso de privilegiar o essencial subalternizando o acessório...
sábado, janeiro 24, 2009
Diálogo inter-religioso. Verdades & Ficções...

sexta-feira, janeiro 23, 2009
A marca Portugal! há que apostar nela!

O ministro da economia falou na necessidade de incentivarmos as pessoas a passar férias em Portugal para ajudarmos toda a gente a saír da crise de forma airosa. De facto, podem-me chamar chauvinista, mas é isso que tenho feito. Agora, mais do que nunca, há que revisitar Portugal e apreciar as suas potencialidades turísticas. Adquirir, de preferencia, produtos portugueses, ler autores portugueses, ouvir música nossa, genuína, enfim, ser patriota na mais pura acepção do termo.
Há locais maravilhosos para visitar: Vila Nova de Mil Fontes, Lagos, Faro, ,Vila do Conde, Caminha, Vila Nova da Barquinha, Sintra, Oeiras, Cartaxo, Foz do Arelho, enfim, há sempre uma terra desconhecida à nossa espera.
Temos praias fabulosas, gastronomia acessível e bem confeccionada, uma gama de museus e de monumentos dignos de estudo e visita aprofundada.
Se houver o cuidado de fazer uma publicidade séria e profunda nesse domínio (os canais de TV virados para o serviço público têm aqui excelente oportunidade) a tarefa será mais fácil.
Dou os meus parabéns à SIC e à TVI com telenovelas viradas para a divulgação das nossas potencialidades turísticas, que, se exportadas, poderão ser também veículos promocionais por excelência.
Oxalá os nossos emigrantes caprichem também nesta patriótica tarefa de trazer até nós alguns amigos pois o efeito multiplicador destas iniciativas é grande. Oxalá as câmaras municipais aproveitem esta onda e nas cidades geminadas e afins façam tudo para que o intercâmbio turístico seja ainda maior.
Todos juntos não seremos demais para enterrar a crise! O turismo é o nosso petróleo! Há que o fazer multiplicar...
quinta-feira, janeiro 22, 2009
PS: a bifurcação iminente?
Será que irá degenerar em ruptura interna? Será que os arrufos de Alegre com o BE irão redundar em «casamento»?
Creio que há dois planos que importa equacionar:
I - No plano ideológico há muita similitude argumentativa entre Alegre e a maioria dos militantes do BE. Simplesmente vir para a praça pública bolçar slogans e verberar a política de austeridade do governo, contemporizando com certo populismo demagógico, não fica bem a quem deve solidariedade a um partido de que é fundador e que tanto lhe deu ao longo dos tempos.
Que o BE o faça, é natural, está-lhe na massa do sangue. Agora esta aliança contra-natura não fica bem em termos éticos, não se enquadra num espírito gregário e solidário (em termos de espírito de grupo, entenda-se). Isto é «traição» ao espírito gregário que deve ser apanagio de um partido, por mais liberal e pluralista que se afirme. Há limites para tudo!
Ficava melhor uma ruptura franca e aberta. Agora, vir dizer que tudo é possível, está tudo em aberto, não sabe o que vai fazer, é só nevoeiro no seu espírito, então será que pretende surgir, alguma manhã de nevoeiro mais intenso, como o D. Sebastião salvador?
Desde o «Messias » da Madeira, ao de Gaia, o país vai assistindo ao desfilar pírrico de alguns figurantes capazes de ombrearem com figuras saídas da pena de Jorge Amado; já estamos fartos de figuras providenciais que se acham predestinadas para o olimpo. Não queira Manuel Alegre fazer esse papel sempre de contornos semi-hilariantes...
O governo tem cometido erros, mas também tem perseguido metas que de há muito eram almejadas (redução do défice, reformas nalguns sectores que geraram resistências várias por força dos interesses corporativos beliscados...) e muito embora os circunstancialismos do momento possam augurar um derrapar acentuado, não deixa de ser também digno enaltecer a forma expedita e dinâmica como tem sido gerida a actual conjuntura.
2- No plano pragmático há que apontar o dedo a certas limitações de Alegre nos domínios concretos da governação. Aí, entre Alegre e Louçã há uma diferença abissal. Este tem ido ao concreto, tem apontado algumas feridas com certa lucidez e discernimento, diga-se em abono da verdade. Daí que a pergunta que se deve fazer é esta: Manuel Alegre irá liderar o tal projecto-surpresa ou, a contrario sensu, deixar-se-á abrigar pela asa protectora deste actual compagnon de route?!
A dar-se a primeira circunstância, o país não olhará para ele com a sensação de ver o líder capaz, competente e idóneo para pôr em prática um projecto exequível, uma vez que lhe falta arcaboiço tecnológico para o materializar.
A dar-se a segunda hipótese, quedar-se-á por um lugar subalterno, apagado e facilmente trucidado pelo fulgor mediático de que Louçã é capaz, e já deu provas disso, precisando apenas de votos para corporizar as suas legítimas ânsias de governação. Será que Manuel Alegre tem a noção de que não passará de um trampolim de Louçã? Logo de seguida lançado às urtigas do ostracismo...
Será que Alegre quer ter uma espécie de PRD de sabor eanista? Será uma bolha que rebentará com facilidade ao primeiro esboço de conflitualidade interna, dada a volatilidade ideológica que subjaz a este tipo de partidos-proveta.
Face ao acima exposto, julgo que Manuel Alegre não é tolo e não se deixará caír no laço com que o querem aprisionar! Mas compete-lhe a ele decidir se quer continuar como o tal indeciso no meio da ponte...
PSD a duas vozes! qual delas a verdadeira?!
Faz falta uma oposição forte, mas também credível. Faz falta uma oposição atenta mas não apocalíptica. Faz falta uma oposição séria, corajosa e sem papas na língua, mas sem atentar contra o futuro e o mais elementar sentido de Estado.
Ora aqui está um aviso à navegação social-democrata: quando a oposição interna é consciente e responsável, pode ser (é-o de facto) uma aliada objectiva da governação. Daí as cautelas necessárias...
terça-feira, janeiro 20, 2009
O vírus do capitalismo selvagem!

