Um blogue plurifacetado procurando abordar questões de interesse sob perspectivas diversificadas. A independência sim, mas sempre subordinada a parâmetros de bom senso, de optimismo e de realismo. O mundo e a sociedade sob o olhar atento e desassombrado de um cineasta do quotidiano, um iconoclasta moderno, sem peias, sem tabus, sem preconceitos.
sábado, abril 02, 2011
Começa agora..(.FICÇÃO...)
__Meu caro, você vai ser o futuro primeiro-ministro, não duvide. Quero que opte por estes três deputados que são de minha inteira confiança, ministeriáveis, sem dúvidas... __Compreende, não posso receber sugestões dessas, há órgãos, há requisitos legais... __Não me venha com tretas, homem de Deus. Veja o Sócrates, veja como ele fala, ouça as escutas... «as leis são pra contornar»...diz ele bastas vezes... não seja otário, isto é para os espertos... as leis, sempre a trampa das leis, as leis não tên afetividade, não trazem votos, eu e outros como eu é que o colocamos no poleiro, não seja escravo de formalismos legais, seja pragmático, quero gente com carácter, fiel... __Se for primeiro-ministro, compreenda, sr engenheiro, não posso ser um pau-mandado, mais uma «voz do dono»... __Aí é que se engana, eu exigo fidelidade total, carácter, senão... rua! É esse o meu lema, é isso que prego todos os dias aos meus colaboradores, fidelidade, fidelidade, fidelidade. Só assim serei e continuarei a ser um líder na plena acepção. Se quer os meus três deputados terá de falar comigo noutro tom, senão desligo e ... nunca mais... __Por favor, não se amofine senhor engenheiro. Eu tenho carácter, sou fiel, mas não sou escravo nem cachorro de ninguém, tenho princípios, os deputados que me aconselha não são «seus»... __Você está quase como Cavaco, eu tinha no governo quatro (veja bem: QUATRO) ministros meus, e ele, sem dar cavaco, tirou-mos todos... se vai por aí não conte comigo. Os meus colaboradores estão autorizados a dizer que não são a «VOZ DO DONO», mas são-no de facto, perante a realidade, perante mim. Exijo isso. Eles já sabem o que a casa gasta. E o senhor ponha-se a pau... senão eu destru-o. Eu tenho um império. Aliás, vários. Na comunicação social, na indústria, no comércio, até nas universidades tenho os meus homens. Lembre-se disso. Ou é por mim, ou contra mim! __Mas... senhor engenheiro, eu já tenho uma grelha de predicados e esses senhores deputados não encaixam nessa grelha, se quiser mudar... estaremos disponíveis para equacionar... O telefone desligou abruptamente. O grande chefe fato de seda voltaria a ligar, mais tarde, pedindo desculpas e usando voz de veludo e pinças na linguagem... vergara. Mas era apenas a táctica número dois... e ele tinha tantas como os dedos das mãos...
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