A moda não me escraviza
O poder não me seduz;
O tirano se ajuíza
Pela repressão que induz.
Libérrimas criaturas
Só seremos de verdade
Lá nas alvas sepulturas
Onde cessam as vaidades...
A pompa, o poder, a glória,
Em pó se vão transformar;
No vão de escada da história
Muito "barão" vai ficar.
Quanto pavão aí anda
Com poses de prostituta
Bebe do fino, mas manda
Ao povo beber cicuta!...
Nos interstícios da rocha
Brota o lírio popular
Essa incandescente tocha
Na noite-breu, sem luar...
A nossa história parece
Um cemitério infindável
Há gente que não se esquece
Merece ser memorável!
Outros, bem pelo contrário,
No olvido cairão;
O povo tem um sacrário
No sítio do coração.
Muita pompa e circunstância
Às vezes, só vacuidade;
De água benta e petulância
Anda cheia esta cidade!
Nesta minh'alma com asas
Vogando contra as marés
A modéstia, campas rasas,
Voa mais alto que as fés!
Penso cá co'os meus botões:
A modéstia é um tesouro
Que faz falta a alguns "barões"
Que luzem... mas não são ouro!...
rouxinol de Bernardim
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