segunda-feira, janeiro 19, 2009
A voz do bom senso...
domingo, janeiro 18, 2009
Entrevista com o Marquês de Pombal...

sábado, janeiro 17, 2009
Desgarrada laranja!...

Caldo de cultura da cobardia!
Pedro Ivo de Carvalho
Chefe de Redacção Adjunto
In JN 16 de Janeiro de 2009
Às vezes os jornais ostentam certos ornamentos folclóricos e dão-lhes nomes pomposos («Chefe»... ) que não passam de coberturas ridículas, de auréolas pírricas para generais de aviário que nesta selva mediática vão subindo de forma pouco clara. Cultivam o medo, por introspecção, e alardeiam esse medo de forma patológica, através de escritos paupérrimos, induzindo os outros a práticas subservientes e submissas, num mundo onde impera a lei da força, o poder do dinheiro, o prestígio da «cunha». São «exemplos» a seguir com atenção!
Este plumitivo, aureolado com um lugar pomposo, chegou a um patamar elevado, e vai daí, debita meia dúzia de sentenças que definem o seu ADN moral, a sua estirpe deontológica, o seu paradigma comportamental.
D.José Policarpo, na sua (sua dele, Pedro Ivo) douta perspicácia, no seu sábio critério, excedeu-se, disse o que pensava. Mas, segundo ele, é preciso ter muito cuidado «com frenéticos religiosos... que levam à letra as palavras dos líderes espirituais, muitas vezes, não hesitam em passar das ditas aos actos...».
É deste jornalismo acocorado, servil, medroso, aviltante, que se alimentam todos os totalitarismos. É desta conduta medíocre, subserviente, timorata, calculista e rastejante, que se alimenta a besta intolerante, o fundamentalismo galopante.
E vemos isto no poder local, gentinha domesticada a bajular os caciques mais corruptos, os detentores dos cordelinhos do poder que enchem as algibeiras a uns e mandam para tribunal os outros. Vemos isto nos grandes órgãos de comunicação, onde uns melífluos comentadore engraxam, engraxam, até as botas ficarem brilhantes a ponto de lhes obnubilarem o espírito.
Que é de um jornalismo autêntico, vertical, firme e honrado que teve em Eça de Queiroz um expoente? Que é de um jornalismo erecto, firme, não subserviente, que não se deixa vergar pelo medo, pela mordaça, pela mordomia, pela sinecura?
Esse, foi escorraçado dos jornais completamente vendidos aos poderes económico e político. Se calhar escreve nos blogues. Se calhar emigrou para um país livre, moderno, democrático!
Neste país que idolatra os Valentins, os Ferreiras Torres, os «sopranos» de todos os matizes, temos os «Ivos» que merecemos. Só os «Ivos» conseguem ser alçapremados ao topo, paraninfados pelos vampiros que vão afundando Portugal!
D. José Policarpo, não tenha medo de ser um Ricardo Bexiga da religião. Não tenha medo de ter coluna vertebral! Este Portugal precisa de gente como o senhor, sem papas na língua, sem ter de se colocar de cócoras para sobreviver!
Este «Ivos», estes plumitivos de trazer por casa, estavam melhor num asilo, de chinelas, à lareira, lendo a Maria...
quinta-feira, janeiro 15, 2009
Prudência e cuidado face aos fanatismos!
As afirmações de D. José Policarpo no tocante ao matrimónio com árabes são absolutamente pertinentes. Ninguém pode queixar-se de falta de respeito pelo diálogo. A própria Igreja Católica tem pedido perdão pelos excessos cometidos ao longo da História. Neste momento o islão atravessa uma fase de fundamentalismos exacerbados que tem reflexos no modus vivendi de toda a colectividade. Levando ao extremo certos conceitos, conduzem ao fundamentalismo autênticos rebanhos. Os pais matando com as próprias mãos filhas que namoram com individuos de outras culturas, a condenação à morte por lapidação em certos casos de pequena gravidade, são atentados aos Direitos Humanos, são o aviltamento de conquistas civilizacionais, são a antitese da liberdade.
Ora, quem comete estes bárbaros atentados à liberdade individual, aos Direitos Humanos, tem que ser denunciado e apontado na praça pública. Não pod ehaver diálogo sério com intolerantes. Não pode haver diálogo com quem tem uma visão unilateral e monolítica da vida e da religião. Há que não ter hipocrisias. Há que corrigir este estado de coisas. A própria IC já sofreu metamorfoses e continua de pé. O islamismo tem de ceder às pressões de todos nós, os amantes da liberdade. Não podemos refugiar-nos cobardemente num silêncio cúmplice!
Parabéns à coragem de D. José Policarpo!
O ISLÃO TEM QUE SE AUTOREFORMULAR
O Islão tem moral tão desumana
Que importa preservar o mundo inteiro
De uma praxis horrenda, tão insana
Às ordens de um Deus fero e justiceiro...
Os direitos humanos ofendidos
As famílias vergadas ao terror
É a barbárie em todos os sentidos
Há que denunciá-lo com vigor!
Há que verberar sempre tal postura
Credo sim, não império da maldade,
Intolerância à solta, ditadura,
Colidem com a fé na liberdade!...
Práticas aberrantes tendo a fé
Como alibi, terror como instrumento,
É terrorismo, fé é que não é,
É semente de guerra e sofrimento!
quarta-feira, janeiro 14, 2009
Que de servilismo!
Aqui, Mário Crespo, com aquele sorriso melífluo a aparentar subserviência e quase gratidão, não foi capaz de replicar às banalidades e tonterias autênticas de um homem que vê na Constituição a causa-mor de todos os nossos males. Vê , mas não apontou nada de concreto nela, nem lhe foi pedido que especificasse!
Enfim, de cócoras perante o entrevistado, M. Crespo foi a imagem de quem pratica culto de personalidade e não jornalismo autêntico! Nem uma palavra sobre o excessivo endividamento da Região, o que deu azo a situações de contenção orçamental óbvia e necessária, nem uma palavra sobre o grave problema da corrupção que aí impera, nada sobre a promiscuidade entre empreiteiros e deputados, nada sobre a fome que vai grassando nalguns sectores (estilo «Malvinas» e outros...) em contraste com a opulência de uma elite ligada umbilicalmente ao poder político dominante. Quanto às arbitrariedades praticadas na RAM nada disse! Nem nada se inquiriu!
É este o tal «messias» que quer vir conquistar a alma dos cubanos?!
Nem uma palavra sobre as rápidas ascensões de alguns barões que vieram do nada e se encheram à custa de ligações pouco transparentes ao poder político reinante!
Enfim, parecia um miúdo entontecido com um novo brinquedo entre mãos, sem saber como utilizá-lo a preceito!!! Pobre jornalismo que cultua o poder político, que lambe os pretéritos de alguns ouriços cacheiros sempre empertigados e convencidos da sua ultra-sofisticação, mas não passando de pategos emproados e pesporrentes na sua basófia vácua e sensaborona!...
Só se espera que dê também oportunidade aos «portugueses» de verem e ouvirem alguns adversários de Jardim!
Matança dos Inocentes!
A ONU tem que ter autonomia territorial e financeira, tem que poder agir em todos os países do mundo (todos, incluíndo os que dispôem do direito de veto...) quando as situações sejam calamitosas e haja um perigo de vitimização de inocentes.
Há que criar uma fonte de receita fiscal (talvez captando à nascente receitas ao petróleo bruto, onde quer que seja, a fim de socorrer uma estrutura supra-nacional, dirigida colegialmente, e vocacionada para o desarmamento e/ou intervenção pacificadora em qualquer lugar da Terra...), criando assim uma forte independência financeira a este organismo. Quem sabe se a própria cidade de Jerusalém, com territórios limítrofes, não fosse a cidade vocacionada para alojar esse tal organismo supra-nacional?! Não era exclusivo de nenhum país, de nenhuma religião, mas de toda a humanidade!
Situações como grandes calamidades públicas (terramotos, doenças pendémicas graves, tsunamis e outras equiparáveis) poderiam ser financiadas por uma entidade estilo Fundo Univesal. O direito de veto, que muitas vezes serve de garantia para melhor escoamento de stocks armamentistas (estilo: «se me comprares armas a mim, eu impeço a intervenção de terceitros neste conflito...») deveria ser pura e simplesmente extinto. Todos os países deveriam estar sujeitos a supervisão e controlo. Deveria proceder-se a um desarmamento progressivo e equilibrado, ficando esse organismo como o mais poderoso e mais apetrechado, mas mesmo assim, com um arsenal reduzido ao mínimo indispensável.
Vemos esta coisa ridícula de estarmos a contribuír com dinheiros com fins humanitários (à partida...) mas de facto servindo para caucionar belicismos e intervenções armadas de todo o tipo.
Há que actuar enquanto é tempo. Esta ONU já está caduca, sem credibilidade, sem exequibilidade. Há que edificar uma nova arquitectura a fim de tornar a humanidade mais humana, de facto.
segunda-feira, janeiro 12, 2009
ADIVINHA

Autópsia da «URGÊNCIA»...
António Barreto dixit
Nunca esta asserção teve tanta acutilância. Nunca esta frase foi tão oportuna. Nunca a promiscuidade inter poder político/ poder económico teve um juízo assertivo tão sensato.
O que vemos por aí?
O presidente de câmara X quer entregar uma obra ao empreiteiro Y que por acaso é amigo, muito sensível às questões do desporto, muito empenhado nas campanhas eleitorais (não tem partido, mas toma sempre o partido dos que estão no poder...), mas há um pequeno óbice: é preciso fazer concurso público!
Vai daí o presidente diz que há «URGÊNCIA» em executar tal obra e então faz um simulacro de concurso, a que pomposamente dá o nome de «limitado» e entrega a obra ao amigo...
Ele sabe que a partir daí surgirão «obras a mais», «mordomias a rodos», enfim, todo uma parafernália de alcavalas que farão a obra inchar, inchar, como a rã da fábula!....
Agora, esta coisa de concurso público só para obras acima de cinco milhões de euros, é o fartar vilanagem, o «abre-te Sésamo!», o supra-sumo do aviltamento da democracia. Regras prudenciais são lançadas às urtigas, dando lugar ao despesismo mais afoito, ao galopar no cavalo do poder...
Sócrates (e por inerência os presidentes de câmara no poder... todos eles) terão a vida facilitada e a eleição praticamente garantida! O regular funcionamento das instituições está em perigo, o clientelismo tem aqui o seu passaporte!
Resta-me saber qual a postura de Manuel Alegre, sempre atento a esta problemática da corrupção e da ausência de regras prudenciais atinentes a toda esta problemática.
É muito mais gravoso este tema, do que o problema corporativo que é a «avaliação» dos professores... Aqui sim, está em causa a justiça social, está aqui aberta a torneira para o clientelismo desbragado, para a promiscuidade mais aviltante no poder local, nas regiões autónomas, na governação!
Aguarda-se também a postura arbitral de Cavaco Silva. Isto é muito mais gravoso do que aquela questão de lana caprina dos Açores!
Vamos ver quem está ao lado de uma democracia autêntica, da racionalidade económica, da justiça social, ou a contrario, ao lado dos lóbis, da empreiteirocracia sanguessuga que tem levado à anemia a economia nacional.
Júlia Pinheiro, quer «vê-los a apontar o céu»...

A apontar ao céu tem outro valor!
Há que combater a força da gravidade!!!
Vê-los a apontar pró céu
É sua grande ambição!
No verão pô-los ao léu
Durinhos que nem limão...
Dos sentidos são impérios
E também uns ornamentos...
Quer ter uns bons hemisférios
Quer exibir tais talentos.
Toda a gente o faz, sabemos,
Ser sexy, que sensação,
Faz subir o astral, bem vemos
Chega de apontar pró chão!
Firmes, hirtos, bem durinhos
A feminil tentação...
Na praia bem tostadinhos
Um bronze de sensação!
A natureza tem leis
Que se podem contornar
Doravante serão reis
Todos irão admirar...
Vê-los mirrados, caídos
Que sensação deprimente!
A moda é tê-los nutridos
'inda que artificialmente!
Júlia Pinheiro, cuidado!
domingo, janeiro 11, 2009
WE CAN!!!

SOL DE INVERNO!
O sol de Portugal...
O sol abre os braços, ri,
Só calor irradiante,
Tónico revigorante
Sol assim, jamais eu vi!
Este sol em fundo azul
Nos marca um rumo e um norte
É fogo a crepitar forte
Sangue quente... mar do sul!
Este sol é bom remédio
Nos seduz e faz sonhar
É bem fácil de tomar
Nos protege contra o tédio...
Sol mio, meu sol de inverno,
Bênção do céu, divinal,
Nos faz sentir alto-astral,
De Portugal... rei-eterno!...
Entrevista com o Rei da Selva!...

O «Velho» e o mar!...

O velho santuário da cultura poveira, sempre em foco...
Velhinho, de alma cheia de memórias,
Mirando o mar e o sol, com nostalgia,
Vendo Régio e Oliveira, duas glórias,
Tagarelando ali, dia após dia.
Diana Bar, geronte majestoso,
Templo de são convívio, emblemático,
Cenáculo erudito, generoso,
Tão pluricultural, tão democrático.
Diana Bar, oásis de cultura,
Oh! bastião sagrado do lazer
Na vastidão do tempo 'inda perdura
Nobre missão, na arte de viver...
Diana Bar, farol iluminante,
Alma dentro da alma poveirinha,
Um centro de memória apaixonante
Onde a paixão de ler... é a rainha!...
O mar personifica o imaginário
A abrangência global, mundivisão;
Todos nós somos peixes no oceanário
Sujeitos à divina observação.
sábado, janeiro 10, 2009
O ULTIMATO DE JARDIM!

Ela (Dra Manuela Ferreira Leite) que faça um exame de consciência e veja se realmente tem condições para derrotar Sócrates!
Que moral terá Cavaco Silva (por muito que Ferreira Leite esbraceje e critique) se Sócrates usar o «modus faciendi» jardiniano?
O desbragado insulto à Assembleia Regional da Madeira ficou por assinalar no discurso presidencial. A proibição de entrada de um deputado na ARM ficou por assinalar. Há toda uma vasta gama de situações paranormais que nunca mereceram a crítica, a verberação pública do PR. Porquê?
Até nisto tudo, Jardim será o maior aliado de Sócrates! Pelo precedente criado!
Há quem diga que por medo! Medo de perder os votos de Jardim. Medo de perder o apoio das hostes madeirenses muito ligadas (umbilicalmente, atreladamente) ao líder local, ao pastor daquelas almas sempre tementes ao «big brother» da Quinta Vigia...
Vale a pena recordar aquele episódio relatado pelo Público, em que uns papelinhos escritos pelo próprio punho do líder local e entregues ao sub-director de um jornal, patenteiam à saciedade a qualidade moral deste mestre na arte da manipulação. Aquelas afirmações estilo «é preciso dar porrada no ministro X», «é preciso jogar em antecipação, segundo a estratégia pré-combinada...», são indícios suficientes para definir o nível de putrefacção de um regime, o grau de baixeza moral de uma democracia. E também o perfil moral do chefe máximo!
Depois de Ferreira Leite, será que ele se julga o «salvador da pátria cubana»?
Será que teve efeito de doping aquela afirmação brejeira e irónica de Pinto da Costa dizendo que só ele seria capaz de derrotar Sócrates?
Se foi isso, era bom tratar da «desintoxicação» pois o doping é mau em todos os sentidos!...
UM PADRE HONESTO E ÍNTEGRO!...
Se me ponho aqui a elogiar este e aquele ainda dirão que ando aqui a panegiricar, se calhar à cata de favores ou mordomias. Que sou um lambebotas ou sabujo...
Mas quando a realidade é digna de registo, há que louvar quem o merece. Sem dúvidas.
Ele era padre há já alguns anos. Chamemos-lhe o padre Afonso. Bem parecido, moreno, alto e espadaúdo. As mulheres olhavam-no como se olha para um fruto proibido... E, com os olhares disputavam-no.
Fazia longas viagens. Um belo dia, vinda do Brasil (Recife) uma bela jovem muito sedutora sentou-se a seu lado no avião. A conversa foi empolgante, mas sempre dentro de uma bitola sensata, responsável. Ela queria dizer algo ao padre mas não tinha jeito. Foi tagarelando, tagarelando, até que desabafou, finalmente:
__Padre, gostava de lhe pedir um favor!
_Fale, dasabafe! Sou todo ouvidos!__ disse ele, já augurando alguma confissão amorosa ou algo de muito íntimo. Era frequente tal acontecer...
_-Tenho um objecto muito caro que é capaz de não passar na alfândega! O senhor com esse ar tão credível, poderia fazer o favor de mo passar debaixo desse trajo tão avantajado (sotaina), que ninguém lhe irá perguntar nada. A mim, sabe como é, despem-me sempre até ao mais íntimo do meu ser!...
Era um secador de cabelo. Dentro dele ela escondia alguns diamantes valiosos. Não queria ser apanhada no controlo alfandegário. O padre era uma boa opção. Este, contudo, retorquiu:
__Há um pequeno óbice! é que eu sou obrigado a dizer sempre a verdade!
__Sim, sim, se lhe perguntarem algo eu sei que saberá saír airosamente da situação. Acredito em si.
O negócio foi ali fechado e selado com um aperto de mão. Ela passou-lhe o secador (com os diamantes dentro, bem escondidos) e aguardou o resultado...
Assim, ao passar pelo controlo alfandegário, e à pergunta se tinha algo a declarar, o padre respondeu:
__Sabe, da cintura para cima, nada tenho a declarar...
__E da cintura para baixo? ___ interrogou o polícia, com ar atrevido....
__Tenho um instrumento para uso doméstico, ainda em bom estado de conservação, sobretudo para uso feminino!...
O polícia riu a bandeiras despregadas pensando que o padre se estava a referir a outro «instrumento» e mandou-o avançar...
Falar verdade ainda é um trunfo. Os políticos deveriam seguir este exemplo!
quinta-feira, janeiro 08, 2009
Fogo purificador! Adúltero queimado pela esposa traída!...
O fogo é horror, é tormento,
Castigo de pecador,
Queimar viril instrumento
Oh fogo purificador...
Machos tende cuidado
Pular a cerca é fatal
Ver pénis incendiado
Mas que «solução final»!
Fim à carnal tentação
Morrer de dor e de pranto
Genital mutilação
Com fogo!... é remédio santo!
Machos, comprai um extintor,
Na cama, ter sempre a jeito,
O ciúme abrasador
Pode incendiar o leito!...
Nota: este post está relacionado com o anterior...