terça-feira, abril 12, 2011

FMI, o diabo?!

O país não pode continuar a diabolizar o FMI olvidando as causas profundas da sua vinda até nós. Há causas próximas e remotas. A saga da SLN e BPN (VER AQUI MAIS UM CARICATO EPISÓDIO), a aposta excessiva nas energias renováveis (só capazes de retribuirem retorno do investimento a médio prazo), a falta de uma legislação eficaz que puna os desvarios nas derrapagens (todos os partidos com assento na AR são responsáveis, uns mais outros menos) e que desincentive a corrupção em vez de a motivar (erradicar é impossível...), uma supervisão ineficaz, laxista e permissiva a todos os níveis: Banco de Portugal, Tribunal de Contas, Assembleia da República, assembleias municipais e até os próprios tribunais. O mau da fita não é o FMI. É, de facto, todo um conjunto de circunstâncias que desembocaram neste pântano de promiscuidades mil, de incentivos à fraude e à corrupção. O financiamento dos partidos, as ligações promíscuas ao mundo do futebol, as apostas em projetos de frouxa rentabilidade (nalguns casos), o peso excessivo de alguns segmentos do Estado que funcionam em paralelo numa sobreposição que só se compreende por motivações clientelares, as parcerias público-privadas e todo o estendal de facilitismos que redundaram neste caudal de prejuízos que ora se vislumbram, são de facto as diabólicas causas deste estado de coisas. Diabolizar o FMI é tapar o sol com a peneira! O país precisa de uma nova cultura, assente na verdade, na equidade. Precisa de uma nova justiça, mais pragmática, mais lesta, mais eficaz. Precisa de um novo paradigma moral. O culto do poder a qualquer preço, a ausência de um criticismo saudável, o seguidismo amorfo e e a fidelidade ao deus-partido são condições propícias ao desabrochar de ditaduras mesmo que ostentem rótulos democráticos... Na Alemanha o grupo Europolis já entregou um providência cautelar a fim de impedir a Alemanha de participar na operação de resgate a Portugal....

5 comentários:

Isamar disse...

Não vislumbro o que mais nos pode acontecer depois dos desasres sucessivos a que temos assistido e de que temos sido vítimas. Mais impostos? Mais reduções disto e daquilo? Mas não estavam contemplados nos PECS esvaziados de esperança e prenhes de insatisfação e desespero?
Bem-hajas, Rouxinol!

Abraço fraterno

José Leite disse...

Cata -Vento:

Quem avisou em devido tempo, era considerado pessimista, quiçá ressabiado, ou até «invejoso»...

Os otimistas, agora, que limpem as mãos à parede...

Graça Sampaio disse...

A Europa está mesmo à razão de juros! Eles não nos podem deixar cair, portanto...

O Puma disse...

Nesta europa de canalhas

antes o diabo

Táxi Pluvioso disse...

A verdade é que o povo durante 36 anos votou pela sua própria bancarrota: acho que se deve respeitar a vontade popular. Quem é que agradeceu e premiou com duas presidências da república o político que iniciou o buraco no défice? foi a vontade popular e em 2014 terá essa almejada bancarrota.