Portugal de hoje é diferente do de há trinta anos. A agricultura e a pesca (sector primário) vão dando lugar aos serviços e à indústria. O comércio precisa de molas propulsoras, de motores de arranque, de alavancas.
O primeiro-ministro prometeu em campanha eleitoral dinamizar o mercado de trabalho, insuflar ventos de modernidade no tecido económico empresarial, colocar Portugal nos primeiros lugares do ranking europeu. Há aspectos positivos na actual governação que importa enaltecer. Mas existem fortes constrangimentos ao desenvolvimento que importa denunciar.
Neste momento, se não fosse o "êxodo" macisso de trabalhadorres para a estranja (sobretudo Espanha) o desemprego seria maior. Mas importa acautelar o futuro e potenciar novas oportunidades.
Vem este intróito a propósito do turismo. Pode ser a nossa galinha dos ovos de ouro. Temos sol e mar em profusão; um clima ameno e pouco agreste na maior parte do ano. Por que não aproveitar esse potencial e incrementar ainda mais o turismo? Somos da Europa o país mais tranquilo, menos exposto a grande criminalidade. Temos paisagens fabulosas: Açores, Madeira, Minho, litoral cheio de belas praias, uma serra da Estrela lindíssima, por quê adiar ainda mais a aposta forte neste sector?
Portugal poderia ser a casa de férias da Europa se houvesse uma criteriosa aposta neste domínio. Há mercados riquíssimos (sobretudo a norte e centro europeu) onde faz falta marcar presença e conquistar para que possamos ter ainda mais atractividade.
O golfe é, de longe, um dos pólos ainda não explorados devidamente. Vocacionado para todas as idades mas tendo em conta a sua idiossincrasia própria, mais virado para um turismo de qualidade e para um mercado-alvo bem típico e com poder aquisitivo acima da média, é uma aposta que se impõe.
Quando a Europa nos impõe quotas na agricultura, na pesca, eu sei lá... era bom aproveitar certos campos para actividades de outra índole. Certos fundamentalismos terão de ser mais flexíveis face às carências de emprego e de animação comercial em certos meios. Há que erradicar conceitos ultrapassados e começar a trilhar caminhos mais consentâneos com o novo mundo que se vislumbra no horizonte deste milénio. O ócio e o lazer são cada vez mais um nicho de mercado a potenciar; o turismo de terceira idade e de juventude, outros vectores em expansão e a concitarem uma atenção mais firme e mais arrojada.
Há que apostar forte no turismo e seus derivados pois poderão ser as tais alavancas para colocar Portugal no topo. A construção civil e segmentos a jusante e a montante estão à espera de uma governação mais dinâmica, mais visionária, mais amiga do futuro.
Será que a Europa quer impôr aos nossos governantes "quotas" na coragem, na imaginação, no espírito de iniciativa, na ânsia desenvolvimentista, no rasgar de horizontes?!
